Gilson de Jesus Moura, 49 anos, foi preso após abordagem a um veículo, feita pelos militares.
Após uma denúncia anônima, policiais da 64ª Companhia Independente da
Polícia Militar prenderam, na manhã desta sexta-feira (6), o acusado de
atear fogo na casa onde mora e matar cinco pessoas da família, entre
elas seus três filhos menores de idade, na madrugada da última
quarta-feira (4), no residencial Alto do Rosário, em Feira de Santana.
Ele confessou o crime e será interrogado pelo coordenador regional de
polícia, delegado João Rodrigo Uzzum, e pelo titular da Delegacia de
Homicídios, delegado Gustavo Coutinho. Apesar de ter se livrado do
flagrante, Gilson de Jesus Moura, 49 anos, não vai responder em
liberdade porque a prisão preventiva dele já estava decretada.
Vizinhos comemoram a prisão com champanhe (Foto: Ed Santos/Acorda Cidade) |
A prisão
Gilson foi preso às 7h10 no Marajó, em Feira de Santana, enquanto
esperava transporte para fugir para outra cidade. Ele estava usando um
chapéu para não ser identificado, mas foi reconhecido e preso. Por volta
das 5h40 desta sexta-feira,
o veículo Gol vermelho, de placa HZT-7136, usado na fuga de Gilson, foi
encontrado abandonado no bairro Santo Antônio dos Prazeres por policiais da 66ª CIPM.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade |
No dia do crime, ele fugiu para a cidade de Capim Grosso e depois
retornou para Feira de Santana. O sargento da Polícia Militar, Messias
Reis, da 64ª CIPM, disse ao Acorda Cidade que a prisão ocorreu após uma
ligação anônima informando o local onde ele estava. “Imediatamente a
informação foi passada para nossa equipe e aí nos deslocamos para o
local. Ele não resistiu à prisão, mas no momento da abordagem ele tentou
nos enganar fingindo que não estava sendo reconhecido. Depois ele
resolveu confessar. Ele estava no ponto de embarque do Marajó,
provavelmente ele iria fugir. A versão dele é que estava desnorteado, de
cabeça cheia, e que até pensou em se matar”, informou o policial.
Confissão
Gilson disse que teve um surto e que os filhos eram tudo que tinha. Ele
afirmou que não tinha problemas com a família e que não premeditou a
chacina.
“No dia eu fui para Capim Grosso, abasteci e fiquei pensando se eu ia
me entregar ou não. No meu carro tem dois pacotinhos de veneno que eu
estava pensando em tomar. Não sei explicar o que eu fiz, sinceramente.
Não tinha problema com minha enteada, ela estava morando com o marido,
sempre que precisava de dinheiro a gente dava. Meus filhos eram tudo
para mim, foi um surto, em nenhum momento eu planejei aquilo. Foi um
surto e eu não tenho palavras. Eu não bebo, não fumo, mas eu estava
tomando remédio controlado, porque eu tenho problema de ejaculação
precoce e o médico receitou uns remédios. Os remédios tinham acabado e
eu tinha que voltar ao médico para ele passar novos remédios, mas eu
estava esperando passar as festas, e de repente só pode ter sido por
causa disso, esse surto, porque eu não tinha motivo. Eu nunca fui traído
[pela minha esposa]”, declarou.
Foto enviada por leitores via WhatsApp |
Gilson também disse que não houve discussão com a família. “Eu não acho
que eu mereça perdão. Para falar a verdade eu não mereço perdão. No dia
a gente nem teve conversa. Do nada peguei o combustível que estava no
fundo do carro, que era para colocar na moto, nada foi planejado, não
houve discussão, não houve nada, eu não sei explicar. Eu não disse que
iria matar ela depois do Ano Novo. Sinceramente, a minha família não tem
coragem de me encarar, porque não tenho palavras para explicar este ato
que cometi. Não tenho condições de falar mais nada”, disse Gilson
confirmando que era irmão materno da esposa.
Gilson afirmou que a família não era contra o relacionamento com a
irmã. "Eu já tinha me separado, e quando nos relacionamos já éramos
adultos. A família nunca se posicionou contra. Nossos irmãos iam direto à
nossa casa. Hoje homem se relaciona com homem e mulher com mulher e eu
não vejo nenhuma anormalidade nisso", disse.
O crime
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade |
Segundo a polícia, Gilson ateou fogo na casa por volta das 4h40 da
madrugada do dia 4 de janeiro. Morreram no incêndio Thays de Jesus
Moura, 13 anos, Carlos Alexsandro de Jesus Moura, 9 anos, e Xayane
Vitória de Jesus Moura, 8 anos, filhos do acusado; a enteada dele, Emile
de Jesus Moura, 16 anos, que estava grávida de cinco meses, e o filho
de Emile, de prenome Enzo.
Vizinhos informaram ao Acorda Cidade que depois de atear fogo na casa,
ele trancou a família e fugiu em um carro. Os vizinhos arrombaram a
porta e tentaram salvar as vítimas, mas conseguiram retirar apenas a
esposa, que também é irmã dele, Ana Cristina de Jesus, 37 anos, e Aila
Daniela de Jesus Moura, 3 anos. Elas foram socorridas para o Hospital
Geral Clériston Andrade (HGCA) e o Hospital Estadual da Criança (HEC). (Leia mais).
Leia também:
Andrea Trindade com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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