Bule-Bule, que é repentista, cordelista, forrozeiro e mestre da cultura popular brasileira na Bahia, participou do seminário e contou sobre a história e origem do samba de roda.
A Associação Cultural Coleirinho da Bahia realiza, até o dia 25 de
novembro, diversas ações gratuitas em prol da valorização da cultura
popular e da identidade negra no distrito da Matinha, em Feira de
Santana. Dentre as atividades, aconteceu, no domingo (19), o II
Seminário sobre o Samba de Roda.
Bule-Bule, que é repentista, cordelista, forrozeiro e mestre da cultura popular brasileira na Bahia, participou do seminário e contou sobre a história e origem do samba de roda. As influências das culturas indígena, negra e a dança como instrumento de valorização e resgate da cultura popular.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade |
“A origem do samba é muito questionada. Mas, o que se faz mesmo é com a
junção do africano, com as comunidades indígenas que aqui já estavam e
que faziam em semicírculo, as suas manifestações, as suas organizações
para festas, para casamentos. As comunidades indígenas sempre fizeram em
semicírculo. O negro veio com a sua prática de fazer em semicírculo. E é
isso como se faz a grande roda. Aí a cidade organizou e levou para o
teatro de arena o palco arredondado. Então tudo isso para chegar aqui e
afirmar que a origem do samba é essa ou aquela. Pode ser uma coisa e
muito mais, que fique até devendo alguma explicação. Mas, a certeza é
que todas as comunidades do mundo fazem o seu semicírculo para se
manifestar. Onde o líder dirige aquela hora, sabendo da sua voz de
comando, é o que o samba faz, é o que o coco de roda faz, é o que a
ciranda faz, é o que o maracatu faz. Tudo isso é a mesma origem. É a
mesma pegada”, disse.
Quixabeira da Matinha
O II Seminário sobre o Samba de Roda lotou a Associação Coleirinho da
Bahia e contou com a participação da comunidade, ativistas culturais e
artistas locais.
Guda Moreno, que preside a associação cultural, relatou como surgiu a
Quixabeira da Matinha, o trabalho desenvolvido pela entidade e a luta
pelo resgate e valorização cultural nas escolas. Segundo ele, a
Quixabeira existe há 28 anos com o objetivo de preservar e salvaguardar a
cultura popular, especialmente o samba de roda.
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade |
Para Guda Moreno, é importante resgatar e trabalhar sobre a cultura
local desde a infância, pois as crianças são o futuro do país. Ele
salientou que é muito importante que as crianças da zona rural vivenciem
na escola também o cotidiano da zona rural.
“Vamos mudar a situação do país quando nossas crianças, nossos jovens
passarem a viver na escola o cotidiano da zona rural e da comunidade
quilombola”, concluiu.
Rachel Pinto com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
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