Rosemário Alves Maciel, 24 anos, teve o pedido de liberdade provisória atendido
Rosemário deu o nome do irmão ao ser preso Foto: Reprodução/Evandro Veiga
O homem que fez o irmão inocente passar 84 dias no xadrez foi solto do Presídio Salvador, no Complexo Penitenciário da Mata Escura, na tarde desta quarta-feira (25). Rosemário Alves Maciel, 24 anos, teve o pedido de liberdade provisória atendido. Ele estava no presídio desde janeiro do ano passado.
Em 2008, Rosemário realizou um assalto e, sem documentos, deu o nome do irmão, o operador de fotocopiadora Romário Alves Maciel, 25 anos, no depoimento.
Semanas depois, Rosemário (preso sob o nome de Romário) conseguiu fugir da Delegacia de Furtos e Roubos, na Baixa do Fiscal. E nunca mais a família soube dele.
Três anos depois, em abril deste ano, Romário brigou com a mulher e foi denunciado por ela por ameaça. Quando os policiais puxaram sua ficha, estava lá o registro do assalto. Dado como foragido, Romário foi preso no trabalho, na frente dos colegas.
O erro foi descoberto a partir do exame das impressões digitais. Após 84 dias, na quinta-feira, Romário foi finalmente solto da 18ª Delegacia (Camaçari) e recebido com festa no bairro. Ele só soube que o irmão estava preso na tarde da última sexta-feira.
Rosemário mandou dois ex-colegas de cadeia até o local em que Romário mora atualmente, na casa da avó, na Cidade Nova. Romário estava almoçando quando os dois homens chegaram.
“Primeiro fiquei com medo de meu irmão ter mandado eles para me matar. Aí disseram que só queriam dar um recado”, contou Romário. O recado era, enfim, um pedido de desculpas. “Eles disseram que Rosemário estava arrependido do que fez. Se antes eu já perdoava ele, imagine agora”, disse Romário.
Por intermédio dos rapazes, Rosemário, que é conhecido na prisão como Seu Barriga, também tentou justificar o fato de ter usado o nome do irmão quando foi preso, em 2008, por ter roubado um celular, R$ 5 e US$ 1.
“Parece que Rosemário estava jurado de morte por policiais. Quando o cara dá várias entradas na mesma delegacia, o pessoal quer logo ‘queimar’. Já era a quinta vez que ia preso. Com medo de morrer, sem documentos, deu o nome de Romário”, explicou Luiz Araújo, tio dos irmãos.
Romário foi preso no lugar do irmão (esq.); Tio prova erro em exame (dir)
correio24horas *Com informações do repórter Alexandre Lyrio
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