Casal conta momento de pânico quando esteve em poder de assaltantes em Riachão do Jacuípe (saiba com detalhe como tudo aconteceu)

Foram mais de seis horas a mulher grávida de sete meses, gerente da loja, como refém.

O Calila Noticias único site presente em Riachão do Jacuípe na cobertura de uma tentativa de assalto com sequestro e família refém, a uma Joalheria no Centro de Riachão do Jacuípe, trás informações detalhadas de como tudo aconteceu, já que a equipe de reportagem chegou quando o dia estava amanhecendo.

De acordo com o casal Ivan Fonseca, 55 anos, Leila Regina, de 33 anos, grávida de 7 meses, ela que é gerente da Joalheria Mascarenhas, localizada a Rua Aurélio Mascarenhas, passava da meia noite quando surgiram quatro homens na residência no bairro Caixa ´D’água, arrombaram a porta e fizeram além deles dois, a filha de 10 anos de refém.

Veículo usado pelo bando antes de pegarem o carro da família.

Depois de ficarem em poder dos bandidos, alguns mais violentos principalmente contra Ivan que ficou com o rosto machucado depois de receber uma coronhada, três criminosos pegaram o carro da família na garagem e deixaram o que eles estavam em frente à residência, saindo com Leila com destino a Joalheria, ficando em casa Ivan e a filha na mira da arma de um assaltante.

De portas abertas veículos usado pelos marginais. Veículo prata nada tem 
a ver com o episódio.

Segundo um policial da Cipe Litoral Norte – CAEL faltava pouco para às 04h da madrugada quando a guarnição realizava ronda de rotina, até que viu um veículo em atitude suspeita e com as portas abertas, (era o carro tirado da garagem de Leila), ao se aproximar, os policias encontraram um indivíduo dentro do veículo, e ao perguntar o que estava acontecendo, o bandido disse que está havendo um assalto e que havia dois comparsas e a gerente dentro do estabelecimento comercial.

Um dos bandidos detido quando se preparava para entrar na joalheria

O bandido que estava fora logo foi algemado e colocando na carroceria de uma viatura, a partir daquele momento, a Polícia já sabia que além de Leila gerente da loja como refém, seu esposo e uma filha também estavam em poder de criminosos e passou a solicitar reforço, e minutos depois várias guarnições de cidades vizinhas, da Polícia Militar e Civil chegaram a cidade, policiais da CETO do 16º Batalhão/Serrinha e da 4ª Cia PM Coité foram para frente da residência do casal, enquanto outras viaturas permaneceram nas proximidades da Joalheria.

Delegado Getúlio Queiroz negociando com o assaltante

 A equipe do CN ao chegar por volta das 05h30 policias da CAEL pediram que colaborasse para que os bandidos se entregassem, pois haviam dito que precisavam de colete a prova de bala e presença da imprensa, minutos depois chegou o delegado titular de Conceição do Coité, Getúlio Paranhos Queiroz, que entregou seu colete e a partir dali passou a realizar as negociações. Chegaram também repórteres de rádio de emissoras locais e o delegado aproximou todos da porta e conversava com a dupla informando que ali estava a imprensa e que não iria acontecer nada contra eles. Os repórteres se identificavam e até chamavam os estúdios para mostrarem que estavam ao vivo, mas não bastava, a imprensa que se referia era equipe de televisão, um dos assaltantes que se identificou como sendo Frank que posteriormente seria descoberto que o nome era falso, continuou a conversa com o delegado, depois continuou pelo celular, e neste momento a polícia já havia solicitado a presença da TV Subaé de Feira de Santana, distante 70 km de Riachão.

Mas nova proposta dos bandidos foi feita ao delegado, o que estava negociando pediu a equipe de TV e exigiu também a presença da sua mãe que reside em São Sebastião do Passé, o delegado conseguiu o contato com a mãe do assaltante que informou a situação e a mesma prometeu que estaria saindo para ajudar no desfecho dessa história.

Nesse momento centenas de pessoas já observavam a movimentação a distância, já que a Polícia colocou um cordão de isolamento, e ninguém pode se aproximar.

Pouco antes das 09h a equipe de TV Subaé chega a cidade e, ao ser avisada que as exigências dos bandidos que estavam na Joalheria eram mais que a do criminoso que permanecia na residência do casal, repórter, cinegrafista e assistente foram até a casa, os policiais se aproximaram da janela e informaram da chegada da equipe de TV, ele então abriu a porta fazendo Ivan de escudo humano, quando certificou que a equipe filmava, atendeu aos policiais e jogou a arma, um revólver calibre 38 no chão, colocou as mãos pra cima e em seguida foi algemado, ele informou que tem três passagens pela Polícia por roubo.

Cerca de 50 minutos depois, a mãe do jovem que tem apenas 16 anos, chegou usando colete a prova de bala e sob proteção dos delegados Mozart da 15ª Coordenadoria de Serrinha e Getúlio de Coité, se aproximou da porta e falou com o filho que já estavam usando colete a prova de bala e levantou a porta com os braços erguidos, em seguida ele e o comparsa foram ordenados a se deitarem quando receberam algemas.

Chegada da mãe de um dos assaltantes a joalheria.menos de um minuto 
a porta foi aberta

Ao perceber a saída dos bandidos a multidão não se conteve a ameaçou se aproximar da viatura na tentativa de até linchar os criminosos, mas a Polícia deu a proteção os conduzindo até a Delegacia onde foram ouvidos e identificados. Aldeir Pereira do Nascimento, de 25 anos, primeiro a ser detido, Diego dos Santos Bonfim, de 18, o segundo que estava com Ivan e a filha, Danilo Chagas de Carvalho, de 24, e o adolescente de 16.

Após a saída, a Polícia encontrou uma espingarda calibre 12 e um revólver que estava em poder da dupla além de uma mochila cheia de mercadoria que havia retirado da vitrine e do estoque da loja.

Na delegacia depois de prestarem depoimento Ivan e Leila falaram com a imprensa. Ivan disse que agiram com muita violencia enquanto estavam em sua casa, mas quando ficou apenas um esteve mais tranquilo, e a preocupação dele passou a ser maior com Leila, gestante e como refém de dois assaltantes armados.

Leila disse que respeitam sua gravidez e em nenhum momento agiram com violência contra ela. Questionada se temia pela sua vida ou dos familiares, ela disse que não tem como não imaginar isso, pois nunca se sabe o que se passa na cabeça das pessoas.

Da esquerda para a direita: Aldeir, Diego, Danilo e o adolescente.

Redação CN * fotos: Raimundo Mascarenhas