A Bahia lidera o ranking de denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes. Até junho deste ano, o Disque 100, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), recebeu 1.980 denúncias
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Foto: Morgana Miranda |
As mãos que balançaram o berço e que ajudaram nos primeiros passos foram as mesmas que despiram à força Bianca (nome fictício) quando ela tinha 12 anos. Desvirginada pelo próprio pai, a menina foi estuprada durante um ano, sempre à noite, na mesma cama que dividia com os irmãos. A mãe abandonou a casa ao flagrar um dos abusos e Bianca hoje cria o filho de 2 anos, fruto da relação incestuosa.
O caso de Bianca é mais comum do que se imagina. Em Salvador, todos os dias, uma criança - ou adolescente - é estuprada. De acordo com a Delegacia de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente (Dercca), foram exatos 234 casos em 234 dias, de 1º de janeiro até esta terça (21).
Dados da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República colocam a Bahia em primeiro lugar no ranking nacional de denúncias de abusos, com 1.980 casos registrados de janeiro a junho deste ano (veja ao lado). Em Salvador, o caso mais recente aconteceu em Cajazeiras VII, na noite de terça-feira.