Foi com profunda tristeza que a Cultura Caipira recebeu a notícia do falecimento de José Peres, o Tinoco, excelente Intérprete e Compositor de nossa autêntica Música Caipira Raiz, e que formou junto com João Salvador Peres a inesquecível Dupla Coração do Brasil que foi Toncio e Tinoco.
Nascido em Pratânia-SP (na época, Distrito de Botucatu-SP) no dia (19/11/1920), Tinoco viveu 91 anos dedicados em prol da autêntica Música Caipira Raiz e também da Boa Música Brasileira!! O Dia da Bandeira Nacional é a data do Aniversário Natalício desse Ícone que foi uma das maiores Bandeiras da Música Verdadeiramente Brasileira!!!
Tinoco "passou para o Oriente Eterno" na madrugada do dia 04/05/2012, à 01h:42min, no Hospital Municipal Doutor Ignácio Proença de Gouvêa, na Moóca, bairro da Zona Leste da Capital Paulista, em conseqüência de complicações respiratórias, após ter passado mal na tarde de Quinta-Feira (03/05/2012), quando deu entrada no hospital, com crise respiratória, por volta das 15h:00.
Antes de falecer, Tinoco teve duas paradas cardíacas no hospital e, de acordo com os Médicos que o atenderam, pelos sinais apresentados, ele havia sofrido um enfarte dois antes, apesar de não ter sentido sintoma algum em casa.
Na Quarta-Feira (02/05/2012), Tinoco havia participado da gravação do Programa Viola Minha Viola na TV Cultura de São Paulo-SP, Programa que irá ao ar no próximo dia 20/05/2012, apresentado pela "Madrinha" Inezita Barroso. O velório terá início às 10h:00 no Cemitério Quarta Parada, no bairro do Belém, na Zona Leste de São Paulo-SP e o enterro está marcado para as 17h:00 no Cemitério da Vila Alpina, também na Zona Leste da Capital Paulista.
Tinoco: Receba de Ricardinho essa singela homenagem...
Nascido em Pratânia-SP (na época, Distrito de Botucatu-SP) no dia (19/11/1920), Tinoco viveu 91 anos dedicados em prol da autêntica Música Caipira Raiz e também da Boa Música Brasileira!! O Dia da Bandeira Nacional é a data do Aniversário Natalício desse Ícone que foi uma das maiores Bandeiras da Música Verdadeiramente Brasileira!!!
Tinoco "passou para o Oriente Eterno" na madrugada do dia 04/05/2012, à 01h:42min, no Hospital Municipal Doutor Ignácio Proença de Gouvêa, na Moóca, bairro da Zona Leste da Capital Paulista, em conseqüência de complicações respiratórias, após ter passado mal na tarde de Quinta-Feira (03/05/2012), quando deu entrada no hospital, com crise respiratória, por volta das 15h:00.
Antes de falecer, Tinoco teve duas paradas cardíacas no hospital e, de acordo com os Médicos que o atenderam, pelos sinais apresentados, ele havia sofrido um enfarte dois antes, apesar de não ter sentido sintoma algum em casa.
Na Quarta-Feira (02/05/2012), Tinoco havia participado da gravação do Programa Viola Minha Viola na TV Cultura de São Paulo-SP, Programa que irá ao ar no próximo dia 20/05/2012, apresentado pela "Madrinha" Inezita Barroso. O velório terá início às 10h:00 no Cemitério Quarta Parada, no bairro do Belém, na Zona Leste de São Paulo-SP e o enterro está marcado para as 17h:00 no Cemitério da Vila Alpina, também na Zona Leste da Capital Paulista.
Tinoco: Receba de Ricardinho essa singela homenagem...
"O mesmo chão que dá vida para a natureza, também sustenta o concreto, unindo num só abraço todas as maravilhas que Deus criou, e todas as maravilhas que Deus nos permitiu criar. Do chão nasce a árvore que nos dá o fruto, o alimento da nossa vida e também a madeira, de que entre tantos objetos também se faz a Viola. Do chão brota o minério, que levado para a fundição se transforma em cordas de aço, em que o Violeiro entoa suas mágoas em noites enluaradas. Do chão de Pratânia-SP nasceu um simples filho de lavrador, que como tudo que é predestinado por Deus dá belos frutos. Quis o Criador, que eu, José Pérez, filho de Pratânia-SP, juntamente com meu irmão, enraizasse na Cultura Brasileira, a mais pura expressão popular, a Música Sertaneja. Então, só podemos concluir, que o cháo é o próprio coração de Deus, que ficou aqui na Terra."
(Tinoco, em discurso proferido em 12/12/1997, quando recebeu o Título de Cidadão Pratiano, homenagem do povo de sua verdadeira terra-natal - discurso esse transcrito na página 63 do livro "Tinoco - Um Herói Do Sertão" - Gildo Sanches - Gráfica e Editora Pérez).
