Segundo dia de greve, ruas sem ônibus e mais transtornos para a capital baiana. O movimento grevista dos rodoviários - deflagrado na madrugada de quarta-feira (23) - mudou a rotina dos baianos. Quem precisa ir ao trabalho pode escolher outro meio de transportes - são os táxis, mototáxis e transportes clandestinos. Estes, não estão sendo fiscalizados pela Agerba.
Ontem, o presidente dio sindicato dos rodoviários, Manoel Machado, em conversa exclusiva com a equipe de reportagem do Bocão News, esclareceu que "não está nas ruas o efetivo determinado por lei porque estamos com dificuldade. Precisamos de logística para levar os motoristas até as garagens e isto deve ser cedido pelas empresas".
Segundo Machado, 18 mil rodoviários estão parados e "indignados com a situação em que a categoria se encontra", ressaltou. "Estamos fazendo assembleia permanente e abertos à negociação", disse.
O presidente explicou que na última conciliação as empresas ofereceram um reajuste de 4.88%. Já o Ministério Público via Tribunal Regional do Trabalho (TRT) propôs 5.38% no Dieese mais 3% de ganho real. "Caímos de 13.38% para 11%. Este valor já seria defensável", revelou Machado.
Nesta quinta-feira (24) irá acontecer no TRT a conciliação para discutir a greve dos ônibus intermunicipais. A partir daí, caso não haja acordo, um julgamento será marcado. Já nesta sexta-feira (25), às 16h, ocorre o julgamento para os ônibus urbanos. Outra reivindicação apontada por Manoel Machado é o retorno do quinquênio. "Quando o funcionário completava 50 anos ele recebia um aumento de 5%. Há seis anos este benefício foi cancelado".
A greve atinge os serviços de 18 empresas urbanas - que atuam na capital e 15 intermunicipais e de fretamento (turismo). Para Machado, basta haver negociação. "Ou o patronal traz uma proposta digna ou então é continuar parado".
Prefeitura - Em coletiva, o secretário do Transporte do município, José Matos, informou que a prefeitura de Salvador não pode obrigar os rodoviários a retomarem as atividades, já que eles têm direito a greve. Na oportunidade, o secretário disse que a Transalvador disponibilizou 298 veículos complementares nas ruas como alternativa para população fazendo diversos intinerários.
Ainda segundo o secretário, o órgão determinou que toda a frota do Sistema de Transporte Especial Complementar (STEC) esteja em circulação na capital enquanto durar a paralisação. "A prefeitura está muito preocupada com essa situação e convida os rodoviários a cumprir com seu papel de cidadão atendendo o pleito de não deixar a população sem transporte, pois ela é quem mais sofre com a paralisação. Eu não vejo a greve como instrumento de pressão ou persuasão para a Justiça tomar iniciativas", colocou.
A Justiça determinou que 40% dos ônibus devem circular durante a greve, e nos horários de pico, o porcentual sobe para 60%. Se a ordem não for cumprida, o sindicato vai pagar multa de R$ 50 mil reais por dia. O julgamento do dissídio dos rodoviários acontecerá nesta sexta-feira (25), às 14 horas. A data inicial era a próxima segunda-feira. A transferência foi anunciada no final da tarde da última terça em nota publicada no site do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (Bahia).
Sem passagem
Os soteropolitanos que planejam viajar em direção ao interior ou outros estados devem reavaliar os planos. As empresas que realizam vendas de passagens no Terminal Rodoviário de Salvador não estão comercializando passagens enquanto os rodoviários permanecerem em greve.
Segundo a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), que regula o serviço, em função da manifestação da categoria os ônibus estão chegando ao terminal, mas não estão partindo em direção aos seus destinos. “Fomos pegos de surpresa porque pensávamos que a greve era apenas em Salvador.
Mas, agora descobrimos que atinge todo o estado e por isso a venda de passagens estão suspensas”, disse o agente de fiscalização da Agerba, Abd-ul Ramid Novais.
A Agerba orienta aos consumidores que compraram passagens antes do anuncio da greve e que tem bilhetes agendados para os próximos dias, que compareçam aos guichês das empresas para remarcar a data da viagem ou solicitar o valor de volta. Caso a empresa não queria realizar algum dos procedimentos eles devem procurar o setor de atendimento da agência na própria rodoviária.
Intermunicipais
Além da capital, cidades do interior do estado e região metropolitana também amanheceram sem ônibus circulando nesta quarta-feira (23), primeiro dia de greve dos rodoviários da Bahia. Segundo Hélio Ferreira, diretor financeiro do Sindicato dos Rodoviários, nenhum ônibus esta partindo do Terminal Rodoviário de Salvador. “Todos os profissionais que atuam e se enquadram neste setor estão em estado de greve. Vamos aguardar o desenrolar da
situação”.
Uma conciliação será realizada hoje, na sede do TRT, às 10h, para tentar se chegar a um acordo. Caso contrário, um julgamento será marcado.
Reivindicação da categoria
O sindicato da categoria reivindica aumento de 14%, correspondente à inflação, mais 8% de ganho real, além do retorno do quinquênio, fim da terceirização, plano de saúde para empregado e família, 30 tickets no mês, com aumento do valor de R$10,60 para R$15.
Por Caroline Góis // Fotos: Roberto Viana e Gilberto Junior // Bocão News
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