A edição caprichada de Os Sertões, que volta às lojas
em volume definitivo organizado pela professora emérita da USP Walnice
Nogueira Galvão, é quase um manifesto da Ubu, casa editorial
recém-criada por duas ex-Cosac Naify, a editora Florencia Ferrari e a
diretora de arte Elaine Ramos. A Ubu, com o livro, não nega as raízes – e
a proposta que tem.
A bela edição gráfica de capa dura desenhada com contornos
cartográficos dá rosto a um volume de qualidade robusta, que reúne a
melhor fortuna crítica sobre o clássico de Euclides da Cunha, além de
fotos da caderneta do autor, das emendas que serviram para abrasileirar o
texto e das imagens feitas pelo Flávio de Barros, as únicas conhecidas
do conflito de Canudos, que o escritor cobriu como correspondente de
guerra do jornal O Estado de S.Paulo.
Na fortuna crítica, há ensaios de Sílvio Romero, Gilberto Freyre,
Antônio Candido e Antônio Houaiss, entre outros. Uma outra edição ainda
maior, com dois volumes embalados por uma caixa, e com tiragem de apenas
1.000 exemplares (o volume único saiu em tiragem de 3.000), conta ainda
com um ensaio de Walnice, Variantes e Comentários.
No texto, a pesquisadora analisa as diversas versões de Os Sertões
publicadas em vida por Euclides da Cunha, que bancou as primeiras
edições e foi reescrevendo o livro até deixá-lo próximo do registro
oral.
Fonte: Revista Veja
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