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terça-feira, 10 de abril de 2012

Seca em Ichu já preocupa o governo municipal – Por Pedro Oliveira:


Ichu (Por Pedro oliveira – Da Sucursal Regional do Sisal em Coité) – Desde o ano passado em Situação de Emergência, decretada pelo ex-prefeito Carlos Santiago, e até o momento sem receber qualquer auxílio estadual e federal, o município de Ichu, a 180 km de Salvador, está com 90% de suas reservas hídricas secas e nessa situação não é só o homem que sofre com a estiagem. Sem alimentação e água para beber, os animais são os mais atingidos, caindo nos pastos sem força para caminhar, num quadro comovedor já que é terrível vê-los sofrendo sabendo que não há solução ou algo que possa ser feito. Em algumas localidades os rebanhos estão sendo alimentados com a batata de sisal e o mandacaru que ainda existe, uma vez que o plantio de palma é escasso na região.
            O município de Ichu – com uma área territorial de 128 quilômetros quadrados, já foi um dos principais produtores de leite da região de Feira de Santana, mas a sua pecuária enfrenta uma crise muito grande e produção está parada. Os reflexos desse fenômeno climático que tem atingido o município nas ultimas décadas com muito rigor são palpáveis do ponto de vista socioeconômico. O município que chegou a ter 9.915 habitantes em 1996, conta hoje, com apenas 5.269 moradores. Desse total 3.365 residem no perímetro urbano e 1.904 na zona rural.

            O prefeito em exercício José Dias Portugal que esteve segunda-feira 9, observando a limpeza de aguadas, não esconde sua preocupação com a seca.  A frágil economia do município está acabada e não há emprego para ninguém. A prefeitura que tem como principal receita o repasse de 0.6 do FPM, não tem como atender às necessidades da população na medida em que o quadro vai se agravando. A esperança do prefeito está na expectativa de uma ajuda do governador Jaques Wagner. Portugal disse que o município num todo sofre com a estiagem e em várias áreas já não existe qualquer reserva hídrica, citando as localidades de Casa Nova, Tolda, Mumbuca, Licuri, Laranjo, Bouqueirão, entre outras.

O prefeito José Dias vistoria limpeza de aguadas no município
            O ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, Adalberto Carneiro, disse que as piores secas vivida pela população ichuense, foram as de 1932, 1961 e 1993, mas acredita que a atual supere essas anteriores e acredita que se não chover de imediato as roças poderão virar cemitério de carcaças de animais mortos.
           O secretário de Ação Social, Osvaldo Junior Carneiro explicou que o quadro no município não está mais desesperador porque a comunidade conta com 2.200 famílias cadastradas no programa  Bolsa Família, 464 agricultores assistidos pelo programa Seguro Safra, enquanto outras 150 famílias vem sendo contempladas todos os meses com cestas básicas.   
            Com as pastagens secas por toda parte já se vê animais caídos, devido à fome e à sede. “É um quadro triste de se ver. Os animais no chão, sem forças para levantar e ninguém pode fazer nada. Em alguns casos os vaqueiros se reúnem e levantam o animal com a utilização de pedaço de pau que são fincados no chão para sustentá-lo, mas nem todos resistem”, revela um trabalhador entristecido. A situação poderia ser bem pior para os criadores não fosse à existência do sisal, que agora está sendo utilizado para alimentar os animais, juntamente com o mandacaru.

O animal é mantido em pé com um auxílio de cordas e pedaços de madeira
Texto e Fotos – Pedro Oliveira – Tribuna da Bahia

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