Além de marcar ''encontros amorosos'', ele também oferecia emprego como modelo para atrair as vítimas.
Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade |
Um homem acusado de praticar vários estupros em Feira de Santana, desde
quando ainda era menor de 18 anos, teve a prisão temporária - de 30 dias
- decretada pelo Juiz Vicente Reis Santana Filho, da 3ª Vara Criminal
de Feira de Santana.
Ele foi preso por policiais militares à paisana na tarde de ontem (8),
depois que uma vítima denunciou que estava sendo forçada a encontrar-se
com ele sob ameaça de ter uma foto íntima postada em rede social. Por
ordem judicial, o nome e a imagem dele não podem ser divulgados.
De acordo com a delegada Maria Clécia Vasconcelos, titular da Delegacia
de Atendimento a Mulher (Deam), desde 2013 já havia denúncias de estupro
contra o acusado, que inclusive foi apreendido, já que era menor na
época, e reconhecido por uma das vítimas. Com o passar dos anos ele
mudou a forma de abordagem às vítimas, usando a internet para praticar o
crime.
“Ele usava as redes sociais, os sites de relacionamentos, marcava
encontros e obrigava a mulher a ter relações sexuais com ele, além de
ainda roubar dinheiro e celular da vítima. Ele marcava outros encontros
com a mesma vítima sob argumento de que se não fosse iria divulgar as
imagens, que supostamente teria, nas redes sociais, e essas vítimas eram
estupradas novamente”, informou a delegada.
Além de marcar ''encontros amorosos'', ele também oferecia emprego como modelo para atrair as vítimas.
"Temos de cinco a seis inquéritos com essa mesma narrativa. Em 2015,
representamos pela prisão temporária deste indivíduo, e mais uma vez em
2016, mas ele sempre escorregadio [se livrava da prisão]. A dificuldade
deste tipo de delito é quando a vítima não quer procurar a polícia para
não se expor, porque sabe que será pressionada, mas ontem em mais uma
tentativa dele, a vítima teve uma ação proativa e ele foi preso. Ela
previamente procurou a PM, que prontamente chegou ao local à paisana e
ele foi autuado”, disse a delegada ao Acorda Cidade.
A vítima disse que foi procurada pelo acusado com a proposta de emprego
como modelo fotográfica. O mesmo pediu que enviasse uma foto com roupa
íntima para ser avaliada por um suposto fotógrafo. Em outro momento, ele
alegou durante a conversa virtual que estava interessado na jovem e
marcou um encontro. Diante da negativa o acusado ameaçou divulgar a
fotografia da jovem na internet caso ela não se encontrasse com ele.
“Ele veio com a promessa de emprego e falou que faria 22 fotos por mil
reais e pediu uma foto minha [de calcinha e sutiã]. Só que eu não
aceitei fazer as fotos e ele começou a falar que sentia desejo por mim,
que me queria como mulher, que era para eu morar com ele, e eu disse que
queria apenas amizade. Ele ameaçou postar a foto que mostraria ao tal
fotógrafo na internet. Conversei com um amigo policial e ele me deu as
instruções que era para procurar a Delegacia da Mulher. Ele começou a me
pressionar para eu me encontrar com ele, aí eu fui. Ele mandou eu
entrar em um beco e eu sugeri ir para uma praça. Ele disse que não,
porque ninguém poderia me ver com ele. Aí encontrei minha tia e a gente
foi ao módulo e os policiais me orientaram a ir na frente e eles foram
atrás sem farda. Quando eu cheguei lá, os policiais o prenderam”,
relatou a jovem.
A delegada Clécia Vasconcelos pede que as vítimas do acusado procurem a
Deam, localizada na Rua Adenil Falcão, no bairro Brasília.
Andrea Trindade com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade
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