Assim como a filha, ela não se mostra muito interessada no dinheiro e sim no sucesso da ONG de Jucélia.
Foto: Antonio Saturnino
Jucélia, ao lado da mãe, que diz: “Eu sou uma pessoa que só acredito quando vejo”
Por Alexandre Lyrio:
alexandre.lyrio@redebahia.com.br - A madrasta má da história infantil passa longe da simpática senhora de olhinhos miúdos, sorriso verdadeiro e coração cheio de desprendimento. Apesar disso, dona Maria Francisca, 68 anos, mãe de Jucélia Lima da Silva (a Cinderela de Itaberaba), diz não acreditar muito em contos de fadas.
alexandre.lyrio@redebahia.com.br - A madrasta má da história infantil passa longe da simpática senhora de olhinhos miúdos, sorriso verdadeiro e coração cheio de desprendimento. Apesar disso, dona Maria Francisca, 68 anos, mãe de Jucélia Lima da Silva (a Cinderela de Itaberaba), diz não acreditar muito em contos de fadas.
Mesmo tomando como verdade a história contada pela filha e acreditando na existência de Germano, o milionário italiano que prometeu deixar sua herança para a itaberabense, dona Maria Francisca prefere não apostar alto que a fortuna venha parar na cidade “portal da Chapada Diamantina”, ainda mais nas mãos de sua filha, Jucélia.
“Eu sou uma pessoa que só acredito quando vejo, sabe moço? Esse homem tem que aparecer primeiro. Espero que seja verdade, mas para eu acreditar, o italiano tem que aparecer”, diz dona Maria.
Assim como a filha, ela não se mostra muito interessada no dinheiro e sim no sucesso da ONG de Jucélia. "Ajudando ela eu já tô feliz. Eu vivo bem, vivo na minha casinha e pra mim tá tudo bem”, garantiu. “Agora, Jucélia gosta de ajudar os outros. Quero que esse dinheiro chegue para ela fazer o que ela gosta, que é ajudar”.
A desconfiança não é uma exclusividade da mãe da Cinderela. A população de Itaberaba vê a história com empolgação, mas também com dúvidas. “É difícil acreditar que um homem vá deixar uma herança para uma mulher que conheceu no avião e nunca mais viu”, disse Nilson Correia dos Santos, 45 anos, que mora no centro da cidade. “Às vezes acho que isso é uma pegadinha. Desconfio de dinheiro fácil. Mas, ao mesmo tempo, acredito que tudo pode acontecer nessa vida”, afirmou a auxiliar de sala de aula Carmen da Silva, moradora do bairro Independente.
O burburinho na cidade não chega a incomodar Jucélia, convicta da sua história e certa de um final feliz. Questionada sobre a veracidade, ela é dura nas palavras. “Quer dizer então que um estrangeiro não pode querer ajudar uma brasileira? Quer dizer então que os estrangeiros só querem as brasileiras para prostituição?”.
O fotógrafo Adson Chan, que ajudou a encontrar a Cinderela, sai em defesa de Jucélia. “Não tem como a história não ser real. O detetive me procurou com o caso cheio de detalhes e Jucélia confirmou tudo tim-tim por tim-tim. Germano existe, só não sei se ele tem esse dinheiro todo”, ponderou Chan.
A população de Itaberaba vê a história da Cinderela baiana com empolgação, mas também com dúvida
Detetive
Os contatos de Jucélia com a Itália estão avançados. O encontro com Germano deve acontecer em fevereiro. Ontem, o detetive Antonio Aguirrazer, contratado pelo italiano para localizar a baiana, disse ao CORREIO que o empresário melhorou de uma forte gripe e está planejando a viagem ao Brasil.
Sempre misterioso, Aguirrazer diz que assinou um contrato que o impede de dar informações detalhadas que localizem seu patrão ou alguém de família. Ao mesmo tempo, disse ser um detetive aposentado amigo de Germano. “Posso garantir que há muita veracidade em minhas palavras. Elas podem parecer fantasia no seu país, mas isso é comum na Europa”, comparou. Informação de correio 24 horas.
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