Gabrielly Gomes Santana, de 7 anos, sumiu quando brincava na porta de casa, no dia 21 de janeiro.
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal |
A Polícia Civil de Feira de Santana reuniu a imprensa na manhã desta
quarta-feira (26) para informar que a menina Gabrielly Gomes, de 7 anos,
que estava desaparecida desde o dia 21 de janeiro, está morta. A garota
desapareceu quando brincava perto de cada em um residencial em Feira de
Santana no bairro Gabriela.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade |
O delegado João Rodrigo Uzzum, coordenador da 1ª Coordenadoria Regional
de Polícia (1ª Coorpin), disse ao Acorda Cidade que mais uma etapa da
investigação sobre o caso foi vencida e que a polícia trabalha com uma
linha de investigação no sentido de localizar o responsável pela morte
da garota.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade |
“Hoje nós recebemos o laudo do setor de perícia forense do nosso
Departamento de Polícia Técnica (DPT), que atestou que os ossos
encontrados às margens do Anel de Contorno de Feira de Santana são
pertencentes ao cadáver de Gabrielly e nós já não temos mais dúvidas que
de fato Gabrielly foi morta e queimada às margens do Anel de Contorno,
local distante cerca de 5km da residência da criança”, afirmou.
Ele salientou que a investigação foi extremamente trabalhosa e complexa e
houve uma força-tarefa da polícia dedicada ao caso. Segundo Uzzum,
ocorreram diversas diligências, várias pessoas foram ouvidas e as
investigações foram feitas com a devida prioridade desde o primeiro dia
do desaparecimento da menina.
“O nosso Departamento de Polícia Técnica, muito habilmente desenvolveu a
perícia em diversas nuances, perícia de local, genética e agora o setor
antropológico vai nos fornecer a informação se outros fragmentos de
ossos encontrados no local do encontro dessa ossada são compatíveis a um
corpo completo. Dessa forma, teremos todo um histórico de como
aconteceu a morte de Gabrielly para que a investigação caminhe bem.
Estamos aguardando a conclusão da investigação. O que nós podemos
afirmar é que o corpo foi levado para lá e ocorreu a incineração do
cadáver naquele local”, declarou.
Cobranças da população e da imprensa
Sobre a pressão dos meios de comunicação e da sociedade para que a
Polícia Civil se pronunciasse sobre o caso, o delegado João Rodrigo
Uzzum disse que considera uma pressão justa e que a polícia procurou
agir e trabalhar com muito equilíbrio para suportar toda a situação. De
acordo com ele, a investigação foi muito minuciosa e alguns fatores que
provocaram dificuldades foram informações falsas sobre o paradeiro da
criança.
“Temos que ter muito sangue frio e muito equilíbrio para suportar toda
essa pressão, que é uma pressão justa feita pela sociedade e pela
imprensa. Não estamos aqui para fabricar culpados e sim desenvolver uma
investigação técnica que nos conduza à verdade real dos fatos. A maior
dificuldade que nós tivemos foi de informações de pessoas que disseram
terem visto a criança em outros locais, inclusive no Piauí. Atribuo que
essas informações não foram de má fé, mas sim de pessoas que viam
crianças com características físicas muito semelhantes às de Gabrielly e
queriam ajudar na investigação. Nós nos empenhamos nesse caso
profundamente. O passo agora é chegarmos ao responsável por isso,
prendermos essa pessoa e apresentá-la à justiça para que seja julgada”,
concluiu.
Polícia Civil tem linha de investigação sobre o crime
Emocionada, a delegada Dorean dos Reis Soares relatou ao Acorda Cidade
que apesar de ter 24 anos de polícia, casos como o de Gabrielly a deixam
abalada, principalmente como mãe. Ela salientou que antes de reunir a
imprensa, a polícia informou sobre a morte à família da criança.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade |
“Desde o início eu estou acompanhando esse caso e me abalou muito. Eu
sou mãe e a gente sempre se coloca no lugar da mãe. A força-tarefa
sempre trabalhou no sentido de trazer Gabrielly de volta e então para
mim, particularmente, quando demos a notícia hoje pela manhã à família
foi um sentimento de frustração, de derrota. Porque nós não conseguimos
trazer Gabrielly. Mas, também temos uma sensação de uma parte do nosso
dever cumprido, de Polícia Civil, de polícia judiciária. Porque nós
sofremos muita pressão e nós não queremos e não vamos fabricar
culpados”, observou.
Dorean salientou que a Polícia Civil se poupou para não divulgar
notícias a toda hora, porque dependia de laudos e exames técnicos.
Segundo ela, a força-tarefa da polícia vai continuar trabalhando para
chegar até o autor do crime.
“A força-tarefa sempre foi questionada onde estava Gabrielly. Nós não
queríamos responder dessa forma de ter encontrado o corpo de Gabrielly.
Mas, a resposta está aí. Nós dependíamos de resultados de exames. Não
podíamos falar, nem divulgar notícias a toda hora. Só podíamos divulgar
uma coisa certa e o exame está aí. Comprovou que o crânio é de
Gabrielly. Eu estou dilacerada, frustrada e também tenho certeza que
essa mesma força- tarefa que esteve aqui até agora, que encontrou o
corpo, também irá apresentar o autor do crime. Não podemos dar prazo,
mas vamos apresentar quem matou Gabrielly e vamos fazer justiça”,
acrescentou.
A Polícia Civil tem uma linha de investigação sobre o caso e, segundo a delegada, o pedido é que a população tenha paciência.
“Vamos pedir mais uma vez paciência. Tenham certeza de que a nossa
preocupação hoje foi em primeiro lugar com família de Gabrielly para que
ela soubesse por nós e depois informamos à imprensa e à sociedade de
Feira de Santana que a todo o momento nos questionavam. Eu sempre era
cobrada e, no momento certo, no instante correto, nós vamos apresentar
quem matou Gabrielly. Isso eu não tenho nenhuma dúvida”, finalizou.
Rachel Pinto com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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