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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Atentado em Barcelona deixa 13 mortos e mais de 100 feridos; Estado Islâmico reivindica ataque

Ao menos 13 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas no atropelamento causado por uma van, nesta quinta-feira, em Barcelona, segundo Carles Puigdemont, presidente do governo da Catalunha. O grupo jihadista Estado Islâmico reivindicou a autoria do atentado.
A polícia da Catalunha confirmou que dois homens foram presos por suspeita de ligação com o atentado. Segundo Josep Luís Trapero, major dos “Mossos d’Esquadra”, nome da força policial catalã, um é originário de Melilla, enclave espanhol no norte da África, e outro é do vizinho Marrocos. Nenhum deles tinha antecedentes criminais ou ligações anteriores com o terrorismo.

Ainda de acordo com Trapero, nenhum dos dois presos estava ao volante da van que invadiu as Ramblas. “Detivemos duas pessoas diretamente implicadas no atentado, mas nenhuma delas era o condutor do furgão.”

Quando o veículo se chocou contra um quiosque comercial, o motorista abriu a porta e saiu correndo, sem dar nenhum grito. “Não há nenhuma prova de que a pessoa que saiu da van estava armada”, disse Trapero, acrescentando que a vontade do terrorista era a de “matar o maior número possível de pessoas”.
 
A Polícia da Catalunha também investiga uma suposta conexão entre o atropelamento e a explosão de uma casa em Alcanar, a 200 quilômetros de Barcelona, que deixou uma pessoa morta e várias feridas. O local, que ficou totalmente destruído, tinha cerca de 20 cilindros de gás.

O suspeito espanhol foi capturado na própria Alcanar, enquanto o marroquino está detido em Ripoll, a 80 quilômetros de Barcelona e vizinha a Vic, onde foi encontrada uma van supostamente usada para a fuga dos terroristas.

Em sinal de condolência pelo atentado, o governo catalão declarou três dias de luto na comunidade autônoma e suspendeu todas as atividades “lúdicas” preparadas para os próximos dias nas cidades da região.
A polícia catalã negou que homens armados estivessem entrincheirados em um bar em Barcelona, como havia sido divulgado pela imprensa logo após o atentado terrorista em Las Ramblas. No Twitter, agentes da polícia informara que “não há nenhuma barricada em qualquer bar”. “Nós prendemos um homem e tratamos o caso como atentado terrorista”, escreveram.

A Casa Real espanhola e o chefe de governo, Mariano Rajoy, condenaram o ataque desta quinta-feira. “Não vão nos aterrorizar. Toda a Espanha é Barcelona. Las Ramblas voltarão a ser de todos”, escreveu a Casa Real no Twitter, enquanto o chefe de governo, Mariano Rajoy, tuitou: “os terroristas nunca vão derrotar um povo unido que ama a liberdade frente à barbárie”.

Estado Islâmico reivindica ataque
 
Após simpatizantes do grupo terem comemorado o ataque nas redes sociais, o EI usou sua agência oficial de propaganda, a “Amaq”, para assumir a responsabilidade pela ação na capital da Catalunha.

A reivindicação foi reproduzida no Twitter pelo site Intelligence Group, portal que monitora a atividade de extremistas na internet. Segundo a reivindicação, os autores do atentado são “soldados do Estado Islâmico”.

Esse termo pode indicar que o atentado não foi planejado pela cúpula do EI, mas sim por simpatizantes da milícia jihadista na Europa. O ataque teria sido cometido por três homens.

Há cerca de duas semanas, simpatizantes do Estado Islâmico lançaram apelos nas redes sociais pedindo atentados na Espanha.

De acordo com Rita Katz, diretora do site, os jihadistas cobraram “ataques iminentes” e a “reconquista” de Al-Andalus, nome dado à Península Ibérica no século 8, início de um período de domínio muçulmano na região que duraria quase 800 anos.

O uso de veículos pesados – como vans e caminhões – tem sido o método preferido de simpatizantes do EI para cometer atentados na Europa, como nos ataques de Nice, em julho de 2016, em Berlim, em dezembro do mesmo ano, e em Londres, em março e junho de 2017.

O atentado de Barcelona é o primeiro ato terrorista reivindicado pelo Estado Islâmico na Espanha. 

Fonte: AFP

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