quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Vander se diz humilhado pelo Bahia: "Se for melhor, honro a camisa do Vitória"


Uma história de 11 anos chega ao fim. No Fazendão, Vander cresceu, aprimorou os fundamentos de um jogador e chegou ao profissional, onde conquistou o acesso à Serie A do Brasileiro em 2010 e o estadual deste ano. Hoje, aos 22 anos, só espera o fim do contrato, dia 31 de janeiro de 2013, para deixar o clube.

"Fico um pouco triste. Nunca imaginei passar por isso", diz o meia-atacante. O destino mais provável é o rival Vitória. Hipótese admitida por Sandro Vasconcelos, ex-ponta campeão brasileiro de 1988 pelo Bahia e um dos empresários do atleta. "Temos uma proposta do Vitória, mas não fechamos ainda. A partir do momento que o presidente Marcelo Guimarães Filho liberou o atleta, podemos conversar com qualquer clube", diz.

Em 2012, Vander participou de 25 jogos, sete como titular. Fez apenas dois gols. Atualmente, treina em horários opostos ao do grupo principal e, de acordo com o empresário, não recebe salário há dois meses. "Falei com o presidente que colocaria o clube na Justiça se eles não pagassem o terceiro mês, mas ele disse que vai pagar. Vai ser sempre assim: quando for vencer o terceiro, pagam um", acredita.

O presidente Marcelo Guimarães Filho, que afirma ter participado de três rodadas de negociações com o meia e seus agentes, voltou a falar sobre a saída do jogador. "Chamamos Vander e seus procuradores para acertarmos a renovação, sempre tentando encontrar as melhores condições para o clube e o atleta. Infelizmente, não chegamos a um acordo e Vander não quer assinar", sustenta. "Como a lei prevê, ele já pode ter assinado ou assinar futuramente com qualquer clube do mundo, inclusive o Vitória".

Sandro nega, mas, de acordo com informações de um funcionário do Bahia que pediu para não ser identificado, Vander já teria assinado um pré-contrato com o rival. O salário seria de R$ 80 mil, e o dinheiro das luvas, inclusive, teria sido usado para comprar um carro novo. O contrato no Vitória seria de quatro anos.

ENTREVISTA COM VANDER

O presidente afirmou ter feito três propostas de renovação e você não aceitou. É verdade?
Eles passaram uma proposta pra meu empresário que, junto comigo e meus pais, achamos melhor não aceitar. Sei que tenho algumas sondagens e propostas de clubes do Brasil, China e Japão. Salários até três vezes maiores do que o que Bahia me ofereceu.

Seu empresário confirma uma proposta do Vitória, mas diz não ter fechado. Jogaria no rival?
Sou profissional. Tenho que pensar hoje em mim, nos meus pais e na minha filha. Se for o melhor pra mim vestir a camisa do Vitória, vou honrar como sempre fiz pelo Bahia.

Faltou valorização?
Acho que merecia ser mais respeitado. Se o Bahia achou muito o que pedi, compreendo, é uma opção deles. Mas não concordo em deixarem meu salário atrasado dois meses enquanto os outros estão em dia. Eu já fiz muito pelo Bahia. Joguei cinco meses neste ano com o ombro lesionado. Joguei contra o Sport em 2010 um dia depois de ter extraído dois dentes. Sempre dei meu máximo. Mas tudo bem. O futuro vai mostrar quem é quem.

O que mais te deixa chateado?
Nunca ter tido sequência como titular. Todo jogo eu entrava no fim. Estava bem. Só queria uma sequência pra estourar. Queria ter o prazer de trabalhar mais com Jorginho. Treinei duas semanas com ele e posso dizer que foi um dos melhores que já trabalhei. Mesmo sabendo da situação, sempre me deu atenção e conversou comigo.

Ainda há chance de renovar?
Essa humilhação que o Bahia está me fazendo passar me deixou muito decepcionado. Se eu disser a você que essa renovação passa pela minha cabeça, estaria mentindo.

Fonte: Jornal Correio* On Line

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