terça-feira, 9 de agosto de 2016

Sem medicação e assistência adequada pacientes com lúpus querem melhor atendimento

Estima-se que em Feira de Santana existem cerca de 500 pessoas com essa doença, que tem entre os sintomas um quadro de dor forte pelo corpo.
Foto: Ney Silva/Acorda Cidade
O lúpus eritematoso sistêmico (LES), conhecido popularmente apenas como lúpus, é uma doença autoimune que pode afetar principalmente pele, articulações, rins, cérebro, mas também os demais órgãos. Doenças autoimunes ocorrem quando o sistema imunológico ataca tecidos saudáveis do corpo por engano.

Estima-se que em Feira de Santana existem cerca de 500 pessoas com essa doença, que tem entre os sintomas um quadro de dor forte pelo corpo. A situação de quem tem lúpus e depende do serviço público em Feira de Santana é delicada, pois há cinco meses o setor de medicamentos do Núcleo Regional de Saúde (NRS) não dispõe de hidroxicloroquina, conhecida como reuquinol, principal remédio usado em quem tem a doença.

A comerciante Geni Santos, que convive com o lúpus há cinco anos, afirmou que esse medicamento protege contra as crises provocadas pela doença, que, de acordo com ela, são constantes. Ela informa que o remédio custa em torna de R$ 80, mas considera um valor elevado, já que o uso é constante.

“A crise depende de fator emocional, ambiental, o sol demais acelera, assim como o tempo muito frio. A pessoa pode ter pré- disposição genética para a doença e pode ser que um fator ambiental, como estresse, possa desenvolver o lúpus ao longo da vida. Eu comecei a sentir dores articulares no corpo todo, por isso descobri a doença. Tive perda de peso, de cabelo. Já tem cinco anos que descobri a doença e convivo com ela tomando a medicação”, afirmou.

Apesar de já ter enfrentando algumas crises provocadas pela doença, Geni Santos afirma que nunca precisou ficar internada. Ela informa que quando tem uma crise muito forte, faz pulsoterapia, que é a medicação injetável, e depois de cerca de quatro sessões se sente melhor. Mas a comerciante ressalta que a falta da medicação pode levar o paciente a óbito.

“O lúpus meche com tudo, com a parte cardíaca, tem gente que tem trombose, problema no cérebro, derrames, meche com o sistema imunológico, por isso a importância de fazer o acompanhamento”, ressaltou.

Apesar dos riscos que a doença traz, Geni diz que o tratamento é precário em Feira de Santana. Ela afirma que precisa pagar um médico reumatologista, já que não consegue o atendimento na rede pública. “Aqui em Feira de Santana só atende reumatologista no Hospital Clériston Andrade, mas é muito difícil para consegui”, disse.

Não há previsão de quando a medicação vai chegar no Núcleo Regional de Saúde. Sobre o atendimento aos pacientes com lúpus, a secretária municipal de saúde, Denise Mascarenhas, informou que tem apenas um médico reumatologista no centro de saúde especializado, mas que esse profissional é para atender a população de forma geral e não apenas para quem tem lúpus. 

Daniela Cardoso e Ney Silva // Acorda Cidade

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