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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Seabra: Comunidade quilombola de Morro Redondo é reconhecida pelo Incra:


imageQuilombo MR foi fundado pelo escravo Timóteo Cardoso
O território quilombola Morro Redondo, localizado em Seabra, na Chapada Diamantina, foi reconhecido pelo Incra, nesta terça-feira (03).

A publicação do Relatório Técnico de Identificação e Delimitação beneficia 66 famílias que vivem nos 5.050 hectares, localizados no município de Seabra, naChapada Diamantina.

É a primeira comunidade quilombola reconhecida neste ano e a vigésima primeira na Bahia desde o início do programa Brasil Quilombolas.

“O relatório reitera a política afirmativa de reparação aos remanescentes de quilombos no estado”, afirma o superintendente regional do Incra (BA), Marcos Nery. 

A publicação representa o fim de uma etapa que pretende dar a titulação do território à comunidade.

O chefe do Serviço de Regularização de Territórios Quilombolas do Incra (BA), Flávio Assiz, explica que o relatório reúne estudos antropológicos, históricos, mapas descritivos que reconhecem a ocupação ancestral dessas famílias no território. 

Com a publicação, os proprietários dos imóveis rurais e posseiros, inseridos no Território Quilombola Morro Redondo, serão notificados. 

Segundo Assiz, após a notificação, há um prazo de 90 dias para que o relatório técnico possa ser contestado.

História
A região da Chapada Diamantina que engloba o Território de Morro Redondo foi foco da exploração mineral de ouro e de pedras preciosas no século 18.

No período, escravos africanos da etnia bantos e jêjes foram levados para o local para trabalharem no garimpo de diamantes. O documento ressalta que os escravos eram submetidos a tarefas duras, o que resultou em revoltas e fugas. 

O quilombo de Morro Redondo foi fundado pelo escravo chamado de Timóteo Cardoso que, por volta de 1880, chegou à região junto com Catarina e outros parentes. 

“Timutinho”, como era conhecido, e Catarina tiveram seis filhos. Os primeiros descendentes do território casaram-se entre si. 

O nome “Morro Redondo” é uma referência a uma serra que existe no quilombo. Atualmente, as famílias plantam variações de milho, mandioca, mamona, café e feijão para sobreviveram. Interior Da Bahia

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