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sábado, 30 de janeiro de 2016

Colo Colo estreia no domingo no Baianão dez anos após conquistar o título

Foto: Reprodução / Ilhéus 24h
O desespero pairava no gramado do Manoel Barradas naquele 28 de maio de 2006. Apodi pegou a bola pela direita e tentou o corte para o meio. O lateral-direito então perdeu a bola oferecendo contra-ataque. O gramado molhado, em tese, não faria a bola rolar. Só em tese. Jânio recebeu a bola pela faixa esquerda do campo, venceu o combate contra Jean e cruzou a bola. Ednei venceu a dividida contra David Luiz e deu o golpe de misericórdia. Esse foi o quarto e último gol do Campeonato Baiano de 2006, vencido pelo Colo Colo, em pleno Barradão contra o Vitória.

Dez anos após o feito, o time de Ilhéus recomeça sua campanha mais uma vez no campeonato estadual. O adversário é justamente o último clube a vencer o torneio antes do Colo Colo: o Fluminense de Feira, em 1969. O palco é o mesmo que recebeu a equipe que conduziu o Tigre ao troféu em 2006: o Estádio Mário Pessoa. Neste domingo (31), o confronto das 16h reunirá três títulos baianos na estreia do Baianão.

O gol narrado foi o fim, mas justifica o meio e o início de um clube que pôs fim a 37 anos de jejum aos times do interior. Para entender a façanha, é preciso voltar para a primeira rodada do torneio. O Rubro-negro recebia a equipe de Ilhéus em Salvador. O time soteropolitano estava arrasado: era a primeira partida após o descenso para a terceira divisão do futebol nacional – até então, a última do futebol brasileiro. O ‘fundo do poço’.

Aquele jogo era o primeiro dos seis confrontos entre Vitória e Colo Colo no Baianão daquele ano. Nenhuma vitória do time da capital. Na estreia, empate em 1 a 1 no Barradão. Mesmo placar da 11ª rodada, que fechava a fase classificatória do primeiro turno. 

Nas quartas o Colo Colo passaria pela Catuense, assim como o Vitória bateria o Juazeiro. Nas semi, a primeira surpresa: o Tigre eliminaria o Bahia, com dois empates. O time vermelho e preto passava fácil pelo Ipitanga com 5x2 no placar agregado. Os dois se enfrentariam na final do primeiro turno. O Vitória, com melhor campanha, decidiria o jogo no Barradão. O tiro saiu pela culatra. Com 1 a 1 no Mário Pessoa, o Colo Colo precisava ganhar – a vantagem dos dois resultados iguais era do Vitória. O 1 a 0 fez o Leão ser engolido pelo Tigre.

O segundo turno começaria. Bahia e Vitória já não decidiriam mais o campeonato. O Colo Colo já estava na final, por ter conquistado o turno inicial. Na segunda rodada, novo triunfo sobre o Bahia: 2 a 0. O campeonato não era mesmo do Tricolor, mesmo tendo vencido no returno, por 3 a 1. Na outra chave, o Vitória terminou invicto com sete triunfos e três empates.

Nas quartas, Tigre e Leão passariam por Juazeiro e Fluminense de Feira, respectivamente. Nas semifinais, Ipitanga e Bahia sucumbiram para os dois melhores times do campeonato. No BaVi, o goleiro Darci quase colocava o Tricolor na final, mas não impediu a classificação do Vitória. O 1 a 0 do Bahia no Barradão não foi suficiente, pois o Vitória vencera na Fonte Nova por dois resultados iguais. A lei da melhor campanha prevaleceu.

Capital e interior se enfrentariam novamente numa final. O segundo turno poderia ser a vingança do Vitória contra o time ilheense. A derrota e os dois empates estavam engasgados na garganta do rubro-negro. A perda do primeiro turno mais ainda. Era a chance de vencer o segundo turno e fazer a finalíssima contra o mesmo time. 

Logo aos três minutos, o revés parecia estar pronto. Índio abriu o placar no Mário Pessoa. Aliás, o camisa 11 parecia que seria o herói rubro-negro da noite. Em cobrança de falta ampliou o placar: 2 a 0. Alex Santos, que jogaria mais tarde no Vitória, diminuiu. Logo depois, Gil empatou. No segundo tempo, aos 15 minutos, Mendes colocaria o time da capital novamente à frente do placar. Era uma questão de tempo para a vantagem ser levada para o Barradão. Uma virada histórica, porém, não era esperada. Aos 41 minutos, Jamaica empataria o jogo. Um minuto depois, aos 42 do segundo tempo, Edinei virava o placar. 

Na segunda partida, o Vitória precisaria vencer para ter a possibilidade de ainda ser campeão. A vantagem se invertia. O Colo Colo jogava pelo empate. A equipe rubro-negra iniciou o jogo com força. Logo aos cinco minutos Índio fez de pênalti: 1 a 0. O atacante estava impossível. Aos 11 minutos, ele ampliou o placar. Era um suspiro de alívio para o torcedor do Vitória. Dois minutos depois, o artilheiro do campeonato entrava em ação. Ednei diminuiu o jogo, passando por toda a defesa do Leão. Aos 19, falta para o Colo Colo. A barreira abriu e o time do interior empatou a partida 2 a 2. A vantagem se invertia novamente, e não mudaria mais de lado. Quem empatou também virou. Gil recebeu a sobra da defesa rubro-negra na meia-lua da grande área: 3 a 2. Só um milagre ajudaria o Vitória. O quarto gol, já citado acima, foi o derradeiro. Ednei, artilheiro do campeonato, se consagrava de vez e conquistava o título para a equipe amarela. O primeiro e único do Colo Colo. Após quase quatro décadas, o interior levava novamente um caneco do Baianão. O último havia sido o Fluminense de Feira.

Foto: Divulgação / Colo Colo
Confira as escalações daquela final:

VITÓRIA: Émerson, Apodi, Jean, David Luiz e Alysson; Garrinchinha, Advaldo, Alessandro Azevedo e Índio; Mendes e Marcelo Moreno. Técnico: Arturzinho.

COLO COLO: Marcelo, Lima, João Paulo, Tiago e Wescley; Sandro, Alex Santos, Juninho e Gil; Jânio e Ednei. Técnico: Ferreira.
Por Matheus Caldas // Bahia Notícias/Esporte

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