Acredita-se que a religião seja o tema mais discutido ao redor do mundo na atualidade devido o mau comportamento de seus líderes.
No Brasil, a discussão acontece em torno da expansão do sistema mercadológico da fé. Igrejas que iniciaram com poucos membros cresceram muito, e se transformaram em grandes negócios.
Muitos acreditam piamente que seus
dízimos e ofertas estão se direcionando para Deus. No entanto,
cabem várias perguntas a respeito do destino desse dinheiro: você saberia, na
ponta do lápis, quanto a sua igreja recolhe de dízimos e ofertas
mensalmente? Para onde está migrando esse dinheiro? Quais são os
investimentos feitos a partir dele? O grande absurdo reside no fato de não
haver uma prestação de contas ao Fisco, e muito menos aos fiéis.
A Constituição Federal de 5/10/1988 é a lei
fundamental e suprema do Brasil, que esta situada no topo do ordenamento jurídico.
A estrutura desta carta magna esta dividida em nove títulos, contendo ao todo
250 artigos, muito bem elaborados, mas que ainda apresenta algumas falhas,
especialmente nesse aspecto e que tentaremos apontar para deixá-lo mais
esclarecido e ciente da gravidade que pode trazer um artigo equivocado no meio
social.
Dentre os noves Títulos da Constituição Federal,
iremos ressaltar os equívocos do TÍTULO VI – TRIBUTAÇÃO E ORÇAMENTO,
especificamente no que tange o artigo 150, inciso VI, alínea b. É vetado aos
entes da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), estabelecer
impostos sobre templos de qualquer culto, estendendo essa vetação também aos
patrimônios, renda e serviços, vinculadas às suas finalidades essenciais (art.
150, VI, b e parágrafo 4º), sendo assim não haverá na isenção de impostos e de
fiscalização um confronto com o princípio da isonomia tributária?
Esta ausência de controle pode levar a sérias
consequências: o abuso de direito, almejando objetivos ilícitos, como o
enriquecimento sem causa, que afronta as normas regimentalmente estabelecidas.
É sabido que no Brasil existem diversas religiões e é com essa diversidade que
várias pessoas, conhecedoras dessa realidade, aproveitam a ingenuidade e da
crença, para criarem organizações religiosas, apenas com uma única intenção,
comprar jatinhos, carros, mansões, fazendas com rebanhos de gado, canais de TV,
e dentre outras formas de lazer e curtição proporcionados a partir o dinheiro
do dízimo ou da oferta dos fieis. Juristas
já detectaram a inconstitucionalidade parcial do referido artigo que imuniza as
igrejas de declarem seu faturamento.
O tratamento do referido artigo da Constituição
Federal que permite a isenção fiscal para as organizações religiosas é um
péssimo benefício, pois abre uma brecha para qualquer pessoa ou empresa deixar
de pagar impostos, colocando seu dinheiro na conta bancária de uma igreja que
serve de fachada.
Imaginemos, caros leitores, uma igreja que por
ventura seja do mesmo dono de uma empresa, como por exemplo, um canal de
televisão. Imaginemos a fortuna que pode estar sendo desviada, ao ser
depositada na conta da igreja, e como nós sabemos, não há, nem jamais haverá
fiscalização, pois os próprios constitucionalistas na hora da aprovação do
texto supracitado, não analisaram nem sequer observaram os despropósitos que essa
imunidade suscitaria.
Além dos já
mencionados imóveis e meios de transporte comprados com o dinheiro das contribuições
de fiéis, há outros gastos que precisam de um ajustamento de conduta - terrenos
adquiridos por preços exorbitantes, com o objetivo de ampliação de seus templos,
ornamentá-los com muito luxo. Que dizer de horários que são pagos à televisão?
Estão na estratosfera, bem pertinho do céu, sem contar os altos salários pagos
a determinados líderes.
