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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Estado do Ceará - SEBASTIÃO RAMOS EXPLICA AS RAZÕES DE SUA DESFILIAÇÃO DO SINTUFCE:

A constituição Federal assegura a liberdade de ingressarmos e de sair de uma associação sindical, religiosa, de cunho político, de qualquer natureza. Usando desta prerrogativa, decidi me desligar do SINTUFCE – Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará pelos motivos que passo a relatar:

Discriminação Religiosa
Na época em que passei a enfrentar uma discriminação religiosa, inclusive, no ambiente de trabalho, procurei o sindicato para que pudesse publicar uma matéria sobre o tema. Infelizmente, qual não foi minha decepção ao observar o meu pedido recusado. Imaginem onde fui encontrar conforto emocional? No DCE – Diretório Central dos Estudantes da UFC, que não tenho nenhum vínculo associativo. Os que compõem aquela diretoria ouviram com altruísmo e bastante atenção os meus queixumes, e decidiram não apenas publicar um texto com o seguinte tema – Discriminação religiosa contra servidor da UFC, mas assinar uma campanha de outdoors que estava sendo planejada para 21 de Janeiro – Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Por favor, observem links
http://www.dce.ufc.br/index.php/eventos/59-discriminacao-religiosa-contra-servidor-da-ufc-HYPERLINK “http://www.atitudetocantins.com.br/?ctt=noticia.pHYPERLINK “http://www.atitudetocantins.com.br/?ctt=noticia.ph
Passivos Trabalhistas
A implantação dos 28,86% se efetivou através de uma “Assessoria Advocatícia Particular” contratada através de uma Assembléia Geral pelos próprios servidores. Quanto aos demais processos, Plano Collor 84%, Plano Bresser 26%, dentre outros, foram extintos ou arquivados. Em contrapartida, quem pleiteou os citados passivos, individualmente ou em pequenos grupos, por advogados particulares, acabaram conquistando algo. Em outras universidades, quando procuradorias entravam com recursos a fim de retirar a implantação de determinados passivos trabalhistas, alguns sindicatos promoveram mobilizações, greve, e os servidores retornaram a recebê-los. Na UFC, não houve nenhuma manifestação em prol da permanência dos nossos direitos.
Assédio Moral
O combate que travamos pelos direitos iguais, estimulou alguns servidores a nos relatar que vivenciaram assédio moral perpetrado por determinadas chefias. Não obstante, o sindicato, segundo os denunciantes, nada fez por eles. Resolvi escrever um artigo com o tema: Assédio moral e discriminação na UFC: Como identificá-lo? Mais a frente, publicamos o mesmo texto em veículos, fora do Ceará, adaptando para – Assédio Moral e Discriminação na Administração Pública. Após a circulação deste artigo, servidores que estavam desprovidos de setor para trabalhar foram ressocializados. Inclusive, recebi inúmeros relatos de pessoas que sofrem este tipo de assédio. Um servidor do CEFET-PB agradeceu pela informação onde a matéria foi ventilada na Folha VIP – Cajazeiras – Paraíba.
Isonomia pelas 30 horas
Quando decidimos reivindicar às 30 horas semanais, imploramos ao SINTUFCE para reforçar as nossas mobilizações. Porém, infelizmente, não houve por parte dos membros da diretoria colegiada compromisso algum. (Vale ressaltar que, se gastou dinheiro com publicidade, faixas, camisas, carro de som, dentre outros). Os servidores lotados nos hospitais universitários – os mais espoliados, perseguidos e discriminados, decidiram se manifestar para que fosse aberto um canal de negociações com a Administração Superior da UFC. Idealizamos duas manifestações históricas no pátio da Reitoria. A partir de então, o caso passou a ganhar força política, e por conseqüência, nossas matérias serem publicadas em mídias de outros estados, e por fim, o reitor abre discussão com a categoria. Vale ressaltar que oSINTUFCE E A “OPOSIÇÃO CONSENTIDA”, em uníssono ao invés de assumirem suas responsabilidades, seus líderes exerciam forte pressão contra os servidores, para não participarem de um movimento que reivindicava apenas direitos iguais, sem interesse partidário.
Alguém poderia achar soar um pouco pessimista a decisão de me desligar do SINTUFCE, porém, não é pessimismo ver, que a sua Diretoria Colegiada não correspondeu minimamente, as nossas expectativas, num dos momentos que mais precisávamos.
Desligar-me do SINTUFCE, não significa que hei de me retirar da luta. Pelo contrário, se conseguimos a propósito, colocarmos em pauta às 30 horas com a nossa própria força, haveriam de concordar que, poderemos ir muito além. A minha desfiliação, em linhas gerais, foi motivada por uma questão de justiça. Como integrante do movimento dos servidores que reivindica direitos iguais, e melhores condições de trabalho, eu diria a todos e a todas que, não deveremos baixar a guarda.
Finalizando, quero oferecer os meus ouvidos para escutar aqueles que necessitam de uma palavra amiga, ou um consolo, num momento em que estão sendo acometidas por perseguições, assédio, e atos discriminatórios, tão sutis que desestabiliza e gera doenças mentais, que vamos angariando desde longo tempo.
Para nossa reflexão: Se queres prever o futuro, estuda o passado. Confucio
Sebastião Ramos – Assistente em Administração – MEAC/UFC

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