quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Caravelas - Jovem grávida pode ter sido enterrada com bebê ainda vivo:

A denúncia partiu de Maria Ferreira Martins, mãe da jovem, confirmando que durante todo o velório a barriga da jovem se mexia como se tivesse vida própria.

Familiares e parentes, angustiados com a cena tentaram contatar o hospital municipal, bem como o SAMU, mas as tentativas foram inúteis.

O caso foi encaminhado ao Ministério Público em Caravelas, que deverá instaurar inquérito para apurar a denúncia e punir os possíveis culpados.

Se não bastasse a terrível suspeita do feto ter sido enterrado vivo, a história da jovem mãe, Josiele Ferreira, revela os absurdos a que estão sujeitos os usuários da saúde pública em Caravelas.

Atendimento

Às vésperas de dar à luz, na manhã de sexta-feira, dia 25 de novembro, Josiele acordou sentindo fortes dores, foi ao posto de saúde, onde foi atendido pelo médico Ailton que pediu que a jovem voltasse para casa, pois não teria o bebê naquele dia.

À tarde, as dores aumentaram e a família a levou para o Hospital de Caravelas, localizado na sede do município.

A mãe de criação e avó de jovem, dona Maria Ferreira Martins, foi quem a acompanhou ao hospital. “Cheguei com minha neta no hospital no início da noite de sexta-feira. A pessoa que atendeu disse que ela não poderia ter parto normal, que o parto teria que ser cesariana. Então, passamos a noite e a médica, Alba Marli Pereira dos Santos, às vezes aparecia no quarto, outras vezes não. Quando eu procurava por ela, a enfermeira dizia que estava descansando. Minha neta continuava sofrendo, gritava por socorro, pedia que eu a ajudasse, e eu ali sem nada poder fazer”, afirmou.

Ao meio-dia de sábado, dia 26, veio a notícia de que havia surgido uma vaga no hospital de Teixeira de Freitas, porém, a médica Marli, disse que não havia necessidade de transferência, pois Josiele já estava próxima de ter a criança.

Dona Maria contou que da sala ouvia os gritos da neta, que no desespero socava as paredes e pedia por socorro. “Enfermeiros, enfermeiras e a médica seguravam a jovem mãe pelos braços e pernas.”

Proibida de entrar no quarto onde a jovem estava, dona Maria acompanhava apreensiva a correria que começou já no meio da tarde de sábado, tentando descobrir o que estava acontecendo.

Por fim, descobriu que a neta havia sofrido uma parada cardíaca, e seria transferida para Teixeira de Freitas. Conseguiram a ambulância tarde demais, ocasionando a morte de Josiele no trajeto.

Segundo dona Maria, a jovem estava cheia de hematomas, toda roxa, como se tivesse sido torturada por quase dois dias. E desabafou: “Eles forçaram ela demais, mesmo sabendo que ela não tinha condições de ter parto normal. Aquilo foi um assassinato assistido, ela morreu sendo torturada, e isso dentro de um hospital”. Informações e foto do Sul da Bahia News.

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