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sábado, 19 de julho de 2014

Ichu: Colégio Santo Antonio é destaque do MOC no Projeto Comunicação pelos Direitos


ÍndiceO Colégio Santo Antonio situado no Povoado de Barra em Ichu foi destaque mais uma vez em reportagem publicada no Site do Movimento de Organização Comunitária (MOC).

No referido colégio é desenvolvido o Projeto Comunicação pelos Direitos que inclusive já foi assunto para a imprensa Nacional e Internacional. Confira o texto do MOC.

Vozes do semiárido na luta pelos direitos das crianças e dos adolescentes

A hora do intervalo é o momento mais esperado do dia no Colégio Santo Antônio, localizado na comunidade de Barra, município de Ichu. É nesse momento que os/as alunos/as do colégio se divertem e se reúnem para participar da programação da rádio poste do Projeto Comunicação pelos Direitos.  Uma realização do Movimento de Organização Comunitária (MOC) com o patrocínio da Petrobras, o Projeto Comunicação pelos Direitos na região Sisaleira busca através de ações de comunicação contribuir para o fortalecimento dos direitos das crianças e dos adolescentes em comunidades rurais de dez municípios do Território do Sisal, sendo eles: Araci, Serrinha, Conceição do Coité, Ichu, Quijingue, Retirolândia, Valente, São Domingos, Queimadas e Nordestina.

Com o envolvimento das comunidades, crianças e adolescentes, educadores/as, comunicadores comunitários e jovens comunicadores/as o Projeto Comunicação pelos Direitos trabalha com ações de educomunicação e tem a rádio poste como uma importante ferramenta de mobilização e participação popular na luta pelos direitos. Na comunidade de Barra, Cíntia Almeida e Jociel Silva são os jovens comunicadores responsáveis pelo funcionamento da rádio poste. São eles que colocam a rádio no ar e junto com a escola articulam ações envolvendo as crianças e os adolescentes e também os moradores.

Quando a rádio está no ar, a alegria e a animação estão garantidas. A comunidade fica atenta a todas as informações transmitidas durante a programação e também as músicas que são tocadas. Com caráter educativo, a programação apresenta desde dicas de saúde e higiene, como comunicados dos moradores, associação, igrejas e também divulgação dos eventos locais.

Vez e voz da comunidade- Localizada a 09 quilômetros da sede do município de Ichu, a comunidade de Barra, antes do Projeto Comunicação pelos Direitos não possuía nenhum veículo de comunicação próprio. Boa parte das notícias e informações que chegavam aos moradores e moradoras eram provenientes dos meios de comunicação situados na sede e também dos grandes veículos de porte regional, estadual e nacional.  Hoje, através da rádio poste, a comunidade é representada e o direito à comunicação é exercido de forma que todos/as podem participar do espaço da rádio, expressar suas ideias, participar e interagir com tudo que é apresentado, como relata a jovem Cintia Almeida. “A rádio poste, têm o papel de dar vez e voz à nossa comunidade. É um meio de comunicação muito forte que contribui tanto para fortalecer os direitos das crianças e dos adolescentes, como também para divulgar as notícias, eventos e também a mobilização comunitária”, diz.

Além do programa diário, apresentado durante os intervalos da escola, a rádio também tem programas apresentados por membros da igreja e de moradores/as. A ideia é que a programação fique cada vez mais organizada e também variada. Existe uma comissão gestora local composta por membros da escola, Conselho Tutelar, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, membros do Sindicato dos Trabalhadores/as Rurais, comunicadores/as comunitários e associação comunitária, que discutem e planejam o trabalho da rádio.

As crianças e os adolescentes são os principais protagonistas do projeto e também do trabalho da rádio. Elas contribuem na elaboração das pautas dos programas, fazem entrevistas, apresentam trabalhos realizados na escola. Todas as ações são em prol do seu bem estar e do fortalecimento dos seus direitos.

Para Jociel Silva, jovem comunicador, um dos grandes destaques do projeto e do trabalho da rádio é realmente a participação das crianças e dos adolescentes. Eles estão sempre motivados e animados e não há nenhum tipo de timidez ou receio. “Percebemos isso com a alegria deles e também a autoestima. Participam de tudo com prazer e multiplicam as experiências com as famílias e com a comunidade”, afirma.

Cíntia Almeida já é considerada uma jovem liderança na comunidade. As atividades da Igreja Católica e o Projeto Comunicação pelos Direitos contribuíram muito para o seu desenvolvimento e aprendizado. “Confesso que no início do projeto foi desafiador ainda tinha muito receio de te tudo, mas com o decorrer das atividades, fui aprendendo e melhorando algumas habilidades que tinha. Minha família desde o início sempre me apoiou, pois sabia da importância social que o projeto tinha, e que iria contribuir para o meu desenvolvimento intelectual.”, diz.

Recém aprovada no curso de Filosofia da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) ela afirma que a comunicação lhe permitiu avançar e alargar os passos da sua caminhada. “Melhorei muito a escrita, venci a timidez e também ampliei a minha visão de mundo. “Levo comigo uma nova maneira de pensar, de agir, de me comportar diante das diversas situações. Acima de tudo, levo comigo a certeza de que sou capaz e posso através dos meus conhecimentos contribuir para melhorar a minha comunidade.”, completa.

A comunidade de Barra já é uma referência no trabalho de comunicação e os resultados são vistos a partir das muitas visitas que passam por lá.  Pessoas de diversos lugares do país e também do mundo já visitaram a comunidade e se encantaram com a forte mobilização comunitária e as ações de comunicação. A comunidade já têm boas perspectivas de desenvolvimento. Através de novos projetos e parcerias, surge a vontade de ampliar os conhecimentos e projetar as experiências. Isso pode ser visto nos olhares e nos sorrisos de cada criança e de cada adolescente. São eles que dão vida ao trabalho e provam que no sertão é possível viver bem, com dignidade e ter os direitos respeitados.

Por: André Luiz com adaptação do texto do MOC

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