Comandante da 14ªBTPM teria omitido segurança em Santo Antônio de Jesus
Omissão, falta de segurança, seis baleados e dois mortos. Este é o balanço da tragédia e da acusação feita pelo pai de uma vítimas contra o tenente-coronel do 14º BPM, Luziel Andrade, Santo Antonio de Jesus, cidade localizada a 193 km de Salvador.
No dia 7 de outubro - dia das eleições, houve uma festa na Praça Padre Mateus para comemorar a vitória do prefeito Humberto Leite (PDT), que concorreu à vaga da prefeitura contra Dalva Mercês (PSB). Mas, o que era para ser só uma comemoração terminou em tragéida. "Não havia policial na praça e tenho 10 mil testemunhas para provar isso. Todos viram quando a mulher chegou atirando e meu filho foi baleado", contou à redação do Bocão News, Plínio da Paixão, pai de Patrício Fernandes da Paixão, de 17 anos, assassinado à queima roupa.
"Ele não colocou polícia na rua porque o candidato dele não ganhou", denunciou Plínio, afirmando que o tenente-cornel Luziel Andrade apoiava a candidata do PSB. "Ele chegou a fazer uma lista chamada 'Festa da Vitória' onde as patrulhas estavam organizadas para trabalhar das 19h às 1h. Mas, como o 12 ganhou nenhum policial saiu", disse o pai, que agora pede justiça.
Segundo ele, esta escala feita pelo tenente, da qual ele teve acesso e disponibilizou ao Bocão News, ficou só no papel e, logo após resultado das eleições, nenhum PM foi visto nas ruas. "Ele ainda assinou o livro de pauta onde consta a liberação dos policiais às 21h. Tive acesso a este livro e agora quero Justiça. Se tivesse segurança isso não teria acontecido", afirmou.
Mas, em contato com o tenente-coronel Luziel Andrade, ele nega qualquer omissão. "Eu estava lá no momento do crime. Infelizmente, isso que aconteceu foi uma fatalidade", disse, contando à equipe do Bocão News que foi um crime passional. "Uma mulher viu marido com outra, foi em casa, pegou a arma e chegou na rua atirando. Ela foi, imediatamente, presa pela Polícia Civil. Havia policiais na rua sim", contestou.
O tentente afirmou que a escala foi feita e que os policiais trabalharam durante toda a eleição. A escala do dia foi solicitada pela equipe do Bocão News, mas o oficial preferiu se ater ao fato de "quem tem boca fala o quer" e negou participação na escala apresentada pelo denunciante. Questionado sobre possíveis motivações políticas, Andrade nega qualquer tipo de ligação com a política. "Fiz reuniões durante as eleições com colaboradores das duas campanhas para garantir a segurança da cidade. Aqui correu tudo bem, a não ser por este crime isolado e que não tinha como ser previsto", alegou.
O 14ª Batalhão é reponsável pela segurança de 20 municípios e possui 17 agentes com duas viaturas. "Não havia ninguém na rua. Meu filho morreu e minha família está destruída", concluiu o pai.
Por: Caroline Gois // Bocão News
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