APAE continua
passando por sérias dificuldades
financeiras
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Fundada em março de 1990, a Associação
de Pais e Amigos dos Excepcionais de Ichu (APAE) já foi uma das
principais instituições sociais do município e porque não dizer da
região do sisal.
Com um trabalho sério e comprometido, a APAE conseguiu
dar dignidade para diversas pessoas com necessidades especiais
contribuindo para a inclusão social.
Durante esses 25 anos de existência
foram muitas campanhas, festas, torneios, eventos, buscas de parcerias,
entre outras iniciativas para que junto com as mensalidades dos sócios a
entidade continuasse realizando com muito amor o seu papel.
Apesar de toda a importância, a entidade
ao longo do tempo passou a conviver com as dificuldades, falta de
recursos e muitas das vezes de apoio, chegando a uma situação bastante
complicada.
No
início da atual gestão, o Prefeito Antonio George em entrevista ao Site
AL Notícias informou que por estar começando os trabalhos não teria
como, naquele momento, ajudar diretamente a APAE, mas estaria junto com o
Deputado Estadual Bira Corôa cobrando da SEDES a liberação de recursos.
(Relembre).
Naquela ocasião, George afirmou que
estava lutando para tirar o município da inadimplência, mas que com o
tempo iria encontrar uma maneira de ajudar a entidade.
Em outubro de 2013, a Rádio Independente
entrou nessa luta e desenvolveu uma campanha para que a comunidade se
mobilizasse e não deixasse fechar a APAE e consequentemente acabar com a
história e o legado desta instituição.
Diretoria da
Independente FM reunida com
integrantes da APAE (Foto: Ichu
Notícias)
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Com o objetivo de tentar se inteirar e
ao mesmo tempo mostrar para a comunidade ichuense a atual situação da
APAE, a equipe do AL Notícias conversou com Natalina Oliveira
(Presidente) que fez um breve relato de como está a Associação de Pais e
Amigos dos Excepcionais de Ichu.
Leiam na íntegra o relato da Professora Natalina Oliveira (Presidente da APAE)
A Presidente conclama
toda a sociedade
ichuense a colaborar,
pois a situação
se agrava a cada dia.
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Nossa Escola tem por missão a garantia
do acesso e permanência do aluno em nossa Instituição preparando e
levando à inclusão Social, visando à socialização para uma aprendizagem
de qualidade, atuando em parceria com as partes interessadas visando o
atendimento das necessidades e expectativas da população por nós
atendida.
Atendemos uma clientela de 70 alunos.
Sendo 40 em sala de aula e 30 em atendimento domiciliar, mas atualmente
contamos com uma frequência diária de 25 alunos contando com alguns da
Rede Municipal que recebem atendimento em nossa Escola em turno oposto.
Nossos funcionários são dez: sendo 02 doados pela Prefeitura; 02 doados pelo Estado; 02 PST; 01 terceirizado e 03 pela Associação.
Contamos com um número de 60 sócios fixos e mais alguns que ajudam indiretamente sempre.
Dificuldades:
1- Pouca participação dos pais em reuniões;
2-Conclusão dos documentos exigidos para
a Lei de Subvenção Social já que alguns dependem de terceiros e estamos
aguardando; Motivo este que ainda não foi renovado o contrato com a
Prefeitura Municipal;
3- Funcionários que trabalham em nossa Associação com salários atrasados em virtude do atraso do repasse por parte da SEDES (Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social) que se encontra atrasado desde os últimos meses do ano passado.
4- A Merenda Escolar que somos
contemplados pelo PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) até
hoje não foi enviada para a nossa escola mesmo já tendo procurado O
Conselho Municipal de Educação.
E esta é a nossa atual situação estamos
vivendo da contribuição dos Sócios que não dá para cobrir metade das
despesas do mês. Mas se não fossem “eles” não teríamos nada!
Às vezes penso até em entregar, mas
apesar de não estar bem de saúde sou persistente e acredito em um Deus
Criador que no final tudo dará certo.
Algumas conquistas:
Conseguimos sanar a dívida com a Receita Federal que estava em torno R$ 2.764,72, mas depois da negociação pagamos R$ 1.382,36;
Resgatar o PDDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) do Ministério da Educação, pois desde 2009 não estávamos mais recebendo.
Meus agradecimentos ao AL Notícias e
especialmente a você pela oportunidade e pedir apoio não só do Poder
Público, mas de toda comunidade.
Caso queiram fazer alguma doação a nossa C/C é 051.082 Agência-3064
Ressaltando que o apoio moral também é
válido nos ajudando com um trabalho de conscientização, pois em pleno
Século XXI ainda tem muitas pessoas que acham que a APAE é lugar para
doido, quando na verdade são pessoas muito especiais que como nós, AMAM e
com toda sinceridade e pureza no coração!
A situação da APAE de Ichu tem sido um
dos pontos de discussão nas reuniões do Conselho Municipal de
Assistência Social, principalmente pela falta de liberação de recursos
por parte do Governo do Estado.
Conforme José Carlos (Secretário de Assistência Social), ele tem cobrado bastante da SEDES o repasse do referido recurso.
Recentemente, Natalina Oliveira esteve
na Secretaria de Educação conversando com Renato Adelino quando o mesmo
ainda atuava como Secretário, cobrando ajuda para a merenda escolar. Na
oportunidade, Renatinho informou que estaria conversando com o Prefeito
George com o objetivo de encontrar uma solução.
Passados alguns dias, houve a
substituição de Renato Adelino por Carlos Tadeu, tendo a nossa equipe
entrado em contato com o novo Secretário de Educação que garantiu que
vai juntamente com o Prefeito verificar as finanças do município, para
tentar encontrar uma maneira de colaborar com a entidade de forma legal e
dentro das possibilidades.
Detalhe:
Surgiram diversos comentários de que o
MEC (Ministério da Educação) pretendia fechar as APAES, e assim muitos
começaram a encarar essas entidades com outra visão, no entanto, em
nota, a própria Autarquia (MEC) descartou essa possibilidade
esclarecendo o seguinte:
O objetivo do MEC é construir
uma política educacional inclusiva com o apoio de todos. Portanto, cabe
esclarecer que as APAEs não vão deixar de existir. O modelo de educação
inclusiva defendida pelo MEC é apoiado também por entidades
especializadas no atendimento de pessoas com deficiência, como por
exemplo, a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, e
também por entidades como a União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Educação (Undime).
O MEC entende que estudantes com
deficiência têm especificidades e precisam ter atendimento mais
individualizado. No entanto, o atendimento individualizado deve dialogar
com a escola em que o aluno está inserido. O MEC entende que é
fundamental para o aluno com deficiência acessar as escolas regulares
para ter experiência e convivência escolar com outros estudantes. É
importante também que os estudantes que não possuem deficiências
aprendam a lidar e respeitar as diferenças. Isso faz parte do processo
de socialização, que se inicia na escola.
O Site AL Notícias se solidariza com a APAE e cobra de todos ajuda efetiva para a entidade.
Reportagem André Luiz – AL Notícias
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