A decisão de tornar pública a existência de uma 'equipe de intelectuais e professores' ocorre após presidenciável admitir em entrevista que não sabia o que era 'tripé econômico'
O deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro
(PSC-RJ) divulgou na quarta-feira (8/11), o Comunicado aos Cidadãos do
Brasil, no qual admite a discussão de temas econômicos com um grupo de
professores e intelectuais. Segundo o capitão da reserva do Exército,
“nenhum dos membros dessa equipe defende ideias heterodoxas ou apreço
por regimes totalitários”.
A mensagem foi revelada pelo site “O Antagonista” e
confirma a colaboração do pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea) Adolfo Sachsida, noticiada pela Coluna do Estadão. “Nos
últimos dias o Dr. Adolfo Sachsida foi apresentado pela imprensa como o
‘conselheiro’ do deputado Jair Bolsonaro. Conforme nota já divulgada,
houve sim conversas com o talentoso economista.” Apesar da carta, os
nomes dos outros nomes do time do Bolsonaro não foram divulgados.
Segundo a assessoria do deputado, a carta foi escrita com a ajuda de
uma equipe de colaboradores e pelos filhos do deputado (Eduardo, Flávio e
Carlos). “Nesse sentido, podemos antecipar que já contamos com um
sólido grupo, composto por professores de algumas das melhores
universidades do Brasil e da Europa. Indivíduos que são referência na
academia, com vários papers publicados em revistas ranqueadas, com larga
experiência profissional e sem máculas em seus respectivos históricos.”
A decisão de tornar pública a existência de uma “equipe de
intelectuais e professores” ocorre após a repercussão da “não resposta”
de Bolsonaro sobre o que é o tripé econômico à jornalista Mariana Godoy,
da RedeTV! Naquela entrevista, Bolsonaro afimrou não entender de
conomia mas que nomearia alguém que entendesse.
Bastidores
Em suas redes sociais, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-RJ)
afirmou que “tem se encarregado pessoalmente com pessoas da área
econômica para aproximá-las de Jair Bolsonaro”. Eduardo escreveu que
está articulando a equipe do pai “nos bastidores, de maneira discreta,
sem esperneio ou holofotes”.
“Só dessa maneira conseguiremos fazer um trabalho sério e
construtivo. No momento certo todos saberão quem são essas pessoas,
acadêmicos e de vivência no mercado também, que aliás não param de
chegar para somar”, disse Eduardo.
Nos bastidores, fala-se que as entrevistadas de Sachsida não
agradaram a Bolsonaro e seus filhos. O pesquisador teria sido levado ao
grupo do deputado pelas mãos de outro colaborador, o professor de
Economia e secretário nacional do PEN, Bernardo Santoro. Procurados,
Santoro não respondeu e Sachsida não atendeu à reportagem.
Fonte: Correio
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