Técnicos
da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e membros
da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo da Bahia
(Coetrae-BA), órgão coordenado pela Secretaria da Justiça, Cidadania e
Direitos Humanos (SJCDH), estão no município de Araci, a 36 quilômetros
de Serrinha, para conhecer a realidade dos trabalhadores e preparar uma
audiência pública com a temática de enfrentamento ao trabalho escravo.
Juntos,
eles pretendem construir um protocolo de atendimento dirigido aos 120
trabalhadores da região de Araci, que foram resgatados recentemente por
estarem exercendo trabalho em condições degradantes em um canteiro de
obras de condomínios de luxo, na cidade de Belo Horizonte. A denúncia
foi encaminhada à Coetrae-BA pelo Programa de Enfrentamento ao Tráfico
de Pessoas (PETP/MG), da Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas
Gerais.
Articulação
– Para a coordenadora estadual da Agenda Bahia do Trabalho Decente,
Patrícia Lima, a realização da ação mostra que há uma união de forças no
estado para a erradicação do trabalho escravo. Desde a criação da
Agenda Bahia do Trabalho Decente, em 2007, já é possível conferir alguns
avanços nesse intento.
Segundo
Lima, duas grandes conquistas nesse sentido são a aprovação do Plano
Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo, que integra o Programa
Bahia do Trabalho Decente, e a sanção do Fundo Estadual de Promoção do
Trabalho Decente (Funtrad), que tem os recursos oriundos de multas ou
punições determinadas pela Justiça do Trabalho ou provenientes de Termos
de Ajustamentos de Conduta realizados com o Ministério Público do
Trabalho revertidos em ações específicas para a promoção do trabalho
decente no estado.
A
presença dos técnicos da Setre e dos integrantes do Coetrae, no
município de Araci, busca realizar um diagnóstico e ouvir as
necessidades e anseios dos trabalhadores resgatados para posterior
articulação de políticas públicas voltadas para essas pessoas. As ações
desenvolvidas pelos órgãos competentes da cidade, para inclusão social
dos trabalhadores resgatados, também estão sendo monitoradas e fazem
parte dos estudos desse grupo intersetorial que visita a cidade.
Ainda
segundo Patrícia Lima, o trabalho análogo ao escravo é mais
predominante na zona rural. “Durante a fiscalização realizada por
auditores da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), em
parceria com o Ministério Publico do Trabalho, é frequente encontrar
trabalhadores com jornadas de 12 a 14 horas diárias, sem carteira
assinada, sem alimentação, e em condições precárias de alojamento”.
Fonte: Portal Cleriston Silva, extraído do AL Noticias
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