O empresário e publicitário Marcos Valério, acusado de operar o maior esquema de ocultação e desvio de recursos por políticos brasileiros, conhecido como “Mensalão”, desembarcou no final da tarde desta sexta-feira (2), no Aeroporto Luiz Eduardo Magalhães, em Salvador. De acordo com agentes da Coordenação de Operações Especiais (COE), Valério se recusou a responder os questionamentos do delegado Edenir Macedo, o que atrasou a sua transferência para o exame de corpo de delito, na sede do Instituto Médico Legal.
Valério é acusado de ter se beneficiado de um esquema de falsificação de documentos públicos, criando matriculas falsas de imóveis inexistentes para servirem como garantia de empréstimos em bancos e dívidas de empresas. A suposta fraude foi descoberta em 2005, de acordo com o MPE, que acusa advogados e oficiais de cartórios de registros de imóveis e de tabelionato de notas na falsificação de documentos públicos de participação no esquema.
“Seriam, de forma resumida, obtendo escrituras e matrículas de imóveis muitas vezes inexistentes para garantir empréstimos e execuções fiscais ou propriamente privadas”, disse o promotor Carlos André Milton Pereira. Segundo a polícia, os inquéritos que tramitam na Bahia apontam o envolvimento dos suspeitos em "falsificação de documento público", "falsidade ideológica", "corrupção passiva" e "corrupção ativa".
Após o exame de corpo de delito, o acusado será levado para o Complexo dos Barris, onde ficará detido por tempo indeterminado.
Além de Marcos Valério, mais três pessoas que foram detidas em Belo Horizontes foram transferidos para Salvador: Ramon Hollerbach, Francisco Castilho Santos e Margareth Maria Freitas, eles são ex-sócios das agências de publicidade de Marcos Valério.
Depois de deflagrada a operação Terra do Nunca há 17 meses, 25 mandados de prisão preventiva foram emitidos. Destes, 16 já foram cumpridos.
Por: Marivaldo Filho // Fotos: Roberto Viana// Bocão News