Santinha, O Doce, Taquitá, Mulheres no Poder? Diferente de anos anteriores, em 2017 não houve uma música disparada como o hit da folia
O Doce, Taquitá, Santinha, Mulheres no Poder. O Carnaval deste ano não
foi de uma música só disparada na preferência dos foliões e na execução
dos artistas, mas de várias sendo cantadas na boca do povo em mais de
700 horas de música tocada nos circuitos, segundo a Saltur.
Foi um Carnaval difuso no quesito trilha sonora. Canções como “Deu onda”
e “Me Libera, Nega”, por exemplo, relaxaram corpos e mentes na avenida,
mas não cumpriram a expectativa criada ao longo do verão. Já o hit
"Oêêê", da banda La Fúria, pouco tocado pelos outros artistas na sua
versão integral, virou refrão espontâneo puxado pelos foliões pipoca.
Falando na pipoca, a nova música de Armandinho homenageou quem nos
últimos anos voltou a ganhar espaço na festa. “Pra que corda? / Se a
pipoca tá com a corda toda / Pra que corda? / Abaixe a corda que a
pipoca vai passar”, cantarolou o filho de seu Osmar na composição feita
em conjunto com o irmão Aroldo Macêdo e Octácio Aguiar. Coerente com
esta edição em que o Carnaval homenageou os 70 anos de Moraes Moreira,
autor do “hino” Chame Gente.
A estudante Michelle Santos, 22 anos, foi uma das tantas (e tantos) que
fizeram o L com a mão direita, gesto usado pelos fãs de Léo Santana para
idolatrar o cantor. “Acho que Santinha foi a melhor música que ouvi nos
últimos Carnavais. Quando tocava essa música, o povo ficava doido.
Gosto muito de Xanddy, mas este ano não teve nenhuma música dele como
Santinha. Neste ano, Léo ganhou de Xanddy, com certeza!”, disse
Michelle, em uma comparação que indica a elevação de patamar alcançada
por Léo Santana sete anos após o Carnaval do Rebolation. “Essa música
faz a gente dançar e descer até o chão. Eu sou uma santinha assumida”,
completa a turista cearense Karizia Melo, 32.
A piauiense Wislania Santos, 36 anos, prefere O Doce, de Ivete Sangalo.
“Essa música tem uma batida muito gostosa”, argumenta, em seu quinto
Carnaval de Salvador.
Se for falar de pluralidade, Daniela Mercury inovou, como de costume. E
não só por levar a temática do empoderamento feminino, negro e gay ao
seu desfile. Na madrugada de sábado para domingo, a “Rainha” transformou
bossa nova em samba-reggae ao interpretar Desafinado, de João Gilberto,
no palco Skol, montado no Farol da Barra.
O Correio 24 Horas ouviu alguns cantores a respeito da música do
Carnaval e o resultado parece uma gincana: Luiz Caldas, Bell, seu filho
Pipo Marques (banda Rafa e Pipo) e Bruno Magnata (banda La Fúria)
apontaram músicas cantadas por eles como a melhor de 2017 -
respectivamente Haja Amor, Vou Te Amar O Ano Inteiro, De Boaça e Oêêê.
Difícil escolher. Mas, como depois de todo Carnaval vem a gripe, a
partir desta Quarta-feira de Cinzas o desafio é dar um nome a ela.
Fonte: Correio24horas
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