Treinador comandou o seu primeiro treino no dia 10 de fevereiro. Ele comandou o Bahia em sete jogos e tem 90,4% de aproveitamento
Um nome novo, diferente e carregado de histórias, no entanto, sem identificação com o clube e sem grandes trabalhos recentes. Esta foi a escolha feita pelo Bahia. Paulo Roberto Falcão. Quase um ano depois de deixar o Internacional, o treinador atraiu os holofotes para o Fazendão ao aceitar substituir Joel Santana. Passados 30 dias desde o dia em que comandou o primeiro treino no CT do Tricolor, no dia 10 de fevereiro, Falcão tem correspondido à altura com a camisa azul, vermelha e branca.
A avaliação do primeiro mês do ex-craque como treinador do Bahia pode ser feita através da alegria da torcida e dos elogios da imprensa. A lua de mel com o torcedor tricolor é justificada pelos números. Nos sete jogos em que esteve à frente do Bahia, Falcão venceu seis e empatou apenas um – exatamente o clássico com o Vitória, na estreia.
Paulo Roberto Falcão na chegada ao Bahia, no começo de fevereiro (Foto: Felipe Oliveira/ EC Bahia)
Nesse período, o treinador fez do Bahia o time com o melhor ataque do Brasil. Foram 21 gols feitos e uma média de três por partida. O aproveitamento no Tricolor é de surpreendentes 90,4%.
- O mérito de tudo isso é dos jogadores. Eles souberam levar para campo o que treinamos no dia a dia. Além disso, O time está aquém do que eu imagino, mas além do que eu esperava para o pouco tempo – comentou Falcão.
O aproveitamento de Falcão no Bahia é de 90,4% (Foto: Eric Luis Carvalho/Globoesporte.com)
O desempenho no primeiro mês foi bem superior ao retrospecto no Internacional no ano passado. No mesmo período no Colorado, Falcão comandou os mesmos sete jogos – quatro pelo Campeonato Gaúcho e três pela Libertadores. Aproveitamento de 52,3% .
Se no Bahia o futebol ofensivo tem surtido efeito imediato, no Inter foi diferente. Foram três vitórias, dois empates e duas derrotas. No período, o time foi eliminado da competição continental, conseguiu vencer um turno do estadual e perdeu a primeira partida da decisão para o Grêmio – na semana seguinte conseguiu conquistar o título na casa gremista, nos pênaltis.
Sobre a demissão do Colorado, Falcão fala pouco, mas o suficiente para que se entenda que o ferido coração vermelho tirou ensinamentos da situação.
- Foi uma situação em que eu aprendi bastante.
Mudança de espírito: um Bahia ofensivo
Na Era Falcão, Gabriel virou destaque do Bahia
(Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia/Divulgação)
Desde a sua chegada, Falcão se mostrou um adepto do futebol ofensivo. Fã do Barcelona de Pep Guardiola, o treinador mudou a cara do Bahia. De três volantes, o Tricolor passou a atuar com dois meias e dois atacantes de área. Alguns jogadores passaram a se destacar desde a chegada do Rei de Roma.
Souza, referência do ataque, manteve a boa fase do começo do Campeonato. Gabriel ganhou uma vaga no time na sua posição de origem. De curinga nas eras Renê Simões e Joel Santana, o garoto tornou-se o principal jogador do Bahia no estadual. Rei das assistências, o jovem se tornou o garçom do time.
- Falcão está me colocando em uma posição em que estou gostando. Esse é o jeito que eu gosto de jogar. Com ele estou tendo mais liberdade em campo - disse o garoto.
(Foto: Reprodução/TV Bahia)
Homem de confiança de Falcão, o volante Fahel credita à chegada do treinador a mudança de postura do Bahia na temporada 2012.
- O Falcão trouxe o futebol jogado para o time. Ele cobra imposição, marcação forte, e que se jogue para frente quando o time tem a posse de bola. Os resultados têm aparecido por isso. Ele tem dado liberdade para que a gente se aproxime do ataque quando temos a posse de bola. Isso vem dando confiança e nos incentiva a tentar uma jogada a mais - disse Fahel.
O que dizem os analistas
(Foto: Arquivo pessoal)
Clara Albuquerque, comentarista do PFC:
Eu acho que o maior mérito de Falcão é ter conseguido iniciar uma filosofia de jogo dentro de campo. Falcão deu diversas declarações falando que pra ele não era apenas o resultado que importava e ele mostra que em seus times isso não é apenas discurso. Taticamente, ele encontrou a posição ideal para Gabriel e isso deu um ganho considerável ao time e conseguiu montar uma equipe equilibrada, que sabe atacar, se impõe ofensivamente, mas que também tem a capacidade de ser pouquíssimo ameaçado pelos adversários.
(Foto: Arquivo pessoal)
Jorge Alan, coordenador de esportes da Rede Bahia:
Ele devolveu ao time a alegria de jogar. Ele deu confiança ao grupo. Com Joel, o time vencia, mas não convencia. Agora o time vence e convence. É uma outra postura. Além disso, ele implantou a filosofia de que o Bahia tem que se impor como time grande que é. Não pode ter medo dos outros times.
(Foto: Arquivo pessoal)
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