Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil |
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, cometeu mais uma gafe nesta
quarta-feira (13), ao afirmar, em tom de brincadeira, que torceria para
que mulheres se contaminem pelo zika antes da idade fértil.
O comentário
foi feito quando Castro falava sobre os projetos de desenvolvimento de
vacina contra o vírus, que chegou ao Brasil no ano passado, já circula
em 20 Estados e está relacionado ao surto de nascimento de bebês com
microcefalia.
O ministro disse que o imunizante, uma vez desenvolvido,
seria fornecido para parte da população considerada mais suscetível.
"Não vamos dar vacina para 200 milhões de brasileiros. Mas para pessoas
em período fértil. E vamos torcer para que mulheres antes de entrar no
período fértil peguem a zika, para elas ficarem imunizadas pelo próprio
mosquito. Aí não precisa da vacina", disse.
Três laboratórios públicos
se preparam para iniciar projetos para desenvolvimento de vacinas que
protejam contra o zika. Castro, afirmou que Evandro Chagas,
Biomanguinhos e Instituto Butantã já começam a se articular para, em
colaboração com outros centros de pesquisa internacionais, iniciar as
pesquisas. "O projeto é a longo prazo. Não teremos nenhuma resposta
antes de, pelo menos, dois anos", afirmou.
A ideia é que cada centro
siga uma linha de pesquisa em colaboração com institutos internacionais.
"Não será um rede de laboratórios brasileiros. Cada um investirá no
desenvolvimento de uma estratégia específica", contou o ministro. Dessa
maneira, avalia, aumentam as chances de se encontrar mais rapidamente
uma alternativa eficaz para o combate ao vírus.
Nesta sexta-feira, 15,
Castro deverá visitar o Instituto Butantã para discutir as propostas.
Sábado, será a vez de Biomanguinhos. Com o Instituto Evandro Chagas, as
negociações estão mais adiantadas. "Queremos definir estratégia
rapidamente. Cada mês perdido pode representar meses a mais sem uma arma
eficaz de combate ao problema", disse.
O ministro afirmou que os
Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) estão entre os
cotados para parceria de desenvolvimento de projeto contra o zika.
"Acreditamos que essa vacina seja mais fácil de ser preparada do que a
da dengue, porque envolve apenas um vírus, não quatro subtipos, como
ocorre com a dengue", comentou Castro.
O ministro garantiu que não
faltarão recursos para o desenvolvimento de projetos nesta área. De
acordo com ele, a verba necessária não é "exorbitante". "Mais caro será
depois da vacina produzida, você distribuir. No caso da zika, a gente
tem uma facilidade que é um público alvo", completou.
Por Lígia Formenti | Estadão Conteúdo
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