O projeto de engenharia está em fase de elaboração e as obras devem começar em seis meses.
A Bahia terá em breve a primeira biofábrica de sisal do Brasil, que vai funcionar em Cruz das Almas, numa parceria entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). O projeto de engenharia está em fase de elaboração e as obras devem começar em seis meses.
Um importante passo para a implantação da biofábrica será a vinda para a Bahia, em julho, de dois especialistas mexicanos para conhecer o local e dar orientações sobre como efetivar, pela primeira vez no Brasil, um sistema de micropropagação por cultura de tecidos de plantas do gênero agave, que inclui a agave-sisalana (sisal), o híbrido 11.648 (planta resistente à podridão-vermelha, principal doença do sisal) e a agave-tequilana, que por ser rica em açúcar (frutose) permite a produção de destilados, como a tequila mexicana, bioetanol, xarope e o fitoterápico inulina.
O pesquisador Neftali Uchoa Alejo e o professor da Universidade Autônoma de Ganajuato, Rafael Ramírez Malagón, vêm à Bahia para conhecer de perto a realidade do estado e ajudar na transferência de tecnologia. Será uma retribuição da visita que técnicos da Secti fizeram ao México em abril deste ano para conhecer as pesquisas realizadas pelas universidades que trabalham com agave e fechar parcerias.
Na UFRB, a pesquisadora e pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Ana Cristina Fermino, estará liderando o projeto. O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Câmera, afirmou que já está sendo realizado, em parceria com a UFRB, um estudo com imagens de satélite para fazer um zoneamento agroecológico da região sisaleira e do semiárido baiano. “O objetivo é identificar em que condições de solo e clima poderemos montar os campos experimentais para introduzir as diversas espécies de agave”.
Câmera disse que, enquanto no México a pesquisa é feita em escala de laboratório, na Bahia, a biofábrica vai produzir mudas em quantidade para fornecer aos produtores. “A intenção é produzir um milhão de mudas por ano, quando a unidade estiver em pleno funcionamento”.
Além de mudas melhoradas para a região sisaleira, a biofábrica produzirá espécies que servirão para produção de bioetanol, bebidas destiladas e produtos farmacêuticos, a exemplo de xampus anticaspa, pomadas para candidíase e outros fitoterápicos. “A tecnologia de micropropagação que será desenvolvida na biofábrica vai permitir a diversificação de espécies e a introdução de plantas melhoradas para a cultura do sisal”, explicou o secretário.
Fonte: Calila Notícias
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