Na Bahia durante dois dias, o pré-candidato à Presidência da
República pelo PDT, Ciro Gomes, deixou a direção e a militância do
partido bastante animadas.
Um dia após ser aplaudido de pé no
encerramento da palestra na Faculdade de Direito da UFBA, o
ex-governador do Ceará e ex-ministro reviveu a mesma cena na
Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), nesta quarta-feira
(01/11), e com um público ainda maior.
Com o auditório completamente
lotado, cerca de 2 mil pessoas, entre estudantes, professores e
lideranças politicas e sindicais da região, se espremiam para ouvir
atentamente as palavras do pedetista.
Mais gordo e bem mais tranquilo, do alto do palco Ciro explicava o
seu novo momento, que contrasta com o homem irrequieto do passado, mas
sem perder a indignação com a atual situação do país. Mas ele mesmo
deixou escapar, durante uma concorrida sessão de fotos com admiradores,
que parou de fumar há cerca de três anos (por isso ganhou uns quilos a
mais) e estará completamente 60 anos no próximo dia 05, “o que me
permite mais experiência e lucidez para enfrentar o ‘baronato’ do país,
sem cair nas armadilhas que eles já me botaram”.
Economia e os problemas políticos, sociais e culturais do Brasil
nortearam a palestra de cerca de uma hora. Com um recorte no tempo, Ciro
dissecou os problemas que levaram à atual situação do país a partir de
1930, mas sem deixar de linkar com fatos históricos e mais distantes,
como o Iluminismo e o período regencial no Brasil. E com um poder de
persuasão que lembra os oradores da Grécia antiga, o ex-governador do
Ceará passou pelo período da ditadura, destacou o Plano Real até chegar à
realidade presente, com o governo Temer.
Ao final da palestra, mais uma vez, Ciro foi aplaudido de pé. Depois
seguiu-se uma bateria de perguntas vindas da plateia, e ele, apesar do
aparente cansaço, não vacilava em responder (na noite anterior ele foi
dormir 2h da manhã, dando sequência à leitura de um dos três livros que
trás à tiracolo e respondendo aos e-mails e mensagens do WhatsApp e
Facebook, segundo o assessor Felipe).
Antes de se despedir e posando para fotos, Ciro fez questão de falar
com nossa reportagem, apesar do alerta do assessor sobre o ‘horário’.
“Pra você eu falo”, disse, relembrando o encontro que tivera com o então
repórter da Tribuna da Bahia, durante a pré-campanha de 2010, no
Pelourinho, num encontro do PSB. “Eu estou vivendo este novo momento em
minha vida, mais velho e mais experiente,
mas estimulado para ajudar o meu país a sair dessa situação em que se
encontra”, disse, explicando porque é pré-candidato a presidente em
2018.
Mas Ciro teve que permanecer por mais tempo no auditório da UEFS. É
que não parava de chegar grupos para tirar uma foto com ele, ou fazer
uma self particular. E quando se imaginava que estava acabando, uma fila
de pessoas, contida pelos organizadores, aguardava a saída do pedetista
para também fazem um registro. “Nós só vamos sair daqui quando tirar
uma foto com ele, nem que seja três de uma só vez”, disse uma estudante,
que aguardava com paciência.
Imagem e discurso
E foi assim, na forma de explicar esse Brasil ‘doente’ que está aí, e
se colocando como uma alternativa para 2018, que Ciro Gomes deixou o
seu recado em Feira de Santana. “Viajar pelo interior do Nordeste é bom,
porque eu reencontro a minha gente, porque também sou do interior”,
disse, demonstrando a alegria de estar na Princesa do Sertão.
A imagem deixada por Ciro foi
tão forte que a cúpula do PDT no estado, quase toda presente, ficou
bastante animada. “Ter um candidato como esse, em 2018, que tem um
conhecimento tão grande dos problemas do país, não tem como a gente não
imaginar que o partido vai crescer, assim como crescerá a sua
candidatura aqui na Bahia”, disse o deputado federal Félix Júnior,
presidente estadual da legenda brizolista. “Ciro é isso, eu não tenho
dúvida do seu crescimento aqui”, acrescentou Desiderio Melo, presidente
do Instituto Anísio Teixeira e com o nome especulado para o senado na
chapa do governador Rui Costa.
“Ele parece que tem um computador na cabeça. A capacidade de falar e
de passar os assuntos para as pessoas é muito grande”, disse Aldo
Queiroz, presidente do PDT em Salvador. “A forma como ele fala e explica
os assuntos, até os que têm pouco conhecimento entendem, porque ele
deixa tudo ficar mais fácil”, disse um estudante da UEFS, da equipe de
organização do evento.
Enfim, mais paciente, mais tolerante e com uma linguagem bem mais
próxima do povo, esta foi a imagem deixada por Ciro em sua passagem pela
Bahia. “Chega, meu vaqueiro!”, disse ao perceber a aproximação de um
estudante com um chapéu de couro na cabeça para fazer uma foto. E é com
esse estilo e um discurso afinadíssimo que ele vai para a luta no
próximo ano.
Por Evandro Matos / Fotos: Facebook e assessoria/Interior Da Bahia
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