TV Calila – Veja na estréia da TV Calila, mais um produto do site, com imagens da caminhada do fogaréu, entrevistas com o bispo Otorrino Assolari, o prefeito Osni Cardoso e cenas da peça Encenação da Paixão de Cristo.
Aconteceu na noite de quinta-feira (05), na cidade de Serrinha, localizada no território do sisal, a tradicional procissão do fogaréu, que saiu da Praça da Matriz, passou pela Rua Macário Ferreira, seguindo até a Praça Luiz Nogueira, sentido BA 411, até do à Colina Sagrada, percorrendo um trecho de aproximadamente 3 km onde aconteceu a Encenação da Paixão de Cristo. Antes da procissão, que teve inicio às 20h, foi celebrada a Missa da Ceia do Senhor e em seguida, segundo cálculo dos organizadores, cerca de 15 mil pessoas caminharam em direção a Colina carregando tochas e entoaram hinos religiosos típicos de época quaresmal.
Na Colina foi motado uma estrutura de palco, som, telão e iluminação, a parte das rochas que rodeiam a imagem de Senhora Santana foi usada pelos atores que apresentaram a encenação da paixão e morte de Jesus. Como tradicionalmente acontece neste periodo, muitos turistas e orgãos de imprensa não perderam a oportunidade de assistir e produzir ao espetáculo, que prossegue logo mais a noite desta sexta-feira da Paixão na Praça Luiz Nogueira.
A manifestação cultural-religiosa já existe em Serrinha há 82 anos e no início era acompanhada apenas pelos homens e segundo o bispo diocesano Dom Otorrino Assolari, o ato simboliza o acompanhamento a Cristo ao Jardim das Oliveiras, onde ele se entregou para o sacrifício e se faz necessário por parte dos fiéis mais entusiasmo religioso. Mesmo sabendo que muita gente vai à procissão motivada pela questão da divulgação turística e que algumas pessoas ali presentes não têm o hábito de ir à igreja, é um bom momento e motivo de reflexão para começarem a participar das atividades religiosas.
“O Fogaréu de Serrinha é autêntico e só acontece há décadas porque o povo quer, deseja e tem fé”, relatou o produtor cultural André Reis, da empresa Expo Eventos especialmente contratada para redimensionar a manifestação para atrair turistas nacionais e internacionais.
“É emocionante, por ser ato espontâneo da população nordestina, rica em detalhes, de extrema singeleza, beleza plástica e com raízes antigas, remetendo ao medieval ibérico-europeu. Na cidade às escuras, a multidão forma estradas de luz, que adentram a cidade e sobem os morros. É o conhecido ‘Fogaréu’ tradição que está no plantel das grandes festas populares feéricas, justamente pelo caráter popular e impressionante”, narrou à professora de história Maristela de Barros, residente no bairro de Brotas, em Salvador e que há vinte anos consecutivos visita Serrinha, onde têm parentes, nesta época do ano.
A multidão que subiu o monte de maior altitude da cidade, segundo o prefeito Osni Cardoso, é uma verdadeira demonstração de fé. “Nossa proposta é tornar Serrinha a nova Jerusalém brasileira com mega-encenações a céu aberto da Paixão e Morte de Cristo, começando no domingo de ramos, inicio da semana santa e este ano, no domingo, aconteceu à procissão com mais 100 atores, acompanhando de uma multidão, seguiram em procissão pelas ruas e praças, simbolizavam a entrada triunfante de Jesus em Jerusalém e baseando no tema da campanha da fraternidade, foi elaborado um roteiro que passou em frente aos hospitais”, contou Cardoso.
“O que queremos agora, é conseguir apoio do Governo do Estado para a infraestrutura viária, logística turística que já conseguimos com a Secretaria de Turismo do Estado e o registro do ‘Fogaréu’ como Patrimônio Imaterial da Bahia, pedido que enviamos à Secretaria de Cultura”, falou o prefeito.
Em Serrinha, além da Colina Sagrada, existem outros três morros que o povo costuma subir durante quatro dias consecutivos da semana santa e na sexta-feira “maior”, acontece cena que poderia ser em Jerusalém, cidade localizada entre o Mar Mediterrâneo e Mar Morto, no Oriente Médio, a quase 10 mil km do Brasil, mas não é em Serrinha, na Bahia. “Daí nosso esforço em transformar nossa cidade na Nova Jerusalém”, fala com entusiasmo Cardoso.
Ao finalizar a conversa com o CN, o prefeito, que também é professor, disse que a cidade que surgiu a partir de 1715, exatamente século XVIII, próximo da capital, ou seja, a 173 km e no inicio eram habitada pelos índios Cariri e há não dúvida que vai se tornar a mais nova Jerusalém das Américas, com mega-encenações a céu aberto da Paixão e Morte de Cristo.
Passos da paixão – Este é o nome do projeto e a intenção da prefeitura é fazer com que a manifestação se torne um atrativo nacional e internacional. E se depender do fenômeno econômico provocado por essas festas religiosas, o sucesso já está garantido.
Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) apontam que o turismo religioso é responsável pela atração de mais de 1,5 milhão de pessoas no fluxo global de turistas na Bahia. “E a Embratur estima que essas manifestações já devem movimentar, no mínimo, cerca de R$ 7 bilhões ao ano no Brasil”.
Imaterial – Na Bahia, quaisquer dos entes federativos, sejam Municípios, Estado ou União, podem decretar uma manifestação cultural como Bem Intangível, bastando para isso terem leis específicas. Dentre as manifestações que já são reconhecidas como Patrimônios Imateriais baianos, estão Festa de Santa Bárbara, Cortejo 2 de Julho e Desfile dos Afoxés, todos em Salvador. No interior, somente a Festa da Boa Morte, em Cachoeira, e o Carnaval de Maragojipe, na cidade de mesmo nome, são registrados pelo Estado.
Show com Joana no sábado de Aleluia – A cantora irá se apresentar a 00h e deve reunir milhares de pessoas, saudando a religiosidade e a fé do povo brasileiro. Com 25 anos de carreira, Joanna é uma das poucas cantoras brasileiras que é sucesso garantido em Portugal e em muitos países de língua hispânica. Desde a sua estréia em 1979, Joanna cantou, e ainda canta muita MPB, gravando compositores como Durval Ferreira, Arthur Laranjeira, Wagner Tiso, Toninho Horta, Sivuca, Gonzaguinha, Tom Jobim, Chico Buarque e Milton Nascimento.
Nos últimos anos Joanna tem aparecido em importantes festas religiosas, incluindo algumas músicas de cunho do sagrado. Já se apresentou no Dia da Nossa Senhora Aparecida, na catedral de mesmo nome em São Paulo, entre outras. Declara-se também devota de Nossa Senhora e está feliz por se apresentar em Serrinha para um público tão grande.
Por: Valdemí de Assis / Fotos: Raimundo Mascarenhas / CN
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