O líder do Democratas na Câmara Federal, deputado ACM Neto, defendeu a instauração de uma CPI para investigar os denunciados pela operação Monte Carlo, que desmontou um esquema de jogos de azar envolvendo o empresário Carlos Cachoeira. "Queremos que todos os citados no caso sejam investigados, independente de partido", disse Neto. Ele ressaltou que o Democratas agiu de forma rígida no caso do senador Demóstenes Torres (GO). “Vivemos um momento importante na história do nosso partido. Agimos de forma forte e robusta para superação de obstáculos que se colocam no nosso caminho. Não passamos a mão na cabeça de quem comete erros“, enfatizou Neto, em discurso no plenário.
O Democratas decidiu abrir processo de expulsão contra o senador Demóstenes Torres “pelo seu notório envolvimento com a operação Monte Carlo e com o contraventor Carlos Cachoeira”. Ontem, no entanto, Torres comunicou ao presidente da legenda, senador Agripino Maia (RN), sua desfiliação. “O Democratas não tem duas éticas, dos aliados e da oposição. A ética é uma só, independente de coloração partidária”, reforçou ACM Neto.
Segundo o deputado, a bancada do Democratas, com 27 deputados, apoia, com unanimidade, a criação da CPI. “Queremos que tudo seja apurado e queremos ver a postura dos outros partidos em relação a esse caso”, disse. O líder ainda ressaltou que o partido está dando exemplo ao tomar atitudes firmes contra casos de corrupção, mesmo que implique sacrifícios. “O mesmo não se pode falar de outros partidos”, disse, listando uma série de escândalos recentes de corrupção que envolve o PT.
ACM Neto citou, por exemplo, o caso Waldomiro Diniz, CPI dos Bingos, o caso dos “aloprados”, as denúncias contra o ex-ministro Antônio Palocci e o ministro Fernando Pimentel (MDIC), além do mensalão, classificado pelo líder como o maior escândalo de corrupção da história recente do país. “Poderia ficar a tarde inteira falando de uma sucessão de escândalos que levaram a corrupção para membros do PT”, acrescentou o deputado.
ACM Neto criticou a falta de investigação de punição dos envolvidos nesses casos do PT e mostrou repúdio a comemoração de integrantes desse partido à reintegração de Delúbio Soares, um dos denunciados do mensalão. “Conseguimos preservar a nossa biografia e isso não tem preço. O Democratas sai de cabeça erguida”, concluiu o líder.
Alexandre Reis (imprensa) - Enviado para o Ichu Notícias
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