Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), os gastos que justificaram o aumento da mensalidade deverão ser demonstrados para os pais por meio de uma planilha de custos.
O período de rematrícula nas escolas particulares tem
início este mês e vai até outubro, e os pais devem prestar atenção para
os reajustes praticados pelas instituições. Não existe um índice
determinado para os aumentos, mas o valor do reajuste deve estar de
acordo com as despesas da escola e só poderá ser realizado uma vez por
ano.
Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), os gastos
que justificaram o aumento da mensalidade deverão ser demonstrados para
os pais por meio de uma planilha de custos. “A lei prevê que o reajuste
tem que ser vinculado a uma planilha de custos que seja previamente
apresentado para os pais 45 dias antes do fim da matrícula, para que os
pais possam avaliar a questão do preço, se está de acordo com o
orçamento dele”, explica o advogado do Idec Igor Marchetti.
Entre os itens que podem ser levados em conta pelas escolas para o
aumento da mensalidade, estão os aumentos nos custos com pessoal,
encargos, custos com materiais, alugueis, além de melhorias pedagógicas.
O Idec diz que os pais podem contestar o aumento, caso considerem
abusivo. A primeira orientação é que os pais reúnam-se para questionar a
escola. “Sempre que os pais tenham alguma questão com relação aos
reajustes, conversem com outros pais e mães para tentar resolver
coletivamente, com um abaixo-assinado, por exemplo, para tentar
conseguir uma negociação antes do processo judicial”, diz Marchetti.
A diretora da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep),
Amábile Pacios, explica que o reajuste das mensalidades escolares não
está vinculado à inflação, pois leva em conta os aumentos nos salários
dos professores, além outros itens como tributos, taxas de serviços
públicos, material de manutenção.
“A inflação não é o nosso indexador, porque os salários dos professores
sempre crescem acima da inflação”, explica. Também são incluídas
melhorias pedagógicas na escola, como a oferta de novos cursos e
disciplinas.
Segundo a diretora, as escolas não têm obrigação de apresentar a
planilha de custos para os pais, mas devem prestar os esclarecimentos
necessários. “Eu tenho conhecimento de que em 100% das escolas, quando
os pais sentem alguma inquietação, os gestores esclarecem. O gestor tem
todo interesse de explicar para a comunidade os seus reajustes”, diz.
No Distrito Federal, os reajustes para o próximo ano deverão ficar entre
5,5% a 12%, segundo a Associação de Pais e Alunos de Instituições de
Ensino do Distrito Federal (Aspa-DF). “Nosso receio é que muitos pais,
que resistiram o aumento dado no ano passado, não tenham a mesma
resiliência com relação ao aumento para 2018. Isso porque muitos são
assalariados, funcionários públicos ou da iniciativa privada, que
tiveram seus vencimentos congelados ou até perderam emprego, ou estão
participando de Planos de Demissão Voluntária”, diz a entidade.
Fonte: Agência Brasil
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