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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Câmeras flagram assalto a grupo de franceses em hotel no Santo Antônio:


Dois homens e uma mulher levaram os pertences de duas famílias composta por dez pessoas que jantavam em um hotel do bairro


Detalhes de um crime revelados por olhos eletrônicos. Assim foi possível identificar o trio que fez um arrastão contra um grupo de turistas franceses que jantavam em um hotel do Santo Antônio Além do Carmo, no Centro Histórico. Toda a ação foi registrada, na noite de quinta-feira, por seis câmeras instaladas em vários pontos do estabelecimento.
Dois homens e uma mulher levaram os pertences de duas famílias composta por dez pessoas, sendo dois casais e seis crianças, que vieram de Nova York passar as festas de fim de ano em Salvador.
Bandidos agem no Santo Antônio e a falta de segurança ameaça prejudicar negócio dos donos de pousada.

Os ladrões têm estatura mediana e pele morena. Um dos bandidos aparece nas imagens usando camisa branca e boné vermelho e mancando da perna direita. O outro ladrão, de camisa bege e boné preto, chega ao hotel acompanhado de uma mulher com os cabelos presos e camiseta cinza. A filmagem tem a duração de cinco minutos.
Comparsas
As lentes registram desde o momento em que os bandidos rendem um dos funcionários da recepção até o momento em que o trio faz a “limpa” nas vítimas. O caso é apurado pela Delegacia de Proteção ao Turista (Deltur).

Hospedadas no Solar do Carmo Hotel, as duas famílias optaram na quinta-feira por um jantar no Hotel Vila Santo Antônio, a poucos metros de onde haviam se hospedado. Por volta das 22h, o grupo chega ao Vila Santo Antônio e se senta na área externa do hotel, cuja vista dá para a Baía de Todos os Santos.
Em seguida, a câmera instalada na fachada do prédio registra o momento em que um dos ladrões passa em frente ao estabelecimento para averiguar se os franceses haviam sentado em uma das mesas. Logo depois, a comparsa passa também pela frente do hotel para ter certeza de que as vítimas eram os únicos clientes no saguão do hotel naquele momento.
Logo depois, o casal toca a campainha e o acesso deles é permitido por um dos funcionários. As armas dos bandidos estavam dentro de uma sacola transportada pela mulher. No balcão, o casal simula o interesse em uma diária.
Enquanto a dupla conversa na recepção, o terceiro bandido, mancando da perna direita, se aproxima e também pede informações sobre hospedagem. Num determinado momento, a mulher distribui as armas e os comparsas rendem o recepcionista.

Agressivos
Imediatamente, a mulher fecha as portas e as janelas para não chamar a atenção. Então, os três seguem para a área externa e vão diretamente aos turistas. Enquanto os dois ladrões mantêm as vítimas sob suas miras, a mulher coletava os pertences das vítimas. Depois, os três deixam o hotel. A mulher que entrou com a sacola aparece nas imagens levando duas bolsas.

Abalados, os turistas deixaram Salvador no dia seguinte. Eles anteciparam a viagem que fariam mais tarde para Lençóis, cidade turística na Chapada Diamantina.
De acordo com a ocorrência registrada na Deltur, os bandidos levaram máquinas fotográficas, cartões de crédito, R$ 1.500 e 850 euros. Uma funcionária do hotel relatou que os bandidos estavam muito agressivos. Esta não é a primeira vez que criminosos invadem o hotel. Há cerca de seis meses, três homens 
entraram no local, renderam funcionários e roubaram hóspedes.

As duas famílias francesas passariam a noite de Natal com o amigo Dimitri Ganzelevitch, pesquisador e promotor cultural, que há 36 anos mora no Centro Histórico. “Eles têm altíssimo padrão de vida. Esse tipo de gente é formador de opinião. Quando voltarem para os seus países, vão divulgar a insegurança na Bahia”, lamentou. 
Centro Histórico: imagem arranhada
O agente de viagens capixaba Cláudio Dantas, 39 anos, antes de embarcar para Salvador, orientou a família quanto à insegurança no Centro Histórico. “A gente veio pra cá com receio, porque tem se falado muito da insegurança (da área). Por isso só andamos em grupo e em locais movimentados”, disse.

Até os próprios comerciantes do Centro Histórico estão orientando os turistas quanto à questão da segurança. “Nós queremos bem aos turistas, queremos que eles voltem. Por isso, pedimos a eles que não circulem com máquinas fotográficas, celulares e nem exibindo dinheiro. O policiamento não é suficiente. Tem dia que viatura aqui é uma raridade”, contou Flávia de Castro, balconista de uma sorveteria.
Sobre o policiamento, um soldado disse que o efetivo é pouco e das 14 câmeras destinadas ao monitoramento da região, algumas estão quebradas. O CORREIO procurou o 18º Batalhão da PM, foi orientado a ligar para o Departamento de Comunicação da corporação, mas não obteve sucesso. As informações são do correio.

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