O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, na tarde desta
quinta-feira (1º), com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão no
Palácio Guanabara, em Larajeiras, na Zona Sul do Rio. Ao final do
encontro a portas fechadas, Lula e Pezão conversaram com a imprensa e o
ex-presidente comentou a decisão do presidente da Câmara do Deputados,
Eduardo Cunha, nesta quarta-feira (2), de autorizar a abertura do
processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff:
"Eu me sinto indignado com o que estão fazendo com o país. A presidenta
fazendo um esforço incomensurável para que a gente aprove os ajustes que
têm que ser aprovados nesse país, pra ver se a gente consegue recuperar
a economia e fazer a economia crescer, e tem muitos deputados querendo
contribuir, mas o presidente da Câmara me parece que tomou a decisão de
não se preocupar com o Brasil", disse Lula.
De acordo com o ex-presidente, Cunha está pensando apenas nele: "Me
parece que a prioridade dele é se preocupar com ele, quando esse país de
210 milhões de habitantes é mais importante do que qualquer um de nós
individualmente". "Parecia que o país estava andando pra normalidade. No dia que a
presidenta consegue aprovar, novas bases para o orçamento de 2015, o que
a gente percebe é que ela recebe como prêmio, um gesto de insanidade
com o pedido do impeachment dela", acrescentou.
Lula criticou a decisão de Cunha e o motivo que o levou a abertura do processo, classificando gesto de "atitude pequena".
"Você não acha que é muito pequeno o motivo de pedir o impeachment da
presidente? Você não acha que se isso tiver na cabeça do Eduardo Cunha é
uma atitude muito pequena? Subordinar um país inteiro, subordinar os
interesses de mulheres, homens, brancos, negros, crianças nesse país a
uma visão corporativa, pessoal, de vingança. não tenho. Eu quero crer
que não seja verdade, quero crer que não seja verdade porque se isso for
verdade, é muita leviandade", criticou Lula.
'Terceiro turno' - Para Lula, aqueles que se opõem à Dilma querem
um terceiro turno das eleições. "Me parece que aqueles que quiseram
fazer um terceiro turno da eleição, cassando a presidenta Dilma na
Justiça Eleitoral, agora acharam a possibilidade do terceiro turno com a
tese do impeachment. Não tem nenhuma sustentação legal, a não ser uma
demonstração de raiva, de ódio, alguma coisa que é inexplicavel", finalizou.
Extraído do Portal Cleriston Silva
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