O vandalismo contra os bens públicos chega a níveis alarmantes na capital baiana. De acordo com a Secretaria de Serviços Públicos (Sesp), há um custo anual de R$ 896 mil, somente na “Operação Estação”.
Segundo a Sesp, entre julho de 2010 e setembro de 2011 já foram trocadas mais de 500 torneiras e 26 vasos sanitários. Além disso, o órgão constatou roubos de cabos, peças de escadas rolantes e fios de alimentação de energia de alta tensão. Aproximadamente, são retiradas todas as semanas três toneladas de lixo das estações. O levantamento revela ainda que são gastos cerca de 400 litros de tinta para tirar as pichações.
A reportagem do Bocão News visitou a Estação Pirajá e a Estação da Lapa nesta segunda-feira (7), e constatou diversas denúncias de usuários e trabalhadores, que por medo de represália preferiram não se identificar.
Estação Pirajá
Segundo funcionários que preferiram não revelar os nomes, vandalismo e ausência de segurança têm sido as principais queixas. De acordo com um funcionário da administração, já foi feito um documento que solicita a proibição de venda de bebidas alcoólicas, a partir das 23h no local. "A bebida acaba incentivando a prostituição que acontece nos banheiros. Dizem até que há tráfico de drogas no local. Além disso, a Polícia Militar não é fixa", declarou.
Sobre a limpeza do local, um funcionário disse que a equipe não é suficiente para realizar o serviço. "Não há funcionários suficientes. Deu meia-noite homem entra no banheiro de mulher e vice-versa. A quantidade de camisinhas que o pessoal da limpeza encontra nos banheiros de manhã é imensa. Tem viatura que faz a ronda e some. A guarda municipal não interfere", disse.
Segundo um rodoviário que não quis se identificar, os banheiros estavam até limpos quando a equipe do Bocão News chegou. "Agora está limpo. De dia está ótimo, de noite a partir das 19h é um inferno. Quebram as torneiras e os sanitários ficam uma porcaria. Procure um policial para ver se você acha. Os guardas municipais ficam entocados. Venha aqui de noite", reclamou o rodoviário.
Outra usuária afirma que o problema da Estação Pirajá é a administração "A verdade é que a estação é mal administrada. É uma m...!", disse.
Estação da Lapa
Na parte inferior da estação, a reportagem do Bocão News constatou paredes pichadas, infiltrações, lixo no chão, mau iluminação, mau cheiro e mendigos dormindo em algumas partes do local.
"O que você imaginar de depredação, na Estação da Lapa acontece. Encontra-se de tudo. Se você olhar para a estação, você vai ver que está limpa. Tem uma equipe que cuida da limpeza, mas o movimento de pessoas vai aumentando e não dá para acompanhar", disse o administrador da Lapa, Gisleno Carvalho, enquanto mostrava o local para a equipe.
"Tem várias cestas de lixo. Espalhamos bastante. Não adianta o cidadão estar do lado da cesta e jogar lixo no chão. A gente luta contra a maré. Olhe isso", afirma Carvalho, enquanto aponta para uma usuária deixando restos de alimentos no chão e no muro da estação.
O administrador da Lapa revelou ainda que tem que chamar a manutenção, em média, duas vezes ao dia, e que, em várias oportunidades, os materiais são furtados até quando as manutenções e reparos estão sendo feitos.
De acordo com a aposentada Luiza Rocha, de 56 anos, o policiamento e a sujeira são os problemas principais. "É um fedor. O lugar aqui fede mais que carniça. O pessoal também não ajuda, limpa, mas joga lixo no chão. Alguém que roube alguém aqui para ver se acha policial", disse.
No local, pedestres ainda tem que dividir o espaço com os vendedores clandestinos, o que para Carvalho é falta de uma fiscalização efetiva. "Isso é falta fiscalização e isso tem que ser constante. Eles fazem a ronda, mas não é tão eficiente", disse Carvalho que reclamou também da segurança no local. "Há policiamento, mas nós não temos segurança da própria estação. Temos que fechar alguns banheiros às 20h30 por falta de policiamento. Colocamos até grades neles para evitar roubos", disse.
Segundo um comunicado da Prefeitura de Salvador, foi concluído o processo de licitação para reforma da Estação de Transbordo da Lapa e que em um prazo médio de 15 dias, deve ser assinada a ordem de serviço para início das obras. Os serviços serão realizados pela Superintendência de Conservação e Obras de Públicas (Sucop), órgão vinculado à Secretaria de Transportes e Infraestrutura (Setin), com recursos próprios do município da ordem de R$ 5 milhões.
Fotos: GIlberto Júnior/Bocão News
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