Matadouro e açude voltam à pauta de discussão
Junto ao crescimento das cidades, surgem problemas ambientais e de saúde pública que assola boa parte dos ambientes urbanos do país. Essas situações muitas vezes são frutos de um crescimento desordenado e sem políticas públicas voltadas para a área. Em Conceição do Coité, cidade que tem um desenvolvimento acelerado, dois sérios problemas vem atormentando a população.
A poluição do açude Itaurandi que está localizado a 4 km da sede tem sido motivos de pesquisa e muita polêmica nos últimos tempos.
Com capacidade aproximada de 1.263.250m3 de água, o açude é o maior reservatório do município. Ele foi construído entre os anos de 1940 e 1950 por moradores locais. O terreno foi uma parte do governo e outra doada por Wercelêncio Calixto da Mota. Além do uso para consumo humano a água durante muito tempo serviu como fonte de renda para os moradores da localidade, pois a partir dela eram cultivadas hortaliças para comercialização, além da pesca.
Mas essa prática ficou inviável nos últimos tempos, pois todo o esgoto da cidade é despejado no açude sem nenhum tratamento. Causando poluição da água, que chega a cheirar mal.
As famílias que viviam das hortaliças hoje não sabem mais o que fazer, pois a população criou rejeição na feira. Alguns declaram fazerem uso da água da EMBASA, outros dizem ainda molhar com a água do açude, indo vender em outras cidade, onde a população desconhece a situação. Em período de estiagem como o que está se vivendo agora, a água servia a toda população coiteense, onde os carros pipas faziam filas para pegar água. Mas agora ela não é recomendada nem para consumo animal.
Em pesquisa realizada por uma equipe de estudantes, foi detectado sérios problemas no abate bovino em Conceição do Coité. A equipe acompanhou todo o processo, a começar pelo transporte em que são levados os animais para o curral de abate e, depois trazido a carne para comercialização.
A norma técnica diz que o automóvel deve ser higienizado após o desembarque bem como o piso do curral. Para retirar os resíduos como fezes e urinas eliminadas pelos animais durante a viagem e espera no curral, mas isso não acontece. É necessário também que as pessoas envolvidas no processo utilizem equipamentos de proteção individual como luvas, máscaras, mas a única proteção usada por alguns é jaleco e botas e, sem cuidados ao entrar e sair dos ambientes, onde estão trabalhando.
Outro sério problema é com as vísceras comestíveis como tripas, estômagos, rins, que são transportadas em bacias de borracha feitas com pneus de automóveis para uma sala comum sem infra estrutura adequada para o recebimento desse material. Todos os resíduos sólidos gerados são descartados a céu aberto e vetores como cachorros, urubus e outros insetos transmissores estão presentes durante e após as atividades de abate.
Por: Raiane Lopes - Extraído do CN
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