A igreja primitiva
era identificada pelas comunidades e os mais necessitados usufruíam
prioridade máxima das contribuições de irmãos que possuíam imóveis –
propriedades vendiam-nas, entregavam o dinheiro aos apóstolos, e por sua vez, eram
supridas as necessidades uns dos outros. O Apóstolo Paulo chegou a afirmar: “a igreja que está reunida em sua casa”,
mostrando que não havia preocupação em se construir templos, porque a igreja que
Cristo fundou não é erigida de tijolos, pedra, cimento – mas composta de
pessoas. Entretanto, esta atitude louvável dos apóstolos deveria ser imitada,
pelo menos em parte. Porém, quando um membro se encontra precisando de algo, ao
invés de prestarem assistência com o dinheiro dos dízimos e ofertas, preferem
sobrecarregar ainda mais os irmãos com mais coletas, e alegam que não se pode
mexer no dinheiro do dízimo porque é do “senhor”.
Os fiéis não
têm conhecimento de quanto se recolhe de dízimos e ofertas. E você tem
pleno direito de saber o que é feito com seu dinheiro, afinal quem contribui
para algo é porque deseja ver tal projeto acontecendo de fato. ACORDA FIÉL!!!
A ABRAVIPRE
– Associação Brasileira de Apoio a Vítimas de Preconceito Religioso foi
constituída com o objetivo de defender vítimas de religiosidade, no entanto, pelo
fato de observar uma onda de escândalos financeiros perpetrados por
determinadas instituições religiosas, não poderia silenciar. E conclama
entidades da sociedade civil organizada, personalidades, e formadores de
opinião, o Ministério Público, a CDH/OAB, Partidos Políticos a construirmos uma
frente, no sentido de desencadearmos um grande movimento nacional pela
construção de um PL – Projeto de Lei pela transparência tributária nas
instituições religiosas, por meio de um abaixo assinado, na modalidade da Ficha
Limpa feita para os políticos. Para que as igrejas continuem usufruindo o
privilégio da imunidade tributária, precisariam se adequar a transparência -
apresentar a sua contabilidade fiscal a Receita Federal, incluso a sua
aplicabilidade.
Este artigo,
e a Petição Pública proporcionam a largada sobre o tema apresentado, e é
importante informar, que recebemos a adesão de publicitários que se voluntariam
em produzir leyouts para outdoors, camisetas, bandeiras, cartazes, etc, que
durante todo o período de nossa campanha serão utilizados.
Com o
agravamento dos problemas sociais, as pessoas perderam
o senso crítico de como vêem as notícias do sagrado por meio da grande mídia,
sendo assim, mitos
religiosos tem exercido forte pressão psicológica sobre a vida de
freqüentadores de religiões. Contudo, fornecer o pão espiritual na forma correta
às massas é de fundamental importância. Também é preciso que cada um de nós
divulgue amplamente nossos materiais nas redes sociais, e por último, para que
se materializem nossas propostas na vida real é extremamente necessário sair de
nossas camarinhas para as ruas, exteriorizarmos a temática, provocarmos o
debate, gerarmos um fato político nos meios religiosos.
Quando os
fiéis detectarem de que seus dízimos e ofertas não estão sendo aplicados
conforme os padrões bíblicos, em socorro dos necessitados, devem cobrar
transparência dos mesmos fazendo com que esse dinheiro seja investido em ações
adequadas, e assim, progressivamente, a exploração comercial religiosa se
dissipará.
Por fim,
queremos dizer que estamos à disposição de entes públicos para realização de
palestras, visando uma melhor difusão da questão envolvendo o preconceito
religioso e os objetivos da ABRAVIPRE.
Conheça a ABRAVIPRE – E ajude-nos a lutar pelos seus direitos. Nenhuma
crença / religião está acima da lei.
ASSINE PELA TRANSPARÊNCIA FISCAL RELIGIOSA
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2012N30306
Juntem-se
a nós! Vamos exercer o direito de cidadania
Enviado Por Sebastião Ramos - Presidente da ABRAVIPRE
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