Estima-se que em Feira de Santana existem cerca de 500 pessoas com essa doença, que tem entre os sintomas um quadro de dor forte pelo corpo.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade |
O lúpus eritematoso sistêmico (LES), conhecido popularmente apenas como
lúpus, é uma doença autoimune que pode afetar principalmente pele,
articulações, rins, cérebro, mas também os demais órgãos. Doenças
autoimunes ocorrem quando o sistema imunológico ataca tecidos saudáveis
do corpo por engano.
Estima-se que em Feira de Santana existem cerca de 500 pessoas com essa
doença, que tem entre os sintomas um quadro de dor forte pelo corpo. A
situação de quem tem lúpus e depende do serviço público em Feira de
Santana é delicada, pois há cinco meses o setor de medicamentos do
Núcleo Regional de Saúde (NRS) não dispõe de hidroxicloroquina,
conhecida como reuquinol, principal remédio usado em quem tem a doença.
A comerciante Geni Santos, que convive com o lúpus há cinco anos,
afirmou que esse medicamento protege contra as crises provocadas pela
doença, que, de acordo com ela, são constantes. Ela informa que o
remédio custa em torna de R$ 80, mas considera um valor elevado, já que o
uso é constante.
“A crise depende de fator emocional, ambiental, o sol demais acelera,
assim como o tempo muito frio. A pessoa pode ter pré- disposição
genética para a doença e pode ser que um fator ambiental, como estresse,
possa desenvolver o lúpus ao longo da vida. Eu comecei a sentir dores
articulares no corpo todo, por isso descobri a doença. Tive perda de
peso, de cabelo. Já tem cinco anos que descobri a doença e convivo com
ela tomando a medicação”, afirmou.
Apesar de já ter enfrentando algumas crises provocadas pela doença, Geni
Santos afirma que nunca precisou ficar internada. Ela informa que
quando tem uma crise muito forte, faz pulsoterapia, que é a medicação
injetável, e depois de cerca de quatro sessões se sente melhor. Mas a
comerciante ressalta que a falta da medicação pode levar o paciente a
óbito.
“O lúpus meche com tudo, com a parte cardíaca, tem gente que tem
trombose, problema no cérebro, derrames, meche com o sistema
imunológico, por isso a importância de fazer o acompanhamento”,
ressaltou.
Apesar dos riscos que a doença traz, Geni diz que o tratamento é
precário em Feira de Santana. Ela afirma que precisa pagar um médico
reumatologista, já que não consegue o atendimento na rede pública. “Aqui
em Feira de Santana só atende reumatologista no Hospital Clériston
Andrade, mas é muito difícil para consegui”, disse.
Não há previsão de quando a medicação vai chegar no Núcleo Regional de
Saúde. Sobre o atendimento aos pacientes com lúpus, a secretária
municipal de saúde, Denise Mascarenhas, informou que tem apenas um
médico reumatologista no centro de saúde especializado, mas que esse
profissional é para atender a população de forma geral e não apenas para
quem tem lúpus.
Daniela Cardoso e Ney Silva // Acorda Cidade
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