Ao total já foram ocupadas 66 fazendas, entre os municípios de Itaju do Colônia, Camacan e Pau-Brasil
Mais duas fazendas foram ocupadas nesta terça-feira (17) por índios pataxó hã-hã-hãe no município de Pau Brasil, sul da Bahia. Segundo informações da TV Bahia, ao total já foram ocupadas 66 fazendas, entre os municípios de Itaju do Colônia, Camacan e Pau Brasil.
Os funcionários das fazendas ocupadas hoje revelaram que os índios estavam armados no momento da invasão. Por isso, alguns fazendeiros já estão retirando aos poucos os pertences e animais das propriedades tomadas.
Ainda segundo a TV Bahia, o Sindicado dos Trabalhadores Rurais informou que um funcionário de uma das fazendas invadidas está desaparecido desde domingo (16).
Reféns
Funcionários feitos reféns em fazendas ocupadas por índios foram liberados na tarde desta segunda-feira (16). Segundo informações de Sagro Bonfin, investigador da Polícia Civil de Pau Brasil, ninguém ficou ferido.
A delegada Denise Dias, da Polícia Federal, não confirmou que os funcionários da fazenda tenham sequer sido feitos de reféns. Segundo ela, a PF abordou um caminhão de funcionários saindo de uma fazenda, mas todos negaram terem sido mantidos como reféns.
Ocupações no Fim de Semana
Cinco fazendas foram ocupadas neste final de semana na cidade de Itaju do Colônia, de acordo com informações da Polícia Federal em Ilhéus. As ocupações agravaram o clima de tensão na região, onde índios e fazendeiros disputam o título de propriedade das terras há cera de 30 anos.
Na manhã de domingo (15), três fazendas foram invadidas pelos índios, que formaram um escudo humano com funcionários das propriedades na cidade de Pau Brasil, vizinha ao município de Itaju do Colônia. De acordo com informações da Globo News, o gerente de uma das fazendas, que é ex-delegado do município, foi mantido refém pelos invasores, que pretendem pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para julgar a demarcação da Terra Indígena (TI) de Caramuru-Paraguaçu no Sul da Bahia. Ainda segundo a Globo News, houve intensa troca de tiros entre índios e seguranças das fazendas.
Outras duas fazendas já haviam sido invadidas no sábado (15) na cidade de Itaju do Colônia. Uma delas, a fazenda Vitória, foi incendiada por homens encapuzados, que teriam sido responsáveis pelamorte de Ana Maria Santos de Oliveira, de 34 anos, no último dia 9, ainda segundo a polícia.
Uma das fazendas invadidas foi incendiada (Foto: Reprodução / TV Santa Cruz)
A vítima estava com seu esposo, seu filho e suas irmãs em uma caminhonete L200, cor prata, voltando de uma visita a parentes na fazenda Alegre quando o crime aconteceu na zona rural de Itaju do Colônia. Ana Maria foi atingida no rosto e sua irmã, Odília Santos de Oliveira, 30 anos, que estava sentada no banco traseiro do carro foi baleada no braço. Após a invasão que resultou na morte de Ana Maria, os índios teriam exigido que o dono da fazenda Vitória, Armando Pinto, retirasse dos pastos todos os animais da propriedade. A polícia ainda investiga se os atiradores têm alguma ligação com índios ou fazendeiros da região.
Conflito entre índios e fazendeiros
A região de Itaju do Colônia é uma área de conflito entre índios da etnia Pataxó Hã-Hã-Hãe e fazendeiros. Eles querem pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar a demarcação da Terra Indígena (TI) de Caramuru-Paraguaçu, área que abrange todas as fazendas e possui 54 mil hectares..
Os índios dizem que todas as fazendas estão dentro das áreas previstas para a demarcação da TI. A Funai garante que a área em questão foi demarcada em 1937 pela Diretoria de Serviço Geográfico do Exército e que, desse modo, os invasores seriam os fazendeiros.
Informação do correio - Com informações da repórter Priscila Chammas
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