quinta-feira, 14 de julho de 2011

Os três erros do Bahia por outra ótica:


No site Futebol Bahiano, há um texto de Éder Ferrari (O jogo dos três erros) apontando três erros de René Simões no empate entre Bahia x Botafogo. Concordo com o número (3); mas acho que os três foram cometidos antes da bola rolar, na escalação.

Em defesa de René, fale-se que os desfalques de Ávine, Carlos Alberto e Jobson quebrariam qualquer time do país. Fale-se ainda que ele pegou o bonde andando e que teve que conhecer os jogadores e montar o conjunto com o Brasileirão em curso. Mas ele não tem direito de errar nas três substituições e prejudicar o Esquadrão, que jogou um futebol previsivelmente horroroso.

Se o lateral-esquerdo titular não joga, quem joga é o lateral-esquerdo reserva, correto? Não para René Simões, que insiste em colocar Marcos improvisado na esquerda (ele não é bom nem na direita, quanto mais). Isso é uma desmoralização e sacanagem com Dodô; se ele não joga o suficiente nem para ser reserva imediato de Ávine (o que eu não concordo), dispense o menino e deixe ele cuidar da vida dele em outro clube. Além disso, por que não experimentar Jussandro, finalista da Taça São Paulo e campeão na Itália recentemente?

Colocar Marcos na esquerda é acabar com o time. Jancarlos marca mais do que apóia; Ávine apóia melhor do que marca. Quando ele coloca um destro na lateral-esquerda, ele inviabiliza o potencial ofensivo desse setor porque Marcos não vai conseguir subir correndo e cruzar ou tabelar direito. Resultado: o Bahia entrou em campo, na prática, sem atacar pelas laterais.

O segundo erro já foi devidamente comentado por Ferrari: Ricardinho não pode jogar com três volantes. Ele precisa de um meia perto dele, isso é óbvio. Ele não tem velocidade, explosão aos 34 anos. Com três volantes e Ricardinho o meio-de-campo só poderia apresentar um resultado sofrível, longe dos atacantes.

O terceiro erro foi no ataque. O reserva de Jobson é Gabriel, atacante veloz com características semelhantes ao do titular, que entrou bem contra o Corinthians e provou que tem condições de jogar. Lulinha é um cara que leva a bola do meio para o ataque, mas não é atacante.

Ao anular as subidas pelas laterais, montar um meio marcador sem velocidade e capacidade de armação e não completar devidamente o ataque, René anulou qualquer possibilidade de vitória; ganhar seria um milagre. Não dá mais pra perder tantos pontos com um time desse jeito por improvisações desnecessárias e a insistência de um meio-de-campo que não produz nada. Por sinal, René vai queimar Ricardinho com a torcida, que vai acabar responsabilizando-o pela improdutividade do meio.

Um torneio com 38 rodadas terá desfalques o tempo todo por lesões, cartões ou contratos. Ou René Simões pára de inventar e supre os desfalques com jogadores com características similares dos substituídos ou o Bahia vai continuar perdendo pontos desnecessários que, com certeza, farão falta lá na frente. E o Brasileirão não perdoa.

Por: Vinicius da Silva - Site Tipo Revista  Fonte: BFB 

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