Feira de Santana viveu um final de semana atípico. Acostumada com a violência urbana e suas recorrentes mortes, nas noites de sexta a domingo não foi registrado nenhum homicídio. Mas, em contrapartida à tranquilidade das festas juninas, a violência se mostrou em outro campo: o trânsito.
Neste período, três motociclistas sofreram acidentes fatais nas ruas e avenidas da cidade. O número de acidentes no trânsito já chamou a atenção do Ministério da Saúde, que tem que investir mais a cada ano no setor de saúde pública, só para socorrer as vítimas do trânsito no Brasil.
Infelizmente, acidentes com motocicletas são constantes e, se nem todos são fatais, em vários os motociclistas sofrem ferimentos graves que podem ocasionar sequelas por toda a vida.
No Mapa da Violência de 2011, realizado pelo Instituto Sangari, o estudo de uma década (de 1998 a 2008) relevou o crescimento assustador de óbitos de motociclistas no Brasil. Em 1998 foram registrados 1.047 mortes e em 2008 este número pulou para 8.939, um aumento de 754% no período de dez anos. Em 2010, os óbitos chegaram a 10.825. Com isso a taxa de mortalidade cresceu de 4,8 por 100 mil habitantes para 5,7/100 mil.
Estes números já preocupam o Ministério da Saúde, que fez um levantamento para saber o impacto que estes acidentes causam no Sistema Único de Saúde (SUS). As internações por acidentes com motociclistas pressionam a rede pública de saúde e lotam os prontos-socorros. Os custos pagos pelo SUS em 2011 foi 113% maior, em relação ao ano de 2008, com gastos que passaram de R$ 45 milhões para R$ 96 milhões.
Em Feira de Santana, nos primeiros quatro meses deste ano já ocorreram 331 acidentes envolvendo motos. Em 51 deles, houve feridos e um óbito (dados da Secretaria Municipal de Transporte de Trânsito - SMTT).
Na Bahia, as mortes com acidentes de moto foram 521 em 2010, em comparação com o ano de 2008 (com 267 mortes), o aumento foi de 95%, o que levou a rede pública de saúde gastar R$ 2 milhões a mais que em 2008.
O número de mortes no Brasil por este tipo de acidente aumentou 21% nos últimos anos – de 8.939 motociclistas em 2008 para 10.825 óbitos em 2010. Com isso, a taxa de mortalidade cresceu de 4,8 óbitos por 100 mil habitantes para 5,7/100 mil entre 2008 e 2010.
Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o Brasil está vivendo uma epidemia de acidentes de trânsito e que, na primeira vez da história, a taxa de mortalidade entre motociclistas superou a de pedestres (5,1/100mil) e a de outros veículos, como carros, ônibus e caminhões (5,4/100 mil).
As principais vítimas destes acidentes são jovens entre 20 e 29 anos, cerca de 40%. Se a faixa etária for de 20 a 39 anos, a porcentagem aumenta para 62%. A predominância nacional dos óbitos é entre os homens, que representaram 89% desta triste estatística em 2010.
Os fatores de riscos indicados no levantamento do Ministério da Saúde apontaram o excesso de velocidade e o consumo de bebida alcoólica antes de dirigir. O aumento da frota de motocicletas também foi um dos fatores que ajudou a aumentar o número de acidentes. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o número de motos registrados cresceu 27% entre 2008 e 2010, passando de 13 milhões de veículos para 16,6 milhões.
As informações são do Jornal Folha do Estado, com foto de Guilherme Andriani.
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