A reportagem mais recente foi publicada na revista Veja
Manifestação em Coité, terra natal do
jovem ‘Não Foi Acidente’ é o que garante
a família e amigos de Guilherme | Foto:
Raimundo Mascarenhas
|
A família do jovem coiteense Guilherme Carvalho, de 21 anos, criou
nas redes sociais a campanha “Não foi acidente”, que pede a apuração das
circunstâncias em que ocorreu sua queda do camarote onde estava, no
Festival de Verão, em Salvador. Internado desde o dia do ocorrido, em 11
de dezembro, Carvalho permanece inconsciente após cair de uma altura de
doze metros em um terminal de carga e descarga do local do evento, a
Arena Fonte Nova.
Para a organização do festival de verão
Guilherme caiu, mas
para a família e amigos ele foi agredido
e jogado de 12
metros de altura | Foto: arquivo da
familia
|
Guilherme estava na companhia de amigos e de um primo quando, segundo
relato de testemunhas à família, uma confusão teria se iniciado no
banheiro da festa e envolvido seguranças do evento, com o jovem
perdendo-se do grupo. A notícia seguinte, por volta das três horas da
manhã, foi o telefonema recebido pela família, informando que ele havia
sofrido um acidente e estava internado no Hospital Geral do Estado, em
estado grave.
Para Bianca Carvalho, irmã de Guilherme, não se trata de um acidente.
“Várias pessoas nos procuraram e falaram que os seguranças pegaram,
espancaram meu irmão e jogaram ele lá de cima”, afirma. Ela aponta,
também, demora no atendimento por parte do Festival, afirmando ter
recebido informações de uma demora de cerca de quarenta minutos entre o
acontecido e o momento da internação.
Na página “Não foi acidente” são reiteradas as acusações contra os
seguranças e feitos pedidos de oração para que o jovem se recupere.
Desde que foi internado, Guilherme, que hoje se encontra no Hospital
Português, também em Salvador, já foi submetido a quatro cirurgias
segundo a família, mas ainda não tem previsão de alta.
“Tentativa de homicídio”
Procurado pela família, o promotor Davi Gallo, do Ministério Público
da Bahia, conduz uma investigação paralela àquela que é realizada pela
1ª Delegacia dos Barris e diz ver “indícios fortíssimos” de que não se
trata de um acidente. O promotor se baseia em um laudo médico que
encontrou lesões pré-existentes em Guilherme, ocorridas antes da queda,
sobretudo marcas no rosto.
Ele, no entanto, acredita que é muito cedo para afirmar quem poderia
ter sido o autor do crime. “A única certeza é que não se trata de um
acidente, mas de uma tentativa de homicídio”, afirma. Segundo o
promotor, a próxima fase da investigação será a análise das imagens das
câmeras de segurança da Arena Fonte Nova. Gallo também solicitou a lista
completa dos seguranças do evento e pretende apurar a versão alegada
por família e amigos do jovem.
Festival apoia investigação
Em nota enviada ao site de VEJA, a assessoria de imprensa do Festival
de Verão afirma que solicitou à Polícia Civil abertura do inquérito
policial para “a apuração e esclarecimento dos fatos” e que está
“contribuindo com todas as informações solicitadas pelas autoridades”. O
Festival alega, ainda, que o socorro ocorreu “de forma imediata”, com a
remoção ocorrendo após a estabilização do quadro, momento em que
haveria “segurança” para que Guilherme fosse transferido para o
hospital.
Fonte: Calila Notícias
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