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quinta-feira, 15 de março de 2012

Seca castiga Coité e SINTRAF articula limpeza de Barragens:

Urbano de Carvalho al lado do diretor sindical Jonas Oliveira 
Está em andamento a maior de todas elas, situada no assentamento de Nova Palmares. Já estão prontas para receber o liquido precioso barragens em Patos e Cabaceiras.

Das 70 barragens públicas que deverão ser limpas até o final do mês de março, segundo previsão do CONSISAL, dentro do processo de limpeza e recuperação de aguadas no Território do Sisal, através da parceria com a Coordenação Estadual de Defesa Civil (CORDEC), Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza e CAR, sete estão situadas no município de Conceição do Coité, segundo informações do presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Agricultores Familiares de Conceição do Coité – SINTRAF, Urbano de Carvalho.
Segundo Urbano, todos os 11 municípios contemplados pelo projeto já conseguiram executar mais da metade do trabalho e correm contra o tempo para finalizar as atividades, já que nessa época do ano costuma chover no Nordeste. Ele disse também que, apesar da Prefeitura não fazer parte do CONSISAL, Conceição do Coité foi o único município que conseguiu 355 horas de máquinas para limpeza das barragens consideradas prioritárias na capacidade de armazenamento d’água.
O líder sindical acompanhou o CN as comunidades de Nova Palmares, Patos e Cabaceiras, onde limp0u barragens com mais de 50 anos de existência e há quase duas décadas que não eram limpas, a exemplo de Patos, onde, segundo o aposentado Luiz Pinto de Oliveira, 76 anos, a conhecida “Lagoa dos Patos”, estava praticamente entupida e logo que concluiu às 13 horas de trabalho deu uma chuva, considerada fina, conseguindo juntar um pouco d’água, o suficiente para suas 10 vacas beber durante pelo menos cinco dias.
A situação é tão critica que o criador se satisfaz com as poças d'água
existentes no meio da barragem
 
Luiz Pinto contou que a Lagoa é salvação da região e foi construída há cinqüenta anos pelos moradores da comunidade em troca de comida. “Ninguém recebeu nada para cavar esta barragem. Foi tudo na mão e com uso de jegue para carregar o material. Todos que trabalharam aqui, inclusive eu, recebia alimento em troca de serviço”, contou o agricultor.
Bem perto de Patos, a 06 km, está situado o Povoado de Cabaceiras, onde moram cerca de 200 famílias e estão sendo castigadas com o efeito da seca. O principal local de armazenar água na região é o chamado Tanque Velho da Cabaceira, a cem metros do centro do Povoado, porém numa posição privilegiada, pois não recebe água enxurrada das ruas e dos fundos das casas, pois ha uma parte alta que  impedem que os lixos da comunidade sejam jogados para dentro do tanque. “A água aqui é potável e quando enche abastece toda região. Este ano mesmo, os caminhões-pipa pegaram até a última gota para levar para as famílias que moram mais longe”, contou o agricultor Virgilio Araújo da Silva, 75 anos, conhecido por Dadinho Sambador.

Barragem limpa Dadinho e Urbano dão uma ideia da profundidade
“Eu cheguei aqui na Cabaceira em 1951 e já existia este tanque e era que socorria a região”, concluiu Dadinho.
Dentre as sete barragens, a que mais chama atenção é o açude de Téo, que começou ser construído em 1952 e concluído em 1954. Situado na área do assentamento de Nova Palmares, á 12 km da sede de Conceição do Coité, Urbano de Carvalho, que também é assentado, conhece bem a história deste açude, que segundo ele, “já matou a fome de muita gente com os peixes, seja na comercialização ou mesmo para o consumo familiar”.  
Além da lama, a vegetação esconde a grande extensão de
capacidade de armazenamento de água
 
Com uma área estimada em cinco tarefas, sendo que o leito normal ocupa duas, o açude também foi construída manualmente e a lombo de animais e encheu pela primeira vez em 1957 e sagrou em 1960. Urbano estima que este açude tenha sustentado uma mil pessoas aproximadamente e não soube dizer quando foi à última vez que foi limpo.
Duas caçambas, uma pá carregadeira e uma retroescavadeira estão trabalhando para retirada da lama, que forma um paredão de aproximadamente três metros de altura. “Necessitamos de 800 horas para limpar este açude e só conseguimos 200 através de um convênio com a CAR e nossa luta é buscar mais recursos e limpar totalmente. Estamos correndo contra o tempo, pois chove a qualquer momento e o trabalho fica pela metade”, observou Carvalho.
Residem atualmente no assentamento criado em 12 de janeiro de 1998, 102 famílias e mais 63, dos filhos dos assentados que constituíram família. Para João Ferreira Santos, 70 anos, conhecido por João Tororó, presidente da Associação, os recursos e a quantidade de horas foram poucas e não será suficiente para limpar a Açude, conforme o desejo da comunidade.
“Isso aqui é um riqueza, já pegamos uma carpa de seis quilos e tilápia de todo tamanho. Aqui também funcionava como turismo ao domingos. Aqui é um patrimônio e o governo tem que ajudar, pois precisamos limpar totalmente”, falou “Seu João Tororó”. Além destas, também estão sendo limpas as barragens da Lagoa do Saco, na região do Povoado de Onça, Tanque do Brejo, Corte Grande, em Salgadália e duas outras na região de Serra Vermelha também no distrito de Salgadália.
Segundo Urbano toda a lama retirada será reaproveitada
principalmente na lavoura
 
Foram contratadas pelo CONSISAL, mais de 4.800 horas de máquinas, o que representa um investimento de R$ 650 mil. Na Bahia, 75 municípios estão com situação de emergência reconhecida e decretada pela Defesa Civil estadual por causa da seca, um procedimento usado quando um desastre ultrapassa o estágio emergencial e a previsão é de que o período de estiagem se estenda até maio.
A seca que castigou a Bahia ano passado, sobretudo na região do semiárido, chegou a 2012 assolando comunidades em quatro regiões do Estado: norte, nordeste, centro-oeste e sudeste. O semiárido é região mais afetada e o período seco tende a se estender até maio. “É esperada para os próximos meses uma expressiva redução nos volumes das chuvas na região. Ainda assim, não se descarta a possibilidade de ocorrer eventos isolados de chuvas mais intensas, nos meses de março e abril, o que não será suficiente para suprir o déficit registrado nos últimos anos”, avalia o coordenador de monitoramento do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Eduardo Topázio.

Por: Valdemí de Assis / fotos: Raimundo Mascarenhas / CN

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