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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Salvador - Mistério sobre morte de universitário no Costa Azul cresce após câmera ser encontrada:

Polícia agora descarta hipótese de latrocínio para morte na praia

Foto: Marina Silva
Jovem morto no Costa Azul foi enterrado domingo
Não foi assalto. Essa é a única certeza que a polícia tem até o momento sobre o assassinato do estudante de Administração do Ifba Marcelo Araújo dos Santos, de 28 anos. Ele foi encontrado morto na praia do Costa Azul na manhã de sábado, com perfurações no pescoço e uma marca de soco no olho.

“A câmera (do rapaz, que até então todos acreditavam ter sido roubada) estava escondida em casa, o que torna muito remota a hipótese de latrocínio. Foi homicídio mesmo, mas ainda não sabemos as circunstâncias nem a motivação”, diz a delegada Simone Moutinho, responsável pelo caso. Os outros pertences de Marcelo (chave e celular) também estavam com ele.O computador do estudante já foi examinado pela polícia, assim como seu perfil no facebook, mas nada de suspeito foi encontrado.
Enterro  
O corpo do jovem foi sepultado às 16h30 deste domingo (15), no Cemitério Campo Santo, na Federação. No local, os amigos tentavam entender o que aconteceu com Marcelo. “Eu estava com ele no Campo Grande sexta de noite. Mas umas 23h eu saí com dois brothers e ele disse que ia continuar lá”, contou o estudante Antônio Gabriel, vizinho de Marcelo.

O que aconteceu depois permanece um mistério para a família e para a polícia. Por volta das 23h30, a vítima chegou a ligar para a mãe, avisando que não dormiria em casa. Foi a última vez que ela falou com o filho. Os dois moravam sozinhos na Cidade Baixa.
Hipóteses  
O local onde o corpo de Marcelo foi encontrado é uma zona conhecidamente frequentada por casais homossexuais, mas nenhum dos amigos sabe se isso tem influência no crime. “Ele andava com muitos homossexuais, mas não sei se ele era”, disse um amigo. “A delegada chegou a perguntar à mãe dele se ele era garoto de programa, mas acho que não era o caso”, contou outro amigo.

Do outro lado da rua fica uma localidade conhecida como “Inferninho”, onde funcionam vários pontos de tráfico de drogas. Mas o envolvimento de Marcelo com drogas também não é confirmado pelos amigos.
“Ele bebia muito e fumava cigarro, mas era só isso”, contou o vizinho Marcos Dimitri. Ele e um grupo de amigos chegam a cogitar que o crime esteja ligado a algum ritual de magia negra. “Era sexta-feira 13, perto da meia-noite. Esses metaleiros tem uns costumes meio loucos”, supôs um integrante do grupo, que pediu para não ter seu nome divulgado.
Outra hipótese é que ele tenha se envolvido em alguma briga, e acabou sendo morto.  Marcelo é descrito por todos com um rapaz tranquilo, amante da fotografia. Costumava carregar para todo lado seu bem mais valioso: uma câmera Nikon, de R$ 7 mil.
Aos 28 anos, não tinha emprego fixo, mas fazia bicos fotografando bandas de rock, sua outra paixão. Não por acaso, o cortejo para o seu sepultamento foi embalado por versos de Raul Seixas, cantados pelos amigos. Correio.

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