Filhos de Maria do Carmo (Brasileira - neta de escravos) e Salvador Pérez (Espanhol de León - Astúrias- havia imigrado em 1892), João Salvador Pérez, o Tonico (02/03/1917-13/08/1994) nasceu numa fazenda em São Manuel-SP e José Pérez, o Tinoco (19/11/1920) nasceu numa fazenda do Arraial de Guarantã em Pratânia-SP, município recém-emancipado (1993), localidade que na época era distrito de Botucatu-SP.
Podemos dizer que Cornélio Pires, através dos Primeiros Discos de Música Caipira, a partir de 1929, já havia começado a exercer influência no gosto musical da futura Dupla Coração do Brasil, ocasião na qual a Família Pérez trabalhava na Fazenda Tavares em Botucatu-SP.
Tonico freqüentava a escola rural e dava lições para colonos mais velhos, que lhe pagavam com frutas, rapaduras, melado e dinheiro. Dos amigos cobrava um litro de querosene por mês (para manter os lampiões da sala de aula), mas dificilmente recebia alguma ajuda.
Tinoco era “mais levado” e gostava de caçar passarinhos com arapucas (apesar de que depois soltava os pobres bichinhos...). Brincava com amigos do arraial e aos Sábados vestia-se de "coroinha" e ajudava na Missa. Também acompanhava o Padre nas refeições e, de volta para casa, levava comida pros irmãos.
Algum tempo depois, os Irmãos Pérez compraram uma Viola feita a canivete (após conseguir, com muita dificuldade, economizar 10 Mil-Réis) e passaram a cantar em dupla, formando conjunto nos "arrastapés" e serenatas.
“Tristeza do Jeca” ( Angelino de Oliveira) foi a primeira música que aprenderam. Em 15 de agosto de 1935 fizeram a primeira apresentação profissional, cantando na Festa do distrito de “Aparecidinha” em São Manuel, num bar atrás da quermesse. Juntamente com o primo Miguel, formavam o "Trio da Roça".
Em 1938, quando Tonico e Tinoco tinham respectivamente 21 e 18 anos, a família foi trabalhar na pedreira Santa Helena, em Sorocaba-SP e, algum tempo depois, seguiu para a Fazenda São João de Sintra, em São Manuel-SP, onde encontraram o primeiro incentivo com José Augusto de Barros, administrador da propriedade. Por seu intermédio, foram à Rádio Clube de São Manuel e, após a apresentação inicial, foram convidados para cantar na emissora aos domingos, apesar de que era sem remuneração...
Pouco tempo depois, foram para a Capital Paulista e instalaram-se na Moóca. João trabalhou como office-boy, e José como servente de pedreiro e, mais tarde como metalúrgico. Em 1943, juntamente com o primo Miguel Pérez, inscreveram-se no programa de calouros comandado por Chico Carretel (Durvalino Peluzo), na Rádio Emissora de Piratininga, mas o sucesso esperado não veio ainda dessa vez.
O Capitão Furtado que estava sem violeiro em seu programa “Arraial da Curva Torta”, na Rádio Difusora (a dupla Palmeira e Piraci havia ido para o Rio de Janeiro a convite da Rádio Nacional), promoveu então um concurso para preencher a vaga: Tonico e Tinoco, juntamente com seu primo Miguel, candidataram-se com o nome provisório de “Trio da Roça”, e cantaram o cateretê "Tudo Tem No Sertão" (Tonico). Classificados para a final, interpretaram "Adeus, Campina da Serra” ( Raul Torres - Cornélio Pires) e conquistaram o primeiro lugar.
Conforme já mencionei, foi o sobrinho de Cornélio Pires, Ariowaldo Pires, o Capitão Furtado que sugeriu à dupla, em 1944 o nome "Tonico e Tinoco": Um dia, durante um ensaio do programa "Arraial da Curva Torta" (os Irmãos Pérez já haviam conquistado o primeiro lugar no concurso de novos violeiros mencionado acima), o Capitão Furtado que apresentava o programa e era também um grande divulgador da Música Sertaneja, havia dito que "uma dupla tão original, com vozes gêmeas, não poderia ter nome espanhol"; "Batizou", na hora, os Irmãos Pérez com o nome de "Tonico e Tinoco".
A dupla estreou em disco, na Continental, pouco tempo depois, em 1944, com o caterete "Em Vez De Me Agradecê" ( Capitão Furtado - Jaime Martins - Aimoré)". Aprenderam a música no mesmo dia e, na semana seguinte, foram gravar o disco 78 RPM. Ensaiaram no estúdio com Orlando Silveira na sanfona. E receberam a seguinte orientação de Ernani Dantas, diretor da Continental: "Tem um só microfone: vocês cantam e, ao terminarem os versos, saem para o conjunto poder entrar". O conjunto era formado por Piraci e Tonico no Violão, Tinoco na Viola, e Xixa no Cavaquinho. Ernani alertou, ainda, que “não poderiam errar”, pois, se isso ocorresse, estragaria a matriz de cera, impossibilitando a gravação.
Quando acendeu a luzinha vermelha, soltaram a voz em Lá Maior, do jeito com que eram acostumados a cantar nos tablados improvisados no interior ("na beira da tuia") e, com tal intensidade, estorou o cristal do microfone. Não teve conserto: a Dupla ficou com apenas uma face do disco (na outra face, o disco ficou com "Salada Internacional" ( Capitão Furtado – Palmeira – Piraci) interpretada pela dupla Palmeira e Piraci).
Bem sucedida com a gravação de “Em Vez de me Agradecê”, a qual serviu de teste, a dupla gravou seu primeiro disco completo, a moda-de-viola "Sertão Do Laranjinha" ( Capitão Furtado - Tonico - Tinoco) e “Percorrendo O Meu Brasil”, (Tonico - Tinoco - João Merlini ), e o sucesso foi imediato.
Logo depois, a dupla também passou a se destacar com clássicos do repertório Caipira Raiz, tais como “Canoeiro” (Zé Carreiro - Alocin), "Cana Verde" (Tonico - Tinoco), "Tristeza do Jeca" (Angelino de Oliveira), "Destinos Iguais" (Ariowaldo Pires - Laureano), "Chico Mineiro" (Tonico - Francisco Ribeiro) e "Vingança do Chico Mineiro" (Tonico - Sebastião de Oliveira).
"Chico Mineiro" (Tonico - Francisco Ribeiro) é, por sinal, um "marco" na carreira de Tonico e Tinoco: gravada pela primeira vez em Abril de 1946, a gravadora havia informado que esse seria o último disco da dupla, já que, de acordo com o encarte do CD "Tonico e Tinoco - Nossas Primeiras Gravações" - RVCD-220 (ver logo abaixo), lançado pela gravadora Revivendo, "...existia uma reclamação dos ouvintes, que alegavam não entender a pronúncia deles..." Porém, graças ao sucesso de "Chico Mineiro" (Tonico - Francisco Ribeiro), Tonico e Tinoco conseguiram adquirir a primeira casa para viverem juntamente com a família na Capital Paulista.
Tonico e Tinoco já estavam se tornando a Dupla Caipira mais famosa do país!!
E ainda sobre "Chico Mineiro" (Tonico - Francisco Ribeiro), de acordo com Ayrton Mugnaini Jr. em seu livro "Enciclopédia das Músicas Sertanejas" (página 72), o próprio Tonico dizia que "Francisco Ribeiro era porteiro das [Emissoras] Associadas, no bairro do Sumaré, em São Paulo-SP. Em 1943 ele apresentou uma poesia, com 25 versos, no programa 'Arraial da Curva Torta'. Enquanto a poesia era lida, eu me lembrava que meu pai contava essa história e que também já a tinha ouvido em muitos lugares: se era em São Paulo, chamava-se Chico Paulista; se era em Goiás, era Chico Goiano - mas a história era sempre a mesma. Conversando com o Francisco, cortamos alguns versos e fizemos um arranjo a partir de uma música muito antiga que nosso pai cantava ('Minha Viola de pinho / que recorda meu passado / alegra quem está doente / consola que está acordado...'). Ficou com uma parte declamada e outra cantada, e foi o maior sucesso."
E ainda no mesmo livro, Ayrton Mugnaini Jr. menciona que logo chegou a hora da "Vingança do Chico Mineiro" (Tonico - Sebastião de Oliveira) e o próprio Tonico nos conta que "Um dia, no programa da Rádio Tupi, apareceu um mocinho que foi dizendo 'Eu sou estudante de Medicina e trouxe esta letra para vocês darem uma olhada. Como "Chico Mineiro" está fazendo sucesso, eu fiz a "Vingança do Chico Mineiro"... 'Acabamos gravando a 'Vingança', em 78 rotações."
Também merece ser destacado que Ariowaldo Pires, o Capitão Furtado havia contratado a dupla Rosalinda e Florisbela para substituir Xandica e Xandoca (que haviam deixado repentinamente o programa "Arraial da Curva Torta" na Rádio Difusora de São Paulo-SP). A jovem dupla feminina era formada por Hebe e Estela Camargo de Taubaté-SP (foto recente à esquerda), filhas do Violinista Sigesfredo Monteiro de Camargo, também conhecido como Fego Camargo, e que tocava no programa "Saudade" na mesma emissora.
De acordo com o livro de Tonico e Tinoco "Da Beira Da Tuia Ao Teatro Municipal" (Editora Ática - 1984 - fora de catálogo) e citado também no livro de Rosa Nepomuceno "Música Caipira - Da Roça Ao Rodeio" (Editora 34 - pág. 138), "... Tonico caiu de amores por Estela Camargo, mas 'cadê a coragem de falar com a moça?' (...) Pediu ao pandeirista Zé Pretinho que ficou encarregado de levar bilhetes à amada, em troca de almoços, todos os domingos, num restaurante perto da rádio. As respostas nunca vinham e, meses depois, a moça ficou noiva. Tonico pediu uma explicação ao amigo, dizendo que estava muito aborrecido com aquilo. 'Mais que eu, não! Agora fiquei sem meu almoço dos domingos!' respondeu Zé..."
Êh, tempinho... Estela não levou prá frente a Carreira Artística, mas a irmã Hebe Camargo, seguiu como excelente cantora da nossa Boa Música Brasileira e continua apresentando seu conhecidíssimo programa semanal atualmente no SBT! E, na foto acima à direita, Tonico e Tinoco no programa de Hebe Camargo que vai ao ar às Segundas-Feiras pelo SBT.
São Paulo era ainda "um tanto provinciana", apesar de estar em crescimento. O Rio de Janeiro era ainda a Capital Federal. E, na década de 40, mais exatamente, após a segunda guerra mundial, ainda havia espaço na Paulicéia Desvairada, via ondas de rádio, para programas sertanejos de grande prestígio: "Manhã na Roça", de Chico Carretel, na Rádio Cruzeiro do Sul; "Brasil Caboclo" e "Onde Canta o Sabiá", do Capitão Barduíno e do Comendador Biguá, na Rádio Bandeirantes; "Alma Cabocla" e também o famosíssimo "Arraial da Curva Torta", do Capitão Furtado, na Rádio Difusora, programa esse já mencionado no site.
Boas duplas caipiras também estavam no auge e dividiam a popularidade com a "Dupla Coração do Brasil", tais como " Nhô Pai e Nhô Fio", Irmãs Castro, Mariano e Caçula, Mandi e Sorocabinha, Sulino e Marrueiro, Zé Fortuna e Pitangueira, Torrinha e Canhotinho, Brinquinho e Brioso, Irmãs Galvão, Zico e Zeca, Liu e Léu, Zilo e Zalo, Cascatinha & Inhana, Nonô e Naná, Raul Torres e Florêncio, Moreno e Moreninho, Nenete e Dorinho, Serrinha e Caboclinho, Tião Carreiro e Pardinho, Vieira e Vieirinha, Palmeira e Biá, Luizinho e Limeira, Peão Carreiro e Zé Paulo e muitas outras. Havia "trabalho garantido para todos".
O sucesso era cada vez maior e muito mais do que merecido. E Tonico e Tinoco receberam o título de "Dupla Coração do Brasil" em 1951, quando o humorista Saracura resolveu assim "batizá-los", pela maneira como interpretavam todos os Ritmos Regionais Brasileiros.
Em 1961, no entanto, Tonico, acometido de tuberculose, foi internado em Campos do Jordão e Tinoco cantou algum tempo com o irmão Chiquinho. Um duríssimo golpe, sem dúvida na carreira da dupla. Após 4 anos e apesar do triste diagnóstico médico, que dizia não haver mais esperanças de Tonico poder voltar a cantar, a Dupla Coração do Brasil se reuniu novamente e voltou a gravar, em 1965.
Apesar de terem participado da primeira transmissão da Televisão Brasileira (a Tupi em 1950) e cantado em todos os canais de TV em São Paulo, e de terem tido também um programa exclusivo na TV Bandeirantes, Tonico e Tinoco sempre preferiram, no entanto, as Estações de Rádio, onde a dupla atuou em programas exclusivos na Tupi, Nacional e Bandeirantes.
Qual terá sido o "Ponto Mais Alto na Carreira de Tonico e Tinoco"?. Em minha opinião, foi em 06/06/1979, quando a Dupla Coração do Brasil apresentou-se no Teatro Municipal de São Paulo, num show que durou três horas e que reuniu um público recorde de 2.500 pessoas!!!. Da "beira da tuia", celeiros centenários onde cantavam no passado, os Irmãos Pérez chegavam a um dos mais famosos teatros do mundo, que até então só havia aberto as suas portas para Óperas, Balés e Concertos Eruditos.
Também escreveram por essa época o livro "Tonico e Tinoco - Da Beira da Tuia ao Teatro Municipal", o qual esperamos que seja reeditado o mais breve possível, já que se encontra fora de catálogo.
O último CD da dupla foi gravado em 1994, pela Polygram (hoje Universal Music), com a participação de Chitãozinho e Xororó e Sandy e Júnior na primeira faixa (intitulada "Coração do Brasil" (Joel Marques - Maracaí)). O último show da dupla foi em Juína-MT, em 07/08/1994. E, no dia 13/08/1994, após uma queda acidental na escadaria do prédio onde morava no bairro da Moóca, um traumatismo craniano fez com que João Salvador Pérez, o Tonico, deixasse esse mundo, repentinamente...
E Tinoco ainda "encontrou forças" no amor que recebeu dos fãs, e na saudade do companheiro que havia partido. Realizou mais de trinta apresentações às quais haviam sido contratadas antes do falecimento de Tonico.
E a vida continuou para Tinoco e os milhares de fãs... e o show não pode parar... Tinoco não parou de trabalhar! Continuou firme na estrada, defendendo a Música Caipira Raiz!
No início de 1995 Tinoco formou por aproximadamente um ano uma dupla com Zé Paulo (o mesmo que durante vários anos cantou em dupla com Peão Carreiro).
Em 1996, Tinoco formou com Uilton Antonio Santos a dupla "Tinoco e Tinoquinho". Uilton havia gravado 2 compactos e 2 CDs, além de ter trabalhado na década de 1970 com João Mineiro e Marciano. Em 1980, formou uma banda, e realizou grandes eventos pelo Interior Paulista. Em 1992, Uilton trouxe sua banda para integrar o Show de Tonico e Tinoco. Com o tempo, foi "batizado" como Tinoquinho e "adotado de coração por Tinoco como se fosse seu filho"...
E Tinoco continua "na estrada": após o falecimento do Tonico, ele já dividiu o palco com cerca de 10 diferentes Músicos Caipiras, tais como Zé Paulo Medeiros, Gentil Rossi, além dos já mencionados Zé Paulo e Tinoquinho, com quem chegou a gravar alguns CD's.
Alguns números interessantes da Produção Musical de Tonico e Tinoco:
Mais de 1500 gravações em:
(Tinoco, em discurso proferido em 12/12/1997, quando recebeu o Título de Cidadão Pratiano, homenagem do povo de sua verdadeira terra-natal - discurso esse transcrito na página 63 do livro "Tinoco - Um Herói Do Sertão" - Gildo Sanches - Gráfica e Editora Pérez).
Filhos de Maria do Carmo (Brasileira - neta de escravos) e Salvador Pérez (Espanhol de León - Astúrias- havia imigrado em 1892), João Salvador Pérez, o Tonico (02/03/1917-13/08/1994) nasceu numa fazenda em São Manuel-SP e José Pérez, o Tinoco (19/11/1920) nasceu numa fazenda do Arraial de Guarantã em Pratânia-SP, município recém-emancipado (1993), localidade que na época era distrito de Botucatu-SP.
Podemos dizer que Cornélio Pires, através dos Primeiros Discos de Música Caipira, a partir de 1929, já havia começado a exercer influência no gosto musical da futura Dupla Coração do Brasil, ocasião na qual a Família Pérez trabalhava na Fazenda Tavares em Botucatu-SP.
Tonico freqüentava a escola rural e dava lições para colonos mais velhos, que lhe pagavam com frutas, rapaduras, melado e dinheiro. Dos amigos cobrava um litro de querosene por mês (para manter os lampiões da sala de aula), mas dificilmente recebia alguma ajuda.
Tinoco era “mais levado” e gostava de caçar passarinhos com arapucas (apesar de que depois soltava os pobres bichinhos...). Brincava com amigos do arraial e aos Sábados vestia-se de "coroinha" e ajudava na Missa. Também acompanhava o Padre nas refeições e, de volta para casa, levava comida pros irmãos.
Algum tempo depois, os Irmãos Pérez compraram uma Viola feita a canivete (após conseguir, com muita dificuldade, economizar 10 Mil-Réis) e passaram a cantar em dupla, formando conjunto nos "arrastapés" e serenatas.
“Tristeza do Jeca” ( Angelino de Oliveira) foi a primeira música que aprenderam. Em 15 de agosto de 1935 fizeram a primeira apresentação profissional, cantando na Festa do distrito de “Aparecidinha” em São Manuel, num bar atrás da quermesse. Juntamente com o primo Miguel, formavam o "Trio da Roça".
Em 1938, quando Tonico e Tinoco tinham respectivamente 21 e 18 anos, a família foi trabalhar na pedreira Santa Helena, em Sorocaba-SP e, algum tempo depois, seguiu para a Fazenda São João de Sintra, em São Manuel-SP, onde encontraram o primeiro incentivo com José Augusto de Barros, administrador da propriedade. Por seu intermédio, foram à Rádio Clube de São Manuel e, após a apresentação inicial, foram convidados para cantar na emissora aos domingos, apesar de que era sem remuneração...
Pouco tempo depois, foram para a Capital Paulista e instalaram-se na Moóca. João trabalhou como office-boy, e José como servente de pedreiro e, mais tarde como metalúrgico. Em 1943, juntamente com o primo Miguel Pérez, inscreveram-se no programa de calouros comandado por Chico Carretel (Durvalino Peluzo), na Rádio Emissora de Piratininga, mas o sucesso esperado não veio ainda dessa vez.
O Capitão Furtado que estava sem violeiro em seu programa “Arraial da Curva Torta”, na Rádio Difusora (a dupla Palmeira e Piraci havia ido para o Rio de Janeiro a convite da Rádio Nacional), promoveu então um concurso para preencher a vaga: Tonico e Tinoco, juntamente com seu primo Miguel, candidataram-se com o nome provisório de “Trio da Roça”, e cantaram o cateretê "Tudo Tem No Sertão" (Tonico). Classificados para a final, interpretaram "Adeus, Campina da Serra” ( Raul Torres - Cornélio Pires) e conquistaram o primeiro lugar.
Conforme já mencionei, foi o sobrinho de Cornélio Pires, Ariowaldo Pires, o Capitão Furtado que sugeriu à dupla, em 1944 o nome "Tonico e Tinoco": Um dia, durante um ensaio do programa "Arraial da Curva Torta" (os Irmãos Pérez já haviam conquistado o primeiro lugar no concurso de novos violeiros mencionado acima), o Capitão Furtado que apresentava o programa e era também um grande divulgador da Música Sertaneja, havia dito que "uma dupla tão original, com vozes gêmeas, não poderia ter nome espanhol"; "Batizou", na hora, os Irmãos Pérez com o nome de "Tonico e Tinoco".
A dupla estreou em disco, na Continental, pouco tempo depois, em 1944, com o caterete "Em Vez De Me Agradecê" ( Capitão Furtado - Jaime Martins - Aimoré)". Aprenderam a música no mesmo dia e, na semana seguinte, foram gravar o disco 78 RPM. Ensaiaram no estúdio com Orlando Silveira na sanfona. E receberam a seguinte orientação de Ernani Dantas, diretor da Continental: "Tem um só microfone: vocês cantam e, ao terminarem os versos, saem para o conjunto poder entrar". O conjunto era formado por Piraci e Tonico no Violão, Tinoco na Viola, e Xixa no Cavaquinho. Ernani alertou, ainda, que “não poderiam errar”, pois, se isso ocorresse, estragaria a matriz de cera, impossibilitando a gravação.
Quando acendeu a luzinha vermelha, soltaram a voz em Lá Maior, do jeito com que eram acostumados a cantar nos tablados improvisados no interior ("na beira da tuia") e, com tal intensidade, estorou o cristal do microfone. Não teve conserto: a Dupla ficou com apenas uma face do disco (na outra face, o disco ficou com "Salada Internacional" ( Capitão Furtado – Palmeira – Piraci) interpretada pela dupla Palmeira e Piraci).
Bem sucedida com a gravação de “Em Vez de me Agradecê”, a qual serviu de teste, a dupla gravou seu primeiro disco completo, a moda-de-viola "Sertão Do Laranjinha" ( Capitão Furtado - Tonico - Tinoco) e “Percorrendo O Meu Brasil”, (Tonico - Tinoco - João Merlini ), e o sucesso foi imediato.
Logo depois, a dupla também passou a se destacar com clássicos do repertório Caipira Raiz, tais como “Canoeiro” (Zé Carreiro - Alocin), "Cana Verde" (Tonico - Tinoco), "Tristeza do Jeca" (Angelino de Oliveira), "Destinos Iguais" (Ariowaldo Pires - Laureano), "Chico Mineiro" (Tonico - Francisco Ribeiro) e "Vingança do Chico Mineiro" (Tonico - Sebastião de Oliveira).
"Chico Mineiro" (Tonico - Francisco Ribeiro) é, por sinal, um "marco" na carreira de Tonico e Tinoco: gravada pela primeira vez em Abril de 1946, a gravadora havia informado que esse seria o último disco da dupla, já que, de acordo com o encarte do CD "Tonico e Tinoco - Nossas Primeiras Gravações" - RVCD-220 (ver logo abaixo), lançado pela gravadora Revivendo, "...existia uma reclamação dos ouvintes, que alegavam não entender a pronúncia deles..." Porém, graças ao sucesso de "Chico Mineiro" (Tonico - Francisco Ribeiro), Tonico e Tinoco conseguiram adquirir a primeira casa para viverem juntamente com a família na Capital Paulista.
Tonico e Tinoco já estavam se tornando a Dupla Caipira mais famosa do país!!
E ainda sobre "Chico Mineiro" (Tonico - Francisco Ribeiro), de acordo com Ayrton Mugnaini Jr. em seu livro "Enciclopédia das Músicas Sertanejas" (página 72), o próprio Tonico dizia que "Francisco Ribeiro era porteiro das [Emissoras] Associadas, no bairro do Sumaré, em São Paulo-SP. Em 1943 ele apresentou uma poesia, com 25 versos, no programa 'Arraial da Curva Torta'. Enquanto a poesia era lida, eu me lembrava que meu pai contava essa história e que também já a tinha ouvido em muitos lugares: se era em São Paulo, chamava-se Chico Paulista; se era em Goiás, era Chico Goiano - mas a história era sempre a mesma. Conversando com o Francisco, cortamos alguns versos e fizemos um arranjo a partir de uma música muito antiga que nosso pai cantava ('Minha Viola de pinho / que recorda meu passado / alegra quem está doente / consola que está acordado...'). Ficou com uma parte declamada e outra cantada, e foi o maior sucesso."
E ainda no mesmo livro, Ayrton Mugnaini Jr. menciona que logo chegou a hora da "Vingança do Chico Mineiro" (Tonico - Sebastião de Oliveira) e o próprio Tonico nos conta que "Um dia, no programa da Rádio Tupi, apareceu um mocinho que foi dizendo 'Eu sou estudante de Medicina e trouxe esta letra para vocês darem uma olhada. Como "Chico Mineiro" está fazendo sucesso, eu fiz a "Vingança do Chico Mineiro"... 'Acabamos gravando a 'Vingança', em 78 rotações."
Também merece ser destacado que Ariowaldo Pires, o Capitão Furtado havia contratado a dupla Rosalinda e Florisbela para substituir Xandica e Xandoca (que haviam deixado repentinamente o programa "Arraial da Curva Torta" na Rádio Difusora de São Paulo-SP). A jovem dupla feminina era formada por Hebe e Estela Camargo de Taubaté-SP (foto recente à esquerda), filhas do Violinista Sigesfredo Monteiro de Camargo, também conhecido como Fego Camargo, e que tocava no programa "Saudade" na mesma emissora.
De acordo com o livro de Tonico e Tinoco "Da Beira Da Tuia Ao Teatro Municipal" (Editora Ática - 1984 - fora de catálogo) e citado também no livro de Rosa Nepomuceno "Música Caipira - Da Roça Ao Rodeio" (Editora 34 - pág. 138), "... Tonico caiu de amores por Estela Camargo, mas 'cadê a coragem de falar com a moça?' (...) Pediu ao pandeirista Zé Pretinho que ficou encarregado de levar bilhetes à amada, em troca de almoços, todos os domingos, num restaurante perto da rádio. As respostas nunca vinham e, meses depois, a moça ficou noiva. Tonico pediu uma explicação ao amigo, dizendo que estava muito aborrecido com aquilo. 'Mais que eu, não! Agora fiquei sem meu almoço dos domingos!' respondeu Zé..."
Êh, tempinho... Estela não levou prá frente a Carreira Artística, mas a irmã Hebe Camargo, seguiu como excelente cantora da nossa Boa Música Brasileira e continua apresentando seu conhecidíssimo programa semanal atualmente no SBT! E, na foto acima à direita, Tonico e Tinoco no programa de Hebe Camargo que vai ao ar às Segundas-Feiras pelo SBT.
São Paulo era ainda "um tanto provinciana", apesar de estar em crescimento. O Rio de Janeiro era ainda a Capital Federal. E, na década de 40, mais exatamente, após a segunda guerra mundial, ainda havia espaço na Paulicéia Desvairada, via ondas de rádio, para programas sertanejos de grande prestígio: "Manhã na Roça", de Chico Carretel, na Rádio Cruzeiro do Sul; "Brasil Caboclo" e "Onde Canta o Sabiá", do Capitão Barduíno e do Comendador Biguá, na Rádio Bandeirantes; "Alma Cabocla" e também o famosíssimo "Arraial da Curva Torta", do Capitão Furtado, na Rádio Difusora, programa esse já mencionado no site.
Boas duplas caipiras também estavam no auge e dividiam a popularidade com a "Dupla Coração do Brasil", tais como " Nhô Pai e Nhô Fio", Irmãs Castro, Mariano e Caçula, Mandi e Sorocabinha, Sulino e Marrueiro, Zé Fortuna e Pitangueira, Torrinha e Canhotinho, Brinquinho e Brioso, Irmãs Galvão, Zico e Zeca, Liu e Léu, Zilo e Zalo, Cascatinha & Inhana, Nonô e Naná, Raul Torres e Florêncio, Moreno e Moreninho, Nenete e Dorinho, Serrinha e Caboclinho, Tião Carreiro e Pardinho, Vieira e Vieirinha, Palmeira e Biá, Luizinho e Limeira, Peão Carreiro e Zé Paulo e muitas outras. Havia "trabalho garantido para todos".
O sucesso era cada vez maior e muito mais do que merecido. E Tonico e Tinoco receberam o título de "Dupla Coração do Brasil" em 1951, quando o humorista Saracura resolveu assim "batizá-los", pela maneira como interpretavam todos os Ritmos Regionais Brasileiros.
Em 1961, no entanto, Tonico, acometido de tuberculose, foi internado em Campos do Jordão e Tinoco cantou algum tempo com o irmão Chiquinho. Um duríssimo golpe, sem dúvida na carreira da dupla. Após 4 anos e apesar do triste diagnóstico médico, que dizia não haver mais esperanças de Tonico poder voltar a cantar, a Dupla Coração do Brasil se reuniu novamente e voltou a gravar, em 1965.
Apesar de terem participado da primeira transmissão da Televisão Brasileira (a Tupi em 1950) e cantado em todos os canais de TV em São Paulo, e de terem tido também um programa exclusivo na TV Bandeirantes, Tonico e Tinoco sempre preferiram, no entanto, as Estações de Rádio, onde a dupla atuou em programas exclusivos na Tupi, Nacional e Bandeirantes.
Qual terá sido o "Ponto Mais Alto na Carreira de Tonico e Tinoco"?. Em minha opinião, foi em 06/06/1979, quando a Dupla Coração do Brasil apresentou-se no Teatro Municipal de São Paulo, num show que durou três horas e que reuniu um público recorde de 2.500 pessoas!!!. Da "beira da tuia", celeiros centenários onde cantavam no passado, os Irmãos Pérez chegavam a um dos mais famosos teatros do mundo, que até então só havia aberto as suas portas para Óperas, Balés e Concertos Eruditos.
Também escreveram por essa época o livro "Tonico e Tinoco - Da Beira da Tuia ao Teatro Municipal", o qual esperamos que seja reeditado o mais breve possível, já que se encontra fora de catálogo.
O último CD da dupla foi gravado em 1994, pela Polygram (hoje Universal Music), com a participação de Chitãozinho e Xororó e Sandy e Júnior na primeira faixa (intitulada "Coração do Brasil" (Joel Marques - Maracaí)). O último show da dupla foi em Juína-MT, em 07/08/1994. E, no dia 13/08/1994, após uma queda acidental na escadaria do prédio onde morava no bairro da Moóca, um traumatismo craniano fez com que João Salvador Pérez, o Tonico, deixasse esse mundo, repentinamente...
E Tinoco ainda "encontrou forças" no amor que recebeu dos fãs, e na saudade do companheiro que havia partido. Realizou mais de trinta apresentações às quais haviam sido contratadas antes do falecimento de Tonico.
E a vida continuou para Tinoco e os milhares de fãs... e o show não pode parar... Tinoco não parou de trabalhar! Continuou firme na estrada, defendendo a Música Caipira Raiz!
No início de 1995 Tinoco formou por aproximadamente um ano uma dupla com Zé Paulo (o mesmo que durante vários anos cantou em dupla com Peão Carreiro).
Em 1996, Tinoco formou com Uilton Antonio Santos a dupla "Tinoco e Tinoquinho". Uilton havia gravado 2 compactos e 2 CDs, além de ter trabalhado na década de 1970 com João Mineiro e Marciano. Em 1980, formou uma banda, e realizou grandes eventos pelo Interior Paulista. Em 1992, Uilton trouxe sua banda para integrar o Show de Tonico e Tinoco. Com o tempo, foi "batizado" como Tinoquinho e "adotado de coração por Tinoco como se fosse seu filho"...
E Tinoco continua "na estrada": após o falecimento do Tonico, ele já dividiu o palco com cerca de 10 diferentes Músicos Caipiras, tais como Zé Paulo Medeiros, Gentil Rossi, além dos já mencionados Zé Paulo e Tinoquinho, com quem chegou a gravar alguns CD's.
Alguns números interessantes da Produção Musical de Tonico e Tinoco:
Mais de 1500 gravações em:
83 "bolachões" 78 RPM;
30 compactos simples e duplos;
82 LPS;
03 CDs inéditos, além de mais de 50 CDs remasterizados (40 dos quais remasterizados recentemente pela Globo/Continental).
Apesar do número, calcula-se que apenas um pouco mais da metade da Produção em Vinil de Tonico e Tinoco tenha sido realmente remasterizada em CD. Esperamos que esse trabalho continue, para que tal Patrimônio Histórico Musical esteja acessível a todos nós e também à "nova geração de apreciadores"!
Venderam mais de 150 milhões de cópias, recorde até hoje nunca superado por nenhum outro artista, realizando também um incontável número de apresentações em toda a carreira.
Para nossa felicidade, as primeiras 21 gravações deixadas em 78 RPM pela Dupla Coração do Brasil foram remasterizadas no CD "Tonico e Tinoco - Nossas Primeiras Gravações" - RVCD-220 lançado pela excelente gravadora Revivendo com um excelente trabalho de León Barg em termos do resgate das preciosas gravações históricas, que vão de 1944 a 1948, muitas das quais disponíveis apenas em 78 RPM até então! A 1ª. faixa é a histórica gravação de "Em Vez De Me Agradecer" (Capitão Furtado - Jaime Martins - Aimoré) que ocupava o Lado A do disco 78 RPM Nº. 15.385-A, da Continental (Matriz 10.324-2), gravada em Novembro de 1944 e lançada em Julho de 1945. Conforme já foi mencionado, no Lado-B desse "bolachão", foi gravada a música "Salada Internacional" (Capitão Furtado - Palmeira - Piraci) pela dupla " Palmeira e Piraci" e esse "bolachão" 78 RPM foi a estréia em disco de Tonico e Tinoco. A mencionada gravação do Lado-B também foi lançada pela Revivendo no CD "Palmeira e Piraci - Caboclinho Apaixonado" - RVCD-181.
Tinoco, além de grande cantor e violeiro, transmitia em seus depoimentos mensagens lindas como por exemplo: "o esteio do mundo é a família, se você tiver uma família cuide bem dela e trate com muito carinho"; falava também que o artista deve ser humilde e não forçar a voz para cantar, pois assim você está agredindo os seus fãs; "eu mais Tonico nascemos, crescemos e envelhecemos cantando, nunca acertamos as contas um com o outro, ou seja quando um precisava o outro acudia, pois o dinheiro deixamos sempre em segundo plano; vocês prestem atenção: "onde chega o dinheiro estraga o artista, mas com a gente era diferente. A dupla ganhou vários slogans como: A DUPLA CORAÇÃO DO BRASIL", OS EXPOENTES MÁXIMOS DA MÚSICA SERTANEJA" e OS CAMPEÕES DA POPULARIDADE" e, mesmo com tantos e tantos títulos sempre foram humildes, ajudaram vários orfanatos e instituições de caridade por onde passava.
Devotos de Nossa Senhora Aparecida, Tinoco também disse que o que mais marcou na vida deles foi que nunca um chegou para o outro e disse: " Você fez alguma coisa que eu não gostei", ou seja era uma união divina, onde o que um quisesse o outro concordava e nunca tiveram nenhum desentendimento ou discussão em quase 60 anos cantando juntos pelo Brasil.
Descanse em Paz com Deus Tinoco e ao lado de seu irmão Tonico sua memória estará sempre viva e presente nos coração de todos os brasileiros!
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