sábado, 9 de junho de 2012

Viúva foi parada pela polícia quando transportava corpo do marido:

Foto: FuturaPress
 Elize Matsunaga recebeu multa por andar em carro sem licenciamento

Elize Matsunaga, 38 anos, chegou a ter o carro parado pela Polícia Militar Rodoviária de São Paulo quando transportava em malas o corpo esquartejado do marido, Marcos Matsunaga, 42 anos. A bacharel em direito matou o executivo da Yoki no dia 19 de maio e no dia seguinte saiu para se desfazer dos restos mortais.
Segundo a Folha Online, Elize foi parada no dia 20 porque estava em uma Pajero TR4 com o licenciamento vencido. Um "radar inteligente" detectou o problema e informou a policiais militares rodoviários, que pararam o carro na Rodovia Antônio Romano Schinchariol, a SP-127. Elize foi multada pela infração, segundo a Polícia Civil.

Multa recebida por Eliza quando ia se desfazer de restos do corpo do marido

A multa foi aplicada já em Capão Bonito, a 226 km de São Paulo - segundo a polícia, Elize seguia para o Paraná, onde iria se desfazer das partes do corpo do marido. No caminho, ela se arrependeu e voltou para São Paulo, pensando na filha de 1 ano. Os restos mortais de Matsunaga foram abandonados em Cotia, na Grande São Paulo.
Depois de abandonar os pedaços do corpo do executivo, Elize voltou para a casa onde morava com o marido - a filha ficou no local com uma babá pelas 12 horas em que a mãe esteve ausente.
Crime 
A viúva confessou o crime na quarta-feira. Após oito horas de depoimento, o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Jorge Carrasco, disse que não há dúvidas em relação à autoria do crime e acredita que o assassinato não foi premeditado. Segundo ele, Elize afirmou que realizou tudo sozinha e atirou contra o marido na sala, após uma discussão conjugal por conta de uma traição que teria sido descoberta por ela.


A arma usada para matar o executivo - uma pistola 380 - foi um presente dele para a mulher - Matsunaga era colecionador de armas. Elize revelou que a pistola não estava entre as que foram entregues para a Guarda Municipal de Cotia destruir. Ela a guardou em uma gaveta do apartamento onde eles moravam, na Vila Leopoldina (Zona Oeste). O casal fazia curso de tiro e ela era considerada uma boa atiradora. 



Após o disparo, que atingiu o lado esquerdo da cabeça de Marcos, Elize disse ter levado o corpo do marido para um quarto do imóvel e ter aguardado cerca de 10 horas antes de esquartejá-lo no banheiro da empregada. Os vestígios de sangue foram limpos depois. 



Conhecedora de anatomia - Elize é técnica de enfermagem e trabalhou em um centro cirúrgico -, ela disse ter usado uma faca com lâmina de 30 centímetros para cortar os braços, pernas, tronco e a cabeça do executivo. Após o trabalho, que durou cerca de quatro horas, ela embalou os pedaços em sacos plásticos. 



Em seguida, Elize usou três malas para transportar o corpo e dirigiu até uma estrada de terra em Cotia, na Grande São Paulo, onde atirou todos os pedaços em um matagal. Ela disse que o casal frequentava um sítio em Ibiúna e costumava passar pela estrada. 



Criança não viu nem ouviu nada

As malas e a faca foram jogadas em outro local, que Elize já indicou para a polícia. O delegado Jorge Carrasco disse que a polícia vai apreender os objetos. Uma testemunha de Cotia disse à polícia ter visto quando um motociclista, vestido de preto e em uma moto escura, jogou os sacos no matagal. O marido de uma das três empregadas do casal também chegou a ser investigado, mas agora a polícia descarta ajuda no crime. 



“Não houve mentira, o depoimento foi seguro. Os indícios eram muito fortes e foram apresentados para ela. Não acredito que ela esteja acobertando ninguém”, disse Carrasco.



Segundo a polícia, enquanto Elize saiu para desovar o corpo do marido, a filha deles, de 1 ano, ficou no apartamento com uma babá. O delegado disse que dificilmente a menina viu alguma coisa, pois os cômodos do imóvel são distantes. O barulho do tiro também não deve ter sido ouvido, pois as janelas têm proteção antirruído. 



Elize também revelou em seu depoimento que, após cometer o crime, doou o colchão onde o casal dormia para uma babá, que será ouvida pela polícia ainda hoje. O casal tinha três empregadas: uma doméstica e duas babás. Elas não tinham acesso a todos os cômodos do apartamento, segundo a polícia. 


Segundo o delegado Carrasco, Elize não disse em seu depoimento se estava arrependida pelo crime. Presa desde segunda-feira, segundo a polícia, ela teve a prisão prorrogada pela Justiça por mais 15 dias. Ela deve ser indiciada por homicídio qualificado, com ocultação de cadáver. 



O advogado da família da vítima, Luiz Flávio Borges D'Urso, disse ontem que “a família se sente reconfortada com a confissão e com o trabalho da polícia”.


Fonte: Correio24horas

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