Dia do Trabalho em Riachão do Jacuípe é marcado por muita festa e protestos

O foco todo ano, tem sido a cobrança das reivindicações feitas pelo sindicato, mas, este o que se viu foi a polarização de vaias e aplausos entre correligionários do ex-prefeito Laurinho e da atual prefeita Tânia. 

A festa em homenagem ao trabalhador em Riachão do Jacuípe, está próximo de completar 30 anos, e com essa tradição, já se consolidou como  a maior de todo território do Jacuípe e Sisal e uma das maiores do estado da Bahia, a realização é por conta do Sindicato do Trabalhadores Rurais do Município. O evento reuniu na manhã e início da tarde desta quinta-feira, 1º cerca de cinco mil pessoas, a grande maioria de trabalhadores rurais, segundo estimativa da coordenação.

Os trabalhadores chegaram em caravana a partir das 08h e se concentraram  na frente do Sindicato onde havia um trio elétrico que por volta das 09h30 saiu em direção a Praça Nossa Senhora da Conceição, no trajeto os trabalhadores cantavam e dançavam até a frente da Igreja matriz onde estacionou e serviu de palanque para as reivindicações que tradicionalmente são feitas a cada ano e discursos de políticos ligados ao Partido Comunista do Brasil – PCdoB.

Mas a festa do trabalhador em Riachão do Jacuípe sempre foi marcada pela rivalidade politica municipal, nesta de hoje, a prefeita Tânia Matos promoveu um café da manhã em um restaurante próximo ao local de desembarque das caravanas, e, como não podia ser diferente o clima chamou a atenção, pois centenas de correligionários da prefeita aproveitaram um carro de som, e já na saída do trio iniciaram uma festa paralela, fato percebido pelo diretor do Sindicato Teodomiro Paulo que pediu que fosse retirado o carro de som do meio do povo, sob ameaça de não prosseguir a festa do sindicato. O pedido foi aceito sem nenhuma resistência, mas a mobilização de apoio à prefeita continuou ao som do trio elétrico, isto porque no meio da multidão estava o ex-prefeito Lauro Falcão, vereadores  e outras lideranças que contaram com uma militância que empunhando cartazes demonstravam a insatisfação com a administração da prefeita, fato que “roubou” a cena, o duelo grupo de Laurinho e grupo de Tânia ficou acirrado, principalmente quando o trio parou em frente a igreja. Bastava um orador mencionar o nome de um ou outro politico para a vaia ser entoada.

Laurinho e seu grupo ficou ao lado esquerdo do trio, enquanto a prefeita Tânia tocando pandeiro caiu na dança com os correligionários.

O Sindicato costuma convidar os políticos para “dar seu recado” e parabenizar os trabalhadores, mas este ano os políticos da cidade, mesmo a prefeitura tendo apoiado a realização a prefeita Tânia Matos ficou no meio do povo, e  foi obrigada a ouvir dos correligionários do ex-prefeito Laurinho “ fora Tânia”, mas a prefeita estava cercada de seguidores que também não ficavam por baixo, vaiava o grupo do ex-prefeito.

A equipe da prefeita Tânia organizou várias faixas e colocou em pontos estratégicos da cidade, enquanto o grupo de oposição levou cartazes para o meio da multidão.

A situação chegou a preocupar, pois alguns militantes com nervos a flor da pele por pouco não saíram em vias de fato, quando o presidente do Sindicato Renivaldo Miranda deu por encerrada as atividades com uso do trio elétrico, já que a festa do trabalhador seguia em um palco montado no jardim em frente a igreja, os militantes continuaram o “bate boca” e foi preciso a intervenção do policia militar para se colocar como divisória de um grupo do outro.

Valfredo (camisa branca) preferiu não alimentar as provocações.

Se as provocações já estavam em clima de tensão, piorou quando alguns militantes se aproximaram de Lauro Falcão pegaram o ex-prefeito colocaram nos ombros para o delírio de centenas de seguidores. O mesmo o grupo de Tânia tentou fazer, alguns militantes se dirigiram para levantar nos ombros o filho da prefeita Tânia Matos, o Valfredo Junior, que exerce a função de secretario de administração, mas o mesmo pediu aos militantes que não revidasse.

“Em vez de vim comemorar a festa do trabalhador e ouvir suas reivindicações, a gente viu foi uma disputa besta pelo poder dos políticos, as eleições que vêm são para deputado e não para prefeito, mas esse povo entra ano e sai ano desse jeito”, a festa é bonita mas ficou feia por conta dessa rivalidade politica”, protestou José Luiz Carneiro,  morador da região de Barreiros.

Redação CN * fotos: Raimundo Mascarenhas

Políticos visitam Riachão do Jacuípe para acompanhar a festa do trabalhador, mas só os comunistas sobem ao trio e discursam