Ângela era filha do coiteense Luciano com Jussara. Felipe era filho de Jussara fruto de um relacionamento antes de conhecer Luciano. Ela estava convivendo há seis anos com este que veio a tirar sua vida e dos filhos.
Três pessoas de uma mesma família foram mortas na noite de sexta-feira (16), no bairro de Itinga, em Salvador. A baiana de acarajé Jussara de Oliveira, 36 anos, e os filhos Felipe de Oliveira, 20, e Ângela de Oliveira, 16, foram encontrados mortos na casa em que moravam há 15 dias, na Rua Jardim Talismã, com marcas de perfuração.
Jussara foi esposa do coiteense Luciano, natural da Fazenda Lagoa Cavada. Quando conheceu a Baiana do Acarajé ela já tinha o filho Felipe, fruto do primeiro relacionamento, que passou a ser seu enteado. Juntos tiveram Ângela, mas se separaram quando ela tinha entre 3 e 4 anos. A jovem recentemente fez 14 anos.
De acordo com Paulinho primo de Luciano, ele que mora da Fazenda Lagoa Cavada e foi para Salvador para o velório, Jussara estava separada do último companheiro com quem conviveu, o suspeito de triplo homicídio de prenome Alexandre que está sendo procurado pela Policia. Com este ela não teve filhos.
A família da vítima suspeita que Jussara tenha sido morta porque Alexandre não aceitava o fim do relacionamento. “Ela era baiana de acarajé e deixou de ser por causa dos ciúmes dele. Nenhum homem podia chegar na banca de acarajé dela que ele sentia ciúmes”, conta a mãe da vítima, Maria da Glória de Oliveira, 73 anos.
Segundo o pai da vítima, o pai de santo Marciano Jesus de Oliveira, 62, além dos ciúmes, outro motivo que teria levado a filha a terminar o relacionamento com o suspeito de ter cometido o crime era o fato dele ser usuário de cocaína. “Ela terminou o relacionamento de seis anos com ele por causa da cocaína. Aí eles voltaram há três meses, ele prometeu que não usaria mais, mas continuou usando. Ela voltou a romper com ele, mas continuaram a morar na mesma casa, mas dormindo em cama separadas”, contou.
A família de Jussara era contra relacionamento porque ele já vinha ameaçando ela de morte. Mesmo assim, o pai acredita “se ele largasse o pó, ela ficaria com ele”. Seu Marciano suspeita ainda que a filha pode ter sido drogada antes de ser morta. “No dia do crime ele comprou algumas cervejas e levou pra casa. Acho que ele pode ter colocado alguma coisa na bebida dela. Minha filha foi encontrada morta na cama, ela é mais forte do que ele, se ele partisse para cima dela, ela teria revidado”, suspeita o pai.
A família só teve conhecimento da morte de Jussara e dos filhos na última sexta-feira, após estranhar o fato dela não estar atendendo as ligações no celular nem respondendo às mensagens pelo aplicativo whatsapp. Ao chegar no endereço da filha, o casal encontrou o imóvel fechado, mas vizinhos contaram que teriam visto o companheiro dela saindo e trancando a casa.
Foi então que eles decidiram arrombar a porta do imóvel e viram a cena trágica. O corpo de Ângela estava no corredor da casa, o de Felipe na cadeira de rodas e o de Jussara no quarto, na cama. “O coração está ruim, muito ferido. Saí do hospital ás 4h da manhã. Estou a base de medicamentos. Foram três perdas, amava meu neto”, disse o pai de santo.
Revolta
O crime chocou os moradores da Rua Jardim Talismã. “Como alguém tem a coragem de fazer isso, minha gente? É crueldade demais. Estamos chocados. Uma família inteira morta dessa jeito. Ele é um mostros”, declara a dona de casa Maria Carmem Assis, 53, moradora do local.
“Ela pretendia mudar-se hoje para outra casa alugada, porque a que aconteceu o crime estava pequena para o filho dela deficiente. Ela não mercia nada disso. Nem os filhos. Esse cara tem que ser preso. A justiça terá que ser feita”, diz a cabeleireira Ana Cristina Souza e Souza, 37.
O pedreiro Adriano dos Santos, 40, vizinho de Jussara disse que, apesar da barbárie, o casal parecia ser tranquilo. “Pelo menos com a vizinhança eles aparentavam tranquilidade, um casal que todos gostavam. Ela, nascida e criada em Itinga, era conhecida como ‘Amarela’. Era muito festeira. Já ele, era o cara que falava com todo mundo quando via. Se eles brigavam, as desavenças aconteciam nos fundos da casa, porque a egente aqui, desde que vieram para cá, nunca escutamos sequer um grito”, relata.
Extraída do CN | Do Correio24horas
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