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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

TSE contrata empresa de limpeza para prestar serviços de jornalismo para cobrir eleições

Foto: Reprodução
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE), através de uma licitação, contratou uma empresa de limpeza para realizar serviços jornalísticos. O contrato, de R$ 2 milhões por ano, foi publicado no inicio deste mês. 

A empresa vencedora da licitação é a Liderança Limpeza e Conservação, que atua em limpeza de prédios e domicílios. A Associação Brasileira das Agências de Comunicação (Abracom) pretende mover uma ação contra o resultado da licitação. 

Segundo o presidente da Abracom, Carlos Henrique Carvalho, alguns órgãos federais utilizam o pregão eletrônico para contratar serviços de comunicação, que tem apenas como critério o menor preço e não observa questões técnicas. 

Ao jornal O Globo, o presidente da associação disse que o ato “abre espaço para que empresas de terceirização, sem experiência no setor, ganhem as licitações oferecendo apenas os postos de trabalho”, e que o caso é uma forma “forma disfarçada de contratar sem concurso público”

O contrato com a empresa de limpeza prevê a contratação de oito jornalistas e dois fotógrafos, com média salarial de R$ 6,5 mil, mais encargos. Os profissionais atuarão na cobertura jornalista das eleições. O contrato prevê ainda contratação de quatro vagas temporárias de 90 dias. A empresa é sediada em São José, Santa Catarina. 

A empresa, em 2015, recebeu R$ 69,9 milhões dos cofres públicos para atuar em serviços de conservação. Na Receita Federal, a empresa está listada para realizar 46 atividades. No site da empresa, não há referências de trabalhos jornalísticos realizados por ela.  A empresa também presta serviço de comunicação para o Ministério do Meio Ambiente, que, somente no ano passado, levou R$ 3,7 milhões. 

Segundo a pasta, a empresa comprovou as ”capacidades técnica e operacional exigidas, por meio de atestados de capacidade inerentes ao objeto licitado". A licitação foi aberta no fim de 2014. Na época, a Abracom chegou a pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU) a suspensão do pregão, mas não obteve sucesso. 

Extraído do Bahia Notícias

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