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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Coité: vigilante tenta suicídio, mas não consegue porque a corda quebrou:

Outro fator que talvez contribuiu para ele não morrer foi a presença de um tio que viu o momento e prestou socorro.
O vigilante Osni Santos de Almeida, 26 anos, “Ninho”, residente no Povoado de Malhador, situação a 06 km de Conceição do Coité, tentou suicídio por meio de enforcamento na tarde desta terça-feira (13), porém ao saltar de uma baraúna, árvore tradicional do sertão baiano, de uma altura de aproximadamente três metros, a corda se rompeu com o impacto. Esta foi à informação prestada ao CN pelo agricultor Olegário Bispo dos Santos, 59 anos, tio do vigilante.

Lelé, como é conhecido o agricultor, contou que estava seguindo para o outro lado de sua propriedade rural que é chamada do “Barreiro de Crispim” e logo percebeu que algo estranho estava acontecendo, pois viu pegadas na areia do estreito caminho, marcas de botas de alguém que caminhava a sua frente  e em seguida escutou um forte grito em forma de ronco, e ao olhar para a umburana, percebeu uma escada e ao mudar de anglo  a presença do sobrinho com a corda no pescoço e se preparando para pular. “Quando vi aquela cena eu gritei: não faça isto não filho. Mas não adiantou, ele pulou e a corda quebrou, caindo de lado no chão”, contou Lelé.

O agricultor disse que correu até onde estava ele e tratou de tirar o nó da corda do pescoço e fez vários movimentos no seu tórax, mas ele apresentava ânsia e sagrava pela boca e ouvido “até que certo momento achei que ele tinha morrido, sai desesperado, mas  alguém contou que ele respirava. Quando estava naquela agonia, o telefone dele tocou e eu disse a pessoa ao telefone o que estava acontecendo, ela que estava na cidade, providenciou transporte, mandou até aqui e levamos até o hospital”, narrou Olegário Bispo, enquanto mostrava a pedaço da corda que foi quebrada, ainda com laço.
A vitima deu entrada no Hospital Regional inconsciente e seu quadro de saúde aparentava muito grave, dezenas de pessoas da família e amigos da comunidade foram prestar solidariedade. Ao perceber o desespero dos familiares, a médica de plantão tranquilizou a todos, falando que ele estava com pressão arterial normal. Depois de algumas horas ele acordou.  
Às 18h, foi transferido da sala de emergência e para área de observação, onde conversou demoradamente com o CN. “Não sei como fiz isto, não me lembro de como levei a escada, mas, desde segunda-feira que vinha planejando isto, pois estou com muitos problemas e tudo se acumulou e eu não aquentei tanta pressão”, contou.
Ele disse que vem enfrentando problemas familiares, havia sido preso na noite de domingo por causa de problemas com esposa, no dia seguinte teria sido dispensado do emprego e, conforme falou e repetiu várias vezes, “tudo isto acumulou”.
Segundo ele, seus planos era cometer o ato na segunda-feira,12, quando voltava de Riachão do Jacuípe, onde passou o dia bebendo, mas, não soube explicar, resolveu por praticar o ato na comunidade onde mora. Na residência da mãe, familiares encontraram com facilidade os documentos pessoais, como se tivesse deixado para serem achados. Esta foi à terceira vez que ele tentou o suicídio e por muito tempo recebeu acompanhamento psicológico.

Ansiedade da Comunidade – Demonstrando que realmente é querido por todos, o fato chamou atenção da pequena Comunidade de Malhador, onde moram cerca de 100 famílias. Assim que a notícia correu, logo as pessoas foram se concentrando na pracinha em busca de mais informações. Quando chegou a notícia que ele estava bem, houve tranquilidade e o desejo que logo voltasse a convívio, conforme falou a dona de casa conhecida por Dorinha.

Por: Valdemí de Assis CN / fotos: Raimundo Mascarenhas